Carreira

5 mitos sobre carreira que minam seu tempo no trabalho

De acordo com especialista, concepções equivocadas sobre o mundo corporativo são as principais vilãs da boa administração do tempo

Relógio (Stock.xchng)

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Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 24 de abril de 2012 às 13h21.

São Paulo – Você já baixou todos os aplicativos possíveis para organizar sua rotina no trabalho, leu livros, participou de palestras, comprou uma agenda e não esquece de listar tudo o que tem para fazer. Mas, apesar de tudo isso, ainda não consegue ser um bom administrador do tempo?

Pois o problema pode estar na maneira como você encara a própria carreira. É o que afirma a coach executiva Jaqueline Weigel. “Há técnicas ótimas que podem funcionar, sim, mas desde que você desenvolva a habilidade”, afirma. “Você precisa entender onde estão os obstáculos e quais os seus comportamentos”.

Confira quais as visões erradas de carreira que atrapalham os ponteiros durante o expediente:

1. A empresa é dona do seu tempo

“Há pessoas que acreditam que, uma vez contratadas, devem se submeter a todas as coisas deste negócio a qualquer tempo, inclusive de fim de semana, por exemplo”, afirma a especialista. No entanto, segundo ela, esta é uma visão equivocada sobre a própria carreira.

O dono do seu tempo (e da sua vida), surpresa, é você mesmo. Na prática, isso significa que você não precisa estar disponível 24 horas por dia sete dias por semana – a menos que isto esteja previsto em contrato. “O que a empresa exige é produtividade. Ela não quer ser dona da sua agenda ou da sua vida”, diz a especialista.

2. Tenho que aceitar tudo para provar minha competência

“Somos treinados para sempre dizer sim”, afirma Jaqueline. Por isso, no ambiente de trabalho, dizer não para algumas demandas é tão custoso. “Você tem que ser muito íntegro e certo do que você quer”, explica.

Some a isso a falsa ideia de que, para provar que é capaz, é preciso atender a todos os pedidos profissionais e, pronto, tem se o prato perfeito para acabar com uma rotina de trabalho equilibrada.


“Como sempre tem que atender a tudo, o profissional sempre pega mais trabalho do que pode”, diz. A consequência é quase óbvia: “ele fica tão empenhado em parecer competente que acaba mostrando sua incompetência”, afirma a especialista.

A fórmula para extinguir este conceito errôneo? Colocar limites, dizer não e negociar prazos. E, principalmente, não ser passivo.

3. É uma fase, vai passar

Diante de uma agenda caótica, há quem se justifique (ou se console) com a ideia de que é apenas uma fase – que, um dia, irá passar, dedos cruzados, por favor.

“Sempre tem uma desculpa: é o momento do mercado de trabalho, mudança da empresa ou etapa da minha vida. O problema é que a pessoa emenda uma fase na outra e passa a viver com base neste modus operandi caótico”, afirma.

De acordo com a especialista, é essencial tomar consciência de que a agenda caótica não é apenas uma fase, mas um problema sério que deve ser solucionado por você. E ninguém mais.

4. Ser produtivo é sinônimo de fazer muito

“O workaholic é o profissional que faz muita coisa, mas nada realmente importante. O profissional que dá resultado, por outro lado, é aquele que só faz coisas relevantes no trabalho”, explica a especialista.

Isso significa que encher sua agenda de compromissos e lotar sua mesa de trabalho não necessariamente coloca você na lista de profissionais mais produtivos. O erro, de acordo com Jaqueline, está em não saber distinguir tarefas urgentes das importantes e daquelas que, sim, são irrelevantes.

Exemplo: chegar ao trabalho e responder aos duzentos e-mails que emperram sua caixa de entrada não é sinônimo de produtividade. Se metades deles remetia a assuntos não tão importantes – ou importantes que poderiam esperar - seu tempo foi perdido. “Tem muita gente prisioneira de tarefas operacionais, sem relevância”, afirma. “Você carrega muita pedra, mas cadê o desenho da casa?”.

5. A empresa está cuidando da minha carreira

Quem acredita que a companhia é responsável pela carreira de cada funcionário, cai no erro de acreditar que tudo o que é demandado vai contar pontos para seu crescimento. O que, na prática, nem sempre é verdade.

“Ao pensar que a empresa cuida da minha carreira, eu vou tocando tudo o que vem e não desenvolvo um senso de urgência”, diz Jaqueline. Pior, quem investe nesta ideia, também não tem muita noção de onde quer chegar em sua própria trajetória profissional.

“Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve e qualquer atividade está valendo porque ocupa o tempo”, afirma.

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