Na ânsia de acertar, muita gente "mete os pés pelas mãos" (Maskot/Getty Images)
Bússola
Publicado em 24 de maio de 2022 às 18h50.
Última atualização em 26 de maio de 2022 às 08h59.
Por Bússola
O mundo profissional é repleto de obstáculos. Conseguir aquele emprego dos sonhos nem sempre é fácil, mas manter-se nele exige ainda mais esforço. Na ânsia de querer acertar, muitas vezes os profissionais “metem os pés pelas mãos”, com comportamentos que não costumam ser bem vistos por outros integrantes da equipe e pelos gestores.
A Bússola pediu para a consultora organizacional e professora da FGV Caroline Marcon destacar sete deles. Veja abaixo.
Segundo Caroline, o medo de não corresponder às expectativas faz com que muitos profissionais prometam mais do que podem entregar. Tal ato de “heroísmo” sempre cobra seu preço e ao cometer esses deslizes eles acabam por perder a credibilidade.
“Conhecer e gerenciar os medos e emoções é necessário para manter a calma e a reputação”, diz. Autodisciplina e integridade também são duas qualidades essenciais para o profissional que deseja ser visto como confiável pelos colegas e pela chefia. “Isto é importante, porque a confiança é a base da reputação profissional”, afirma.
Ninguém quer ficar próximo de um profissional pessimista, cujas falas são carregadas de críticas, mas contém pouca positividade e nunca apresentam uma saída para o problema apontado.
Segundo Caroline, esse tipo de profissional tem dentro de si um crítico interno feroz, que não raramente trava seu próprio desenvolvimento e o dos outros. “Para desativar o poder do crítico interno, o profissional precisa conhecê-lo, ouvir o que tem a dizer, para perceber que é apenas uma 'criança medrosa' que na maioria das vezes só quer chamar a atenção”, diz. Segundo a coach executiva, ao detectar isso, o profissional deve ser mais gentil consigo próprio e com os outros. “Pare de falar coisas negativas a todos e reconheça o que os outros têm de melhor."
Profissionais extremamente temorosos, como vimos, às vezes se perdem pela ação, prometendo mais entregas do que podem cumprir. Mas, quem tem o medo como guia pode também pecar pela omissão, pela inação, pela passividade.
Ao optar sempre pelo seguro, costuma perder a premiação que só o desafio acarreta. Dessa forma, segundo Caroline, profissionais devem sempre que possível reinventar-se. “Disrupção pede inovação; isso vale para os mercados e também o ser humano. Atualize-se para manter-se relevante”, afirma.
Segundo a consultora, quem aceita riscos para aprender e crescer inevitavelmente comete erros no trabalho. “Faz parte do jogo, e quando isso acontecer o profissional não deve dar desculpas e se fazer de vítima. Isso só vai piorar a situação”, declara.
Para Caroline, ante o erro, o profissional deve procurar demonstrar total compromisso em reparar a situação e pedir ajuda se necessário. ”Busque também aprender com a situação e encontre uma maneira visível de marcar alguns pontos e mostrar recuperação”, afirma.
“Quem está disposto a se desafiar e crescer já sabe que as críticas são parte inevitável da jornada”, diz Caroline. Logo, segundo ela, o profissional que almeja sobressair-se em relação aos demais precisa procurar sempre cercar-se de pontos de vista distintos sobre seu desempenho. O ponto principal, de acordo com a consultora organizacional, é saber diferenciar críticas úteis de comentários que só visam à desestabilização. “Procure encontrar um ponto de equilíbrio.
Se ignorar todas as críticas, você deixará de ser conectar com as pessoas e pode deixar passar feedbacks importantes. Se absorver todas as críticas, você vai perder a liberdade de ser quem é e de fazer suas próprias escolhas”, afirma.
Nenhum profissional que faz distinção entre comandantes e comandados será respeitado a longo prazo pelos colegas. “Mas ganhar confiança, respeito e a colaboração dos pares é fundamental para criar um ambiente de trabalho saudável e dessa forma alcançar bons resultados”, diz Caroline.
Ela aconselha a todos os profissionais estabelecer bons relacionamentos com colegas, em todos os níveis.
Um profissional anódino não gera impacto entre seus colegas e gestores e, em razão disso, passa a impressão de que não faz a mínima diferença ao ambiente. De acordo com a consultora organizacional, quem deseja se destacar e obter sucesso profissional necessita ser apaixonado pelo que faz e demonstrar isso em suas ações.
“A paixão traz consigo criatividade e garra; é a energia positiva que permite a todos seguirem em frente nos dias bons e especialmente nos dias ruins”, diz.
*Caroline Marcon é certificada em Coaching Executivo pela Columbia University New York, fundadora da Marcon Leadership Consulting e sócia da Field Top Teams Consulting, empresas especializadas em desenvolvimento executivo, e professora da FGV-SP
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