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Superapp: a revolução chega ao Brasil

Players do varejo, e-commerce, fintechs e até mesmo bancos tradicionais: todos querem desenvolver superaplicativos

Brasileiros são receptivos a inovações tecnológicas. (Rappi/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2021 às 17h53.

Última atualização em 7 de junho de 2021 às 17h53.

Por Sérgio Saraiva*

Nos últimos 15 meses, os negócios digitais ganharam impulso inédito no Brasil. Uma pesquisa do instituto Qualibest, realizada em setembro de 2020, mostra que 92% dos internautas já haviam encomendado ou contratado algum tipo de serviço ou produto por intermédio de aplicativos ou sites, utilizando um smartphone. Em 2018, esse percentual era de 81%.

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Ou seja, uma alta de 11 pontos percentuais em apenas dois anos.

A pandemia, naturalmente, ajuda a explicar esse movimento. Com as circunstâncias, milhões de consumidores incorporaram hábitos antes não cogitados: acionar a farmácia, fazer o supermercado, pedir um almoço...

É verdade que muitas dessas demandas já são atendidas por alguns apps. Mas imagine resolver grande parte de sua vida em um único aplicativo? Eis a proposta de valor do chamado superapp.

Essa tendência começou na China, onde plataformas como o WeChat tem mais de um bilhão de usuários e conta com pelo menos meio milhão de mini-apps.

Na América Latina, ainda estamos distantes desses números, mas não seria incorreto afirmar que o Brasil tem plenas condições de comandar essa revolução.

Antes de tudo porque temos uma população muito receptiva a inovações tecnológicas. Basta recordar que o finado Orkut alcançou seu maior número de usuários justamente no Brasil. Foi aqui que o WhatsApp alcançou sua segunda maior base de downloads e que o Uber Rides mantém sua segunda maior operação em nível global. É fato que os brasileiros amam seus smartphones, não só para interações sociais, mas para funções rotineiras – o PIX, segundo o Banco Central, já representa 51% de todas as transações bancárias.

Isso também fica evidente em uma pesquisa feita em 2019. Dos 1.021 brasileiros entrevistados pela consultoria Oliver Wyman, 43% classificaram o smartphone como algo indispensável em todos os momentos de suas vidas. Ou seja, acordam e vão dormir usando o aparelho, não apenas para chamadas ou troca de mensagens. Esse percentual chega a incríveis 54% entre as pessoas de 25 a 34 anos.

Outra pesquisa, do Ibope, revela mais um dado curioso: um dos principais momentos de uso dos smartphones é justamente no período noturno, um pouco antes do sono.

Diante de um público tão ávido, essa corrida já começou. Todos querem desenvolver superaplicativos: players do varejo, e-commerce, fintechs e até mesmo bancos tradicionais.

E uma das empresas mais bem posicionadas nessa corrida é, sem dúvida, o Rappi.

Nossa vantagem competitiva tem relação com a própria origem da companhia, nascida como um ecossistema.

Ou seja, desde 2015, o Rappi conecta o consumidor a serviços essenciais: restaurantes, farmácias e supermercados.

A evolução do conceito veio em 2018, com o Rappi Pay. A carteira digital viabiliza os pagamentos via QR Code nas lojas de estabelecimentos parceiros. Permite, ainda, a transferência de dinheiro entre usuários.

No início de 2019 foi a vez do marketplace. O Rappi disponibilizou a inteligência de seus softwares para milhares de varejistas. No mesmo ano veio uma conveniência bastante simbólica: o aluguel de guarda-chuvas.

Em 2020, o Rappi deu um passo importante no processo de consolidação como um guarda-chuva de diversas verticais. Em entretenimento, incorporamos serviços como games e live events – entregas relevantes em tempos de isolamento social. No segmento de viagens lançamos o Rappi Travel, integrando ofertas de passagens aéreas e rodoviárias e hospedagem. Mais recentemente, o portfólio cresceu com a adição de pacotes turísticos e aluguel de veículos.

Em 2021, mais duas ousadias: a abertura de nosso banco digital, o Rappi Bank, originando um cartão de crédito com marca própria, e o Rappi Turbo, capaz de entregar mais de mil produtos em até 10 minutos.

Para criar todas essas ofertas de valor, nossa dedicação tem sido incansável.

Pessoalmente, acredito que tecnologia só faz sentido quando a experiência do usuário em nosso aplicativo é impecável. Desse modo, aprofundamos nossos métodos de escuta de nossos usuários, inclusive de forma proativa. Para surpreender e encantar, investimos em design thinking, em brainstormings com times multidisciplinares e em benchmarks de concorrentes em nível global.

Uma das chaves do nosso trabalho é estudar o comportamento do consumidor. Nossa inteligência de dados abre múltiplas oportunidades de vendas cruzadas sob medida para o perfil de cada indivíduo. Juntos, temos bons insights e aprimoramos obsessivamente as soluções. Nada é lançado sem que ocorram valiosas sessões de focus group e sucessivos testes com os clientes para avaliar todas as etapas de contato com a plataforma.

Nesses pouco mais de 15 meses na liderança do Rappi Brasil, nossa equipe avançou bastante. O mais empolgante é perceber que o potencial de crescimento das verticais é quase ilimitado – e a grande inspiração é novamente China, onde tive a chance de acompanhar de perto, durante cinco anos, o aparecimento de estratégias agressivas de inovação tecnológica.

Tudo isso, claro, demanda capital intensivo, parceiros sólidos e um time extraordinário, ágil e diferenciado.

As pessoas são o centro de tudo. Em um cenário ultracompetitivo, a maior vantagem será das corporações capazes de atrair os melhores talentos sob uma sólida cultura corporativa, guiada por uma estratégia de gestão clara e eficiente.

Afinal, na concorrência pelos superapps, a consolidação do mercado tende a ser inevitável. E não seria exagero afirmar que nessa disputa só vai sobreviver quem estiver mais preparado e, principalmente, quem inovar com mais rapidez.

*Sérgio Saraiva é CEO do Rappi Brasil

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