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Sua empresa deve incluir o CIO no conselho de administração?

Com a tecnologia se tornando crucial para a inovação e competitividade, o papel do Diretor de Tecnologia da Informação se tornou cada vez mais importante e sua inclusão no conselho pode ser mais do que uma apenas uma ação estratégica

O CIO é o gestor da infraestrutura tecnológica (Bússola/Reprodução)

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Publicado em 30 de agosto de 2023 às 12h00.

Por Wilian Domingues*

Incluir o CIO no conselho de administração é, sobretudo, uma ação motivada pelos rápidos avanços tecnológicos e a necessidade de inovar para continuar competitivo. A decisão pode ser a chave para a perenidade do negócio e vale ser considerada.

 CIO – Chief Information Officer, ou Diretor de Tecnologia da Informação – em si, é uma palavra que vem tomando formas diferentes ao longo dos anos. Historicamente, o CIO,  foi percebido como o maestro da infraestrutura tecnológica, aquele que garante que os sistemas funcionem e que os dados estejam seguros. No entanto, os tempos estão mudando. A tecnologia já não é mais apenas uma ferramenta operacional; ela tornou-se a espinha dorsal da estratégia, inovação e competitividade de uma empresa.

O cenário de negócios tem visto transformações profundas, trazendo consigo modelos inovadores que desafiam até mesmo os planos estratégicos mais sólidos. Em meio a essas mudanças, o CIO enfrentou a tarefa fundamental de estreitar laços com as áreas de negócio. Aqueles que conseguiram equilibrar essa relação hoje desfrutam de uma posição mais estratégica nas empresas.

Nessas mudanças o CIO foi testado em diversas frentes e na minha visão a mais desafiadora foi colocar em prática o mantra de estar próximo do negócio. Quem seguiu de fato essa estratégia agora pode estar preparado para ocupar uma posição de destaque nas empresas e em muitas delas num assento no conselho.

O Conselho durante a transformação digital

À medida que o cenário empresarial evolui rapidamente, mergulhando nas profundezas da digitalização, os Conselhos começam a introduzir as dinâmicas dessas transformações em suas discussões. As tecnologias atuais mudam rápido demais e impactam o negócio tão rápido quanto.

O CIO teve que conviver com a confluência da tecnologia e dos objetivos de negócios, equilibrando soluções que estivessem dentro da capacidade econômica da empresa e ao mesmo tempo que trouxesse um diferencial competitivo, seja na experiencia do cliente ou na melhoria de performance da empresa. Esta posição desafiadora tem ampliado sua perspectiva, tornando-o mais integrado ao negócio.

Transformar uma empresa traz consigo uma série de complexidades. Para as empresas que embarcam na jornada da transformação digital, a estratégia não é apenas sobre adotar a mais recente tecnologia, mas também sobre cultivar uma cultura que abrace a inovação e a experimentação. Para um CIO, os desafios vão além do técnico. Cultura organizacional, visão de futuro e habilidades de liderança tornam-se vitais para a função.

O papel e os desafios do CIO no Conselho

Os desafios para o CIO vão muito além dos aspectos técnicos. Os desafios envolvem mudanças culturais, adaptabilidade, visão de futuro e liderança, além de resistências internas à mudança, a necessidade de requalificar equipes e a adaptação à evolução constante das tecnologias.

O perfil do CIO moderno precisa ser diversificado, capaz de conectar as necessidades tecnológicas com os objetivos da empresa. Sua presença no Conselho não é apenas uma questão de reconhecimento, mas uma oportunidade de enriquecer as discussões estratégicas com insights técnicos e inovadores. No entanto, a comunicação clara e eficaz é essencial para garantir que os conceitos técnicos sejam traduzidos em decisões estratégicas. A tradução técnica para o estratégico é que fará a diferença e trará consistência para o embarque dos demais membros do conselho em projetos de tecnologia.

Pode ser que ao somar os elementos discutidos até aqui chegamos à conclusão que incluir o CIO no conselho não é simples, mas é necessária. O futuro dos negócios está inexoravelmente ligado à tecnologia e à capacidade de uma empresa de se adaptar e inovar.

Mal saímos de uma onda de transformação digital provocada pela pandemia e já estamos imersos em outra com a inteligência artificial. Voltamos a repensar nossos sistemas, as formas de falar com os clientes, a revisão das experiencias, os custos de tecnologia, melhoria de performance etc.

A I.A.  vai recriar as fronteiras que conhecemos, os mercados estão se movendo rapidamente para ecossistemas digitais, todos interconectados, dados serão diferenciais em quase todos os mercados e novos conceitos éticos estão se formando.

Incluir um CIO no Conselho de Administração é mais do que uma estratégia; é um reconhecimento da participação da tecnologia em todas as facetas dos negócios modernos. Esta decisão reflete uma abordagem proativa e inovadora, preparando a empresa para capitalizar oportunidades e enfrentar desafios em um mundo digitalmente entrelaçado.

*Wilian Domingues é CIO da Paschoalotto

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