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LIVE: Movimento contra fome busca arrecadar 2 milhões de cestas básicas

Segundo pesquisa Data Favela, 68% das pessoas que vivem em comunidades no Brasil tiveram piora em sua alimentação em 2021

Entrega de cestas básicas pela CUFA (Igor Oliveira/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2021 às 18h45.

Precisamos nos unir para ajudar quem mais precisa. Esse foi o apelo feito em live realizada hoje, 14, pela Bússola com lideranças do movimento Panela Cheia Salva, que tem como propósito combater a fome que se alastrou no Brasil com a pandemia de coronavírus.

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Lançado este mês, o movimento pretende arrecadar 2 milhões de cestas básicas, que serão distribuídas em todo o Brasil aos mais necessitados. Participam dele organizações sociais reconhecidas, como Cufa (Central Única das Favelas), Gerando Falcões e Frente Nacional Antirracista, com apoio do União SP e cooperação da UNESCO.

Durante a live, os organizadores do movimento destacaram que o avanço da pandemia trouxe consequências graves, além do risco de infecção pela covid-19. Com ele, vieram impactos econômicos e sociais, que fizeram com que a insegurança alimentar já existente aumentasse pelo país. Quase sete em cada dez (68%) pessoas que vivem em comunidades no Brasil tiveram piora em sua alimentação em 2021, aponta pesquisa do Data Favela.

“Identificamos a situação de extrema fome nas comunidades mais vulneráveis e reativamos, com urgência, os movimentos que atuaram fortemente no ano passado. Mais importante: juntamos as nossas iniciativas para fazer algo ainda maior e ajudar, de forma organizada, mais pessoas”, disse Ana Maria Diniz, da Península Participações e apoiadora do UniãoSP.

Para Silvio Almeida, da Frente Nacional Antirracista, o atual momento de desorganização institucional pede a criação de práticas políticas de solidariedade, para que inspirem políticas econômicas e educacionais do Brasil no pós-pandemia.

“O povo brasileiro sempre sobreviveu por se organizar para a solidariedade. O Brasil constituiu redes de solidariedade que garantiram a sobrevivência das pessoas mais pobres, especialmente as pessoas negras, no cenário de caos político, econômico e social do nosso país.Agora, estamos lutando pela vida biológica das pessoas – se elas não têm o que comer, não podem lutar por um país mais justo e igualitário”, afirmou Almeida.

A união faz força

Eduardo Lyra, fundador e CEO da Gerando Falcões, ressaltou a importância da união entre as entidades e a sociedade como um todo neste momento: “A colaboração é a única forma de sobrevivência. Por isso, queremos inspirar a colaboração em todo o país para vencermos a fome. Vamos nos juntar, derrubar os muros e construir as pontes. Só assim chegaremos a um futuro melhor.”

Em linha com o discurso de Lyra, para Preto Zezé, da Cufa, o engajamento da sociedade é fundamental para superar as consequências da pandemia. “Fico feliz que recuperamos, este ano, a capacidade da sociedade de colaborar. Hoje, os desafios estão maiores que em 2020. O resultado das doações é muito importante para nós, é um balão de oxigênio para os mais pobres. As panelas cheias vão salvar vidas, são panelas de esperança.”

Marlova Noleto, representante da UNESCO no Brasil, destacou a governança e a transparência do Panela Cheia Salva sobre as doações recebidas: “Para nós, apoiar essa iniciativa é motivo de grande orgulho. As metodologias de controle e de auditoria utilizadas garantem que a ajuda por meio de doações chegue àqueles que precisam. Precisamos encher as panelas de todos.”

Outro objetivo do movimento é intensificar a participação de empresários na doação de cestas básicas. Porém, a participação de toda sociedade também é fundamental. “Se cada brasileiro doasse uma cesta de R$ 50, resolveríamos, ainda que temporariamente, o problema da fome no país. É claro que os grandes empresários podem doar mais, porque têm mais recursos, mas os médios e pequenos também podem fazer a diferença com suas doações”, afirmou Ana Maria.

De acordo com a empresária, o ESG (Environmental, Social and Governance em inglês) é uma agenda que já estava no radar das companhias brasileiras, mas que foi intensificada com a crise. “No pós-pandemia, vai acontecer um ‘expurgo’ de empresas que não tiverem esses valores. Precisamos promover oportunidades iguais para todos e construir um projeto de país com o que queremos daqui para frente, um Brasil plural que seja bom para todos”, concluiu.

Como doar

No site do movimento é possível conhecer mais sobre a campanha e selecionar a instituição para qual a pessoa gostaria de fazer uma doação: Cufa (projeto Mães da Favela), Gerando Falcões (projeto Corona no Paredão) ou Frente Nacional Antirracista. Em todas elas, o valor arrecadado será utilizado para a compra de cestas básicas físicas ou digitais,que serão distribuídas pelas instituições às comunidades.

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