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Precisamos falar sobre Black Friday (e parar de falar Black Fraude)

No ano passado, as tentativas de fraude cresceram em relação ao ano anterior, mas pesquisa aponta que a maioria foi fracassada

Brasileiro está mais experiente no ambiente digital: pesquisa e reflete mais (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)
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Bússola

Publicado em 19 de agosto de 2021 às 14h09.

Última atualização em 19 de agosto de 2021 às 15h22.

Por Andrea Fernandes*

Antes de tudo, acho que vale dizer que não é cedo demais para falar de Black Friday. Agora, vamos à coluna.

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Chegou a hora de riscar a expressão “Black Fraude” do vocabulário. Para ser sincera, nunca gostei muito quando falam da data assim. Eu sou otimista, mas nem precisaria ser para ver que o evento é um sucesso e está longe de ser uma furada.

Meu lema, já dito aqui na coluna, é que a maioria é boa, e sempre será — e carrego isso para a BF. O brasileiro está mais experiente no ambiente digital, pesquisa e reflete mais. Todos os dias aparecem novas soluções que trazem segurança para consumidores, desde comparadores de preços com histórico de longo prazo, passando por sistemas de antifraude e até o Pix.

O ano de 2020 trouxe muitas incertezas, perdas e, consequentemente, aprendizados. Talvez, o maior deles foi visto no comércio digital, e no quão fundamental ele se tornou na vida das pessoas. Essa é a nova realidade. Foi um amadurecimento em tempo recorde.

E na Black Friday do ano passado, qual foi a grande conclusão? Para mim, foi uma reafirmação do meu lema.

Normalmente os segundos semestres dos anos se destacam em vendas por conta de várias datas importantes. Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday, Cyber Monday e Natal. Com a reabertura do comércio físico após o início da vacinação, pensei que teríamos um primeiro semestre mais morno, levando em conta, principalmente, o tamanho da Black Friday no ano passado.

Posso relembrar os números divulgados na época pela Neotrust: a Black Friday em 2020 teve faturamento 31% maior que em 2019 (movimentando quase 1,5 bilhão de reais a mais) e 24% mais em número de pedidos. Agora vamos falar de fraude? Na teoria, esse número deveria acompanhar o crescimento proporcionalmente do evento, certo?

Errado. Segundo a ClearSale, as tentativas de fraude cresceram, é claro, por conta do alto volume de vendas mas grande parte dessas tentativas foi fracassada. A empresa de segurança e certificação de transações evitou, entre a Black Friday e a Cyber Monday, quase 70 milhões de reais em vendas. Assim, o evento foi 77% mais seguro que em 2019.

Outro comportamento que vem se intensificando ao longo dos últimos anos é a transformação da Black Friday em um Black Month. Tudo começa no varejo, que disponibiliza alguns spoilers para chamar a atenção dos compradores. O consumidor, é claro,  aprovou, e assim, o consumo que era concentrado em apenas um dia, agora é dissipado ao longo das três semanas que antecedem a data. Já satisfeito com as condições e, eventualmente, com medo de perder a oportunidade, o cliente efetua a compra bem antes da data que normalmente.

Para efeito de comparação, no ano passado, o faturamento nos dias anteriores à sexta-feira de promoções foi de 1,8 bilhão de reais em 4,1 milhões de pedidos. O resultado representa um aumento de 109% ante o mesmo período do ano passado.

Com tudo isso e um primeiro semestre de 2021 forte, mais clientes habituados à experiência digital, varejistas cada vez maiores e competitividade de preços, teremos, ao que tudo indica, uma Black Friday inesquecível.

E se tem uma coisa que aprendi nos últimos anos é que nunca é cedo para começar a se planejar para a Black Friday. A principal data do varejo no ano está chegando, SIM — e se sua empresa ainda não está pensando nisso, tá na hora de acordar.

Essa é a hora de estudar o mercado, entender o que seu consumidor quer, tanto em produtos ou serviços como em condições de pagamento. Só vai ser um sucesso para sua empresa se for interessante para quem comprar de você.

A Neotrust, em parceria com o aplicativo Vipy, que certifica compras digitais com seu CPF, elaborou uma pesquisa parruda pra entender melhor o comportamento do consumidor na Black Friday deste ano. Ao longo das próximas semanas trago os insights com exclusividade.

Fiz uma listinha básica para começar seu planejamento, seja você do varejo, seja consumidor.

Consumidor

  1. Bem antes da compra, já faça uma listinha do que você está pensando em comprar. Vale antecipar eventuais presentes de Natal, que também podem estar com boas condições. Assim, você evita ser seduzido só pela oferta e faz compras mais consciente.
  2. Cheque se o site onde você vai comprar é confiável. Existem várias formas de fazer isso, mas a minha preferida é procurar o selo do Movimento Compre & Confie no rodapé da página.
  3. Pague de forma segura. Quase todos os bancos oferecem hoje, gratuitamente, o cartão de crédito digital. Além disso, o Pix chegou pra ficar e eventualmente você pode conseguir condições melhores do que na compra parcelada.
  4. Dê valor às lojas que oferecem boas experiências. Quando você compra em um lugar que confia, que tem um bom pós-venda, você faz o ambiente digital melhor.
  5. Fique atento ao frete! Por conta do alto volume de compras, a parte logística pode atrasar um pouco mais do que o esperado. Veja bem o valor do frete também.

Varejo

  1. Ofereça Pix. O brasileiro já adotou essa forma de pagamento no coração, só falta o e-commerce entender isso. É seguro, rápido e democrático.
  2. O preço médio do frete só cai, apesar do aumento da gasolina, inflação e dólar alto. A procura por frete grátis também só aumenta. Prepare-se para isso e saiba que esse é um baita diferencial para quem está escolhendo onde comprar.
  3. A concorrência é grande e ela não vai deixar de existir. Seja transparente com quem quer fazer negócios contigo. Dê visibilidade para o comprador que está no seu funil. A pior sensação do mundo é ficar no escuro e não saber onde acender a luz.
  4. Pelo amor de Deus, ou dos seus clientes, não se esqueça do pós-venda. Aumento de vendas = aumento de atendimentos após a compra e a fidelização desses novos consumidores podem mudar o jogo do seu negócio.

Essa lista aumentará nas próximas semanas, com certeza. Atualizo vocês.

E lembrem-se: a maioria é boa, e sempre será.

*Andrea Fernandes é CEO do T.Group

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