PLAY: Indiana Jones está cansado, mas jamais derrotado
Novo filme da série com o icônico herói dá um show de aventura. Possivelmente, um final recompensador para o personagem
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Publicado em 15 de julho de 2023 às 10h00.
Por Danilo Vicente*
Quarenta e dois anos depois de sua estreia no cinema, Indiana Jones chega novamente à telona. A Relíquia do Destino mostra um herói velho, cansado, talvez ultrapassado. Porém, Indy jamais está derrotado!
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Pela primeira vez sem Steven Spielberg na direção, o quinto filme da série faz bonito. Aposta na segurança do que se tornou o clássico de filmes de aventura. Já no início, o herói rouba o cavalo de um policial e sai em disparada em uma avenida tomada por cidadãos americanos jubilantes, que acompanham uma parada em comemoração ao pouso do primeiro homem na Lua. A cena já se tornou icônica!
O diretor James Mangold aposta em impulsos iconográficos. Tem bandeira americana para todos os lados, tem bonecos gigantes, tem Indiana altivo em seu cavalo... e tem os nazistas.
O longa introduz o cientista Jürgen Voller ( Mads Mikkelsen, sempre competente), especialista do Terceiro Reich recrutado pelo governo americano após o fim da Segunda Guerra Mundial, homem crucial para o sucesso do país na corrida espacial.
A nostalgia não para na temática e no tipo de cenas. Sallah (John Rhys-Davies), o egípcio amigo de Indiana, está de volta, motorista de táxi em Nova York . Pena que a gravação ocorreu antes de Ke Huy Quan voltar ao estrelato, ganhando o Oscar este ano como ator-coadjuvante em Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. Teria sido ótimo vê-lo contracenando com Harrison Ford.
Ford, aliás, mostra sua capacidade. Com seu personagem mais vulnerável, na casa dos 70 anos (Ford está com 80), adota um estilo, digamos, mais amoroso. Ágil, forte, sagaz... mas com o coração partido. Ele tem dito que não foi seu derradeiro papel no cinema. Ainda bem!
A saga aposta na dualidade entre aventura e idade. Há uma cena em que Indiana precisa escalar um paredão e Helena Shaw ( Phoebe Waller-Bridge ), filha de seu amigo Basil (Toby Jones), passa “atropelando” o herói. É o sinal dos tempos. Entretanto, Indy chega lá e mostra que continua vigoroso.
Aliás, Basil e Indiana são mostrados jovens na primeira sequência do longa, em um truque de computação gráfica bem feito.
Lá para o final o filme perde um pouco a mão ao levar Indy em uma viagem pelo tempo (e não vou entregar spoiler). Exagero, desnecessário, mesmo que seja um prêmio ao personagem.
A coragem de George Lucas e Steven Spielberg (produtores executivos) em trazer um novo Indiana Jones ao cinema é recompensada. É um dos melhores filmes da série, perdendo apenas para os dois primeiros.
Um fim (será?) recompensador.
*Danilo Vicente é sócio-diretor da Loures Comunicação
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