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Precisamos tomar a nossa responsabilidade sobre a destruição da Terra

Não devemos ficar passivos em meio a tanta degradação socioambiental nem assumir um papel acusatório

98% dos brasileiros acham importante adotar práticas de consumo consciente. (James Cawley/Getty Images)

98% dos brasileiros acham importante adotar práticas de consumo consciente. (James Cawley/Getty Images)

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Publicado em 17 de outubro de 2021 às 10h00.

Por Pedro Vasconcellos*

Estudos da How2saveaPlanet apontam que se as pessoas zerassem as suas próprias emissões de carbono, isso reduziria em 0,0000000003% a pegada global. É pouco? Muito. Vamos desistir? Jamais!

Partindo da ideia de “sermos a mudança que queremos ver no mundo”, não

devemos ficar passivos em meio a tanta degradação socioambiental nem assumir um papel acusatório, o que também nos exclui da responsabilidade, apenas apontando os erros e o que deveria ser feito por Governos e grandes empresas.

Se considerarmos que 98% dos brasileiros acham importante adotar práticas de consumo consciente, que 52% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por um produto ambientalmente correto, 75% já deixaram de comprar marcas que prejudicam o meio ambiente e que 80% dos eleitores querem que a Amazônia seja uma prioridade dos candidatos à presidência em 2022, está clara a vontade de chamar a responsabilidade para si. Seja através do voto, do consumo ou do simples ato de não jogar lixo no chão.

O mercado de carbono, entre outras coisas, existe para acompanhar não só o preço tão volátil do crédito, como para garantir a mensuração entre o que está sendo compensado e vendido. Muitos são os certificados que garantem a sua veracidade e as auditorias tão necessárias. Partindo desse ponto, a pessoa fica mais confortável em fazer a sua parte, seja calculando o próprio extrato mensal de emissão ou compensando cada compra efetuada em um e-commerce.

O papel socioambiental da indústria é adequar ao máximo a sua operação, utilizando energia solar em suas fábricas e centros de distribuição, banindo plástico de suas embalagens, modernizando a frota de caminhões e apoiando projetos de reflorestamento, proteção ambiental e compostagem, por exemplo. Mas isso não é tudo se as marcas não se tornarem vetores de consciência. Informar e educar o próprio ecossistema consumidor é fundamental para aumentar a rede de colaboração de que tanto queremos participar.

Sabendo que o comércio online em 2020, puxado pela pandemia, cresceu 75% em relação a 2019 e que 86% das pessoas que nunca tinham comprado no canal online dizem que continuarão utilizando-o, temos um potencial enorme para dar escala às atitudes individuais. Existem meios de permitimos que cada compra online tenha as suas emissões de carbono compensadas, desde a produção do produto até a sua entrega. Aqui não estamos falando de doação, mas de responsabilidade e consumo consciente na prática.

O diálogo sobre o impacto ambiental no mundo geralmente não inclui um personagem muito importante nesse ecossistema, que geralmente não é ouvido ou não recebe a oportunidade de participação efetiva sem transferência de culpa: o próprio consumidor do planeta e causador direto ou indireto do dano, ou seja, todos nós, que um dia queremos ser 1%.

*Pedro Vasconcellos é sócio do EcoCart Brasil

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