Plenário do Congresso (Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Mariana Martucci
Publicado em 4 de dezembro de 2020 às 20h15.
Última atualização em 4 de dezembro de 2020 às 20h28.
As reformas estruturantes são sempre urgentes no Brasil, nos discursos políticos. Na prática, a teoria da relatividade cria uma dobra no tempo e paralisa a ação dos parlamentares, seja da Câmara, seja do Senado, quando há briga pelo controle do poder dessas Casas em Brasília.
E isso porque, em qualquer eleição, alguém ganha e alguém perde. O vencedor é cheio de agradecimento aos aliados, e algum ódio aos que votaram contra, ou tentaram atrapalhar. Alguém tem de perder, chiar, chorar e reclamar, com muito mais ódio do que o vencedor.
Quando mais próximo de períodos eleitorais, os políticos tendem a correr menos riscos. A não ser que queiram ir à guerra aberta antes da hora. É essa a escolha que parece estar sendo feita em Brasília, uma batalha antecipada e aberta.
O cálculo político para 2022 pesa mais do que deveria na ação intransigente de alguns personagens, sem nenhuma dissimulação. As alianças eleitorais já são sinalizadas nos acordos para as Mesas Diretoras e o chão é riscado demarcando linhas que não devem ser cruzadas, ou confundidas.
Essas linhas não são muito firmes porque a política é cheia de nuances e mutações. Mas hoje parece claro que há um movimento na Câmara demarcando opções de grupos que estarão juntos a partir de agora e até 2022.
O que significa que o governo federal começará enfim a ter concorrência de outro grupo atuando na oposição. Coisa que o próprio governo exercia como monopólio contra si mesmo até agora.
*Analista político da FSB Comunicação
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