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PLAY: Argentina, 1985; Brasil, 2022

Filme com Ricardo Darín é um despertador para os brasileiros que fecharam estradas na última semana

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Filme está disponível na Amazon Prime (Rafael Henrique/Getty Images)

Filme está disponível na Amazon Prime (Rafael Henrique/Getty Images)

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Bússola

Publicado em 6 de novembro de 2022 às, 13h05.

Última atualização em 6 de novembro de 2022 às, 14h18.

Em 1985, a Argentina assistiu ao promotor Júlio Strassera representar o povo no primeiro processo contra os militares que comandaram a ditadura, encerrada apenas dois anos antes.

É essa história que o novo filme estrelado por Ricardo Darín, o mais popular astro contemporâneo do cinema latino-americano, traz no Amazon Prime Video. “Argentina, 1985” é mais do que um belo filme. É um despertador para os brasileiros que, nesta mais recente semana de 2022, fecharam estradas após a eleição para presidente da República.

Com os militares ainda influentes na frágil democracia, Strassera e seu promotor-adjunto, Moreno Ocampo (Peter Lanzani), reuniram uma jovem equipe jurídica para tentar levar justiça às vítimas do regime ditatorial. A missão de Strassera e Ocampo era inglória. 

Havia entre o povo muitos defensores do regime militar e, claro, um establishment que, de maneira nenhuma, queria a punição dos altos comandantes das forças armadas argentinas – sob tortos argumentos, como o de que causaria instabilidade em um país que retomará a democracia recentemente e que eles estavam combatendo terroristas.

A equipe  é jovem porque não havia a quem selecionar – muitos promotores tinham medo de morte e outros – também muitos - eram favoráveis à ditadura.

É esta parte que mais chama atenção na comparação com o Brasil atual.

É impressionante como os defensores da ditadura “moldam” a verdade, nas ruas ou no julgamento demonstrado no filme. E acreditam – ou parecem acreditar - no que falam. Alguma semelhança com a última semana em terras brasileiras?

O apoio da imprensa mostra-se importante – tanto lá, na ficção, quanto cá, no Brasil real. No filme, enquanto Strassera se concentra no julgamento, seu adjunto Ocampo aposta no convencimento da opinião pública, indo a entrevistas na televisão.

Na Argentina sob o regime militar, cerca de 30.000 pessoas foram assassinadas ou desapareceram. Os depoimentos no filme – cruzando imagens reais com ficcionais – são arrebatadores. E o discurso final de Strassera é um ótimo encerramento.

Aliás, existe filme ruim de Ricardo Darín? Desconheço. Sob direção de Santiago Mitre e roteiro de Mariano Llinás, o drama ainda tem momentos de autodepreciação, ironia e humor seco,característicos de uma produção inglesa. “Argentina, 1985” tem o “carimbo Darín” de qualidade... e um timing perfeito para os brasileiros.

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