Definição de qualidade de vida é subjetiva, mas e daí?
Estamos longe de uma definição precisa e unânime de qualidade de vida. A subjetividade é o ponto de partida para entender o que representa bem-estar para as pessoas
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2013 às 14h14.
São Paulo - Qualidade de vida costumava ser um conceito do pessoal do setor de saúde. No entanto, atualmente ele é usado por todos os profissionais, desde economistas até publicitários. Para as empresas, oferecer uma boa qualidade de vida aos empregados virou isca para atrair talentos, o que tem levado cada vez mais a equipe de recursos humanos a adaptar suas políticas e práticas a esse conceito.
Mas, afinal, o que significa qualidade de vida? E como os RHs podem melhorá-la se ninguém é capaz de definir com clareza no que ela consiste?
Eu e minha equipe analisamos a definição de “qualidade de vida” no âmbito acadêmico nas últimas duas décadas. Embora os cientistas costumem recorrer a sistemas de pontuação para medir a dor ou quantificar as deficiências, calcular a qualidade de vida dessa forma poderia ser um erro. Esse é um conceito subjetivo, multidimensional e que abrange características tanto positivas quanto negativas. Trata-se de um estado dinâmico que varia em razão dos acontecimentos vitais: a perda de um trabalho, uma doença ou outros incidentes.
A investigação dos últimos anos demonstra que estamos longe de uma definição precisa e unânime para “qualidade de vida”. Nas diferentes referências ao conceito, encontramos mais uma série de ideias e elementos importantes do que uma explicação exata do tema. São eles:
- A satisfação de vida — um elemento subjetivo e variável.
- Fatores multidimensionais — que incluem saúde física, estado psicológico, nível de independência, família, formação, dinheiro, crenças religiosas, otimismo, serviços locais e de transporte, trabalho, relações sociais e habitação.
- As perspectivas culturais — valores, expectativas pessoais e objetivos de vida.
- O bem-estar físico, mental e social — que vai além da mera ausência de doenças.
- Nossa própria interpretação dos fatos e eventos — que ajuda a explicar por que algumas pessoas com deficiência podem ter uma qualidade de vida excelente, enquanto outras, não.
- O nível de aceitação de nossa condição presente — e a capacidade de dominar os pensamentos e emoções negativos sobre a referida condição.
A falta de definição sobre qualidade de vida não significa que os estudos não proporcionem conhecimentos relevantes aos profissionais de RH. A subjetividade é o ponto de partida na hora de compreender o que representa bem-estar para as pessoas e, a partir daí, definir quais são as políticas ou boas práticas que devem ser adotadas para a captação e a retenção dos empregados.
Marta Elvira é professora de gestão estratégica e gestão de pessoas nas corporações do Iese Business School.
São Paulo - Qualidade de vida costumava ser um conceito do pessoal do setor de saúde. No entanto, atualmente ele é usado por todos os profissionais, desde economistas até publicitários. Para as empresas, oferecer uma boa qualidade de vida aos empregados virou isca para atrair talentos, o que tem levado cada vez mais a equipe de recursos humanos a adaptar suas políticas e práticas a esse conceito.
Mas, afinal, o que significa qualidade de vida? E como os RHs podem melhorá-la se ninguém é capaz de definir com clareza no que ela consiste?
Eu e minha equipe analisamos a definição de “qualidade de vida” no âmbito acadêmico nas últimas duas décadas. Embora os cientistas costumem recorrer a sistemas de pontuação para medir a dor ou quantificar as deficiências, calcular a qualidade de vida dessa forma poderia ser um erro. Esse é um conceito subjetivo, multidimensional e que abrange características tanto positivas quanto negativas. Trata-se de um estado dinâmico que varia em razão dos acontecimentos vitais: a perda de um trabalho, uma doença ou outros incidentes.
A investigação dos últimos anos demonstra que estamos longe de uma definição precisa e unânime para “qualidade de vida”. Nas diferentes referências ao conceito, encontramos mais uma série de ideias e elementos importantes do que uma explicação exata do tema. São eles:
- A satisfação de vida — um elemento subjetivo e variável.
- Fatores multidimensionais — que incluem saúde física, estado psicológico, nível de independência, família, formação, dinheiro, crenças religiosas, otimismo, serviços locais e de transporte, trabalho, relações sociais e habitação.
- As perspectivas culturais — valores, expectativas pessoais e objetivos de vida.
- O bem-estar físico, mental e social — que vai além da mera ausência de doenças.
- Nossa própria interpretação dos fatos e eventos — que ajuda a explicar por que algumas pessoas com deficiência podem ter uma qualidade de vida excelente, enquanto outras, não.
- O nível de aceitação de nossa condição presente — e a capacidade de dominar os pensamentos e emoções negativos sobre a referida condição.
A falta de definição sobre qualidade de vida não significa que os estudos não proporcionem conhecimentos relevantes aos profissionais de RH. A subjetividade é o ponto de partida na hora de compreender o que representa bem-estar para as pessoas e, a partir daí, definir quais são as políticas ou boas práticas que devem ser adotadas para a captação e a retenção dos empregados.
Marta Elvira é professora de gestão estratégica e gestão de pessoas nas corporações do Iese Business School.