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Responsabilidade vacinal

Coluna de Alon Feuerwerker analisa o contexto político do debate sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19

Vacinas: pessoa não se imuniza só para não ficar doente, imuniza-se para não transmitir o patógeno a outros (Erasmo Salomão/MS/Divulgação)

Mariana Martucci

Publicado em 20 de outubro de 2020 às 21h56.

O debate sobre tomar ou não vacina para a covid-19, ou obrigar que seja ministrada, tem tudo para perdurar no tempo, já que a vacinação em massa não parece tão próxima assim. Junto com a suspensão do auxílio emergencial em janeiro, corre o risco de virar uma dor de cabeça e tanto para o governo federal.

Suponhamos que a vacina chinesa de João Doria fique pronta antes da inglesa de Jair Bolsonaro. O que este vai fazer? Mandar a Anvisa enrolar a liberação da vacina do desafeto? Complicado. E se a vacina, qualquer uma, mostrar-se eficaz, o governo vai fazer corpo mole?

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Afinal, se tem campanha de vacinação para tudo, por que não para a Covid-19? Difícil de explicar para o cidadão ou cidadã comum, que querem uma solução e não estão nem aí para as arengas dos políticos. Essa história de liberdade individual é bonita, mas sabe-se que ela vai até onde começa a do outro.

Porque um objetivo de qualquer campanha de vacinação é provocar a tão falada imunidade de rebanho, mas sem o custo de deixar a grande massa da população adoecer. A pessoa não se imuniza só para não ficar doente, imuniza-se para não transmitir o patógeno a outros.

É o que se chama de, na expressão da moda, responsabilidade social.

* Analista político da FSB Comunicação

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