(Sequoia/Reprodução)
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Publicado em 26 de julho de 2024 às 07h00.
Após quatro meses da fusão com a Move3, a Sequoia caminha para se tornar, de forma sustentável, a maior empresa privada de entrega do país, a única com capital aberto na B3 (ticker SEQL3). O foco agora, com os avanços no processo de integração, está nos ganhos de sinergia – que pretendem chegar na casa dos R$100 milhões ao longo de 2024 –, na ampliação do portfólio com foco em serviços de alto valor agregado e na conquista de market-share.
As empresas possuem complementaridades importantes, a começar pela matriz de serviços, que incluem um ecossistema com BUs (Business Unit) que atende diversos públicos, com potencial de vendas cruzadas tanto no B2C quanto no B2B. O novo negócio combina 30 anos de inovação do Grupo Move3 com mais de 14 anos de excelência da Sequoia e, segundo a companhia, ao final do processo de integração e unificação total em curso “estará consolidado o maior operador logístico de entregas do país, com capacidade para oferecer mais inovação, agilidade e eficiência”.
A tecnologia embarcada para aumento da agilidade e da volumetria é vista pela companhia como a força motriz nas duas pontas relevantes para a competitividade no setor de logística de entregas – que exige mais rapidez nas entregas e menos tempo de armazenagem: tanto no first mile, a fase inicial da cadeia de abastecimento, quanto no last mile – que liga os centros de distribuição (CD) ao consumidor.
Com CDs modernos e automatizados, somando mais de 74 mil m2 de área de armazenagem e quase 1000 pontos operacionais, a companhia combinada alcança um potencial de mais de 200 milhões de entregas por ano, em cinco mil cidades brasileiras. E ainda, na ponta da inovação, é a única que conta com um "sorter", máquina que faz a separação automática dos produtos para entregas, com capacidade de processamento de 1 milhão de pacotes por dia, sendo um dos maiores e mais modernos da América Latina.
No último trimestre de 2023, a Sequoia deu partida a um grande plano de reestruturação com o objetivo de reduzir os elevados níveis de endividamento, repactuar pagamentos de curto e médio prazo e buscar novas emissões para garantir melhor posição de caixa, preparando a companhia para, a partir de um balanço fortalecido, retomar a trilha do crescimento e da geração de valor de forma consistente e sustentável.
O desafio iniciou com a negociação da dívida contraída junto aos chamados credores financeiros – bancos e debenturistas, na faixa de R$700 milhões. A fatia mais representativa do débito, de R$ 580 milhões, foi convertida em capital social na companhia, enquanto uma parcela menor, de R$ 120 milhões, foi repactuada, com novo prazo de carência de três anos, e de alongamento do pagamento do principal, de cinco anos.
Todo o processo foi conduzido de forma bilateral, sem apoio de consultorias ou outros intermediários, em curto intervalo de tempo. Ao final, a companhia saiu do processo com caixa novo de R$120 milhões, ao mesmo tempo em que teve sua dívida original reduzida em 82%.
"Podemos afirmar sem sombra de dúvida que se trata de uma das tratativas mais bem-sucedidas do mercado nos últimos anos. Com o apoio dos novos acionistas e sob o comando do meu antecessor, a Companhia venceu uma etapa desafiadora e representativa da sua história", diz Leopoldo Bruggen, CFO da Sequoia. O executivo explica que o novo cenário abre um horizonte promissor no plano operacional e que os resultados virão melhores, a partir do 3º trimestre.
A mesma lógica se dá em relação ao valor de mercado da companhia. No último mês de junho, o preço médio da ação da Sequoia na B3 esteve na faixa dos R$4,00. "Temos convicção de que o papel ainda não absorveu a reestruturação, o valuation da Move3 e as potenciais sinergias. O mercado é soberano para dizer, mas numa visão conservadora vemos espaço para a ação SEQL3 alcançar patamar muito maior ao atual", acredita Bruggen.
Com a conclusão desta etapa da reestruturação com os credores financeiros, o próximo e último passo estará na negociação das dívidas em aberto com fornecedores e nos passivos tributários, sendo que ambos já estão sendo encaminhados com desfechos previstos nos próximos meses.
O setor de logística voltada a entregas ainda é fragmentado, porém tem grande potencial de crescimento. O tamanho e a diversidade do mercado reservam oportunidades para companhias preparadas para atender com eficiência a um país de dimensões continentais. “Estamos confiantes de que os nossos diferenciais somados às medidas adotadas posicionaram o Grupo Sequoia e a Move3 com destaque neste cenário, com geração de valor de forma gradual e consistente a nossos diferentes stakeholders”, conclui Bruggen.
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