Inovações sustentáveis impulsionam a liderança ambiental do Brasil
Com 47% das indústrias brasileiras investindo em projetos sustentáveis, o país tem se tornado um modelo global de inovação e responsabilidade ambiental.
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Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 10h00.
*Por Antonio Leite, Vice-Presidente de Marketing, Inovação e Sustentabilidade da Rhodia Brasil
O Brasil é conhecido mundialmente por sua rica biodiversidade e pelos seus vastos biomas naturais, como a Floresta Amazônica, o Cerrado e o Pampa. Apesar de enfrentar recentes desafios significativos, como as queimadas no Centro-Oeste e no Sudeste e as enchentes no Rio Grande do Sul, o país tem se destacado por suas iniciativas favoráveis ao desenvolvimento de práticas inovadoras que, ao serem aprimoradas, têm o potencial de inspirar outras nações mundo afora.
Aliás, segundo uma pesquisa de 2023 da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 47% das indústrias brasileiras têm projetos ou planos de ações formais de inovação com foco em sustentabilidade, o que demonstra uma enorme vontade de transformar o nosso hoje em um amanhã melhor. Essa crescente conscientização empresarial reflete a urgência em alinhar o desenvolvimento econômico com práticas ambientalmente responsáveis, garantindo alta competitividade no cenário global por meio de práticas que minimizem impactos climáticos e maximizem a eficiência dos negócios.
Exemplos de inovações sustentáveis no Brasil
Entre os exemplos mais promissores do nosso país, destaco o desenvolvimento de projetos para o abatimento de gases de efeito estufa e o combate das mudanças climáticas. Essas iniciativas visam a captura e o "sequestro" de carbono em diversos setores da indústria, ajudando a reduzir as suas emissões. Tecnologias inovadoras estão sendo implementadas para otimizar esse processo, como sistemas de monitoramento e o uso de catalisadores que reduzem a formação de gases nocivos.
Outro destaque é a adoção de tecnologias para o reuso de água em processos industriais, uma prática que vem crescendo de forma significativa. Com uma maior demanda por recursos hídricos e a pressão sobre fontes de água doce, muitas indústrias têm explorado soluções de reaproveitamento de água. Ferramentas de tratamento avançado permitem que o líquido utilizado em processos industriais seja purificado e reintegrado ao ciclo produtivo, reduzindo a necessidade de captação de novos recursos e diminuindo o impacto ambiental.
Essas práticas não são só vantajosas em termos de sustentabilidade, como também trazem economias consideráveis para as companhias. Em Paulínia, por exemplo, onde fica o nosso maior complexo industrial, destacamos a redução de 24% na captação de água do Rio Atibaia entre 2010 e 2022, resultado de investimentos em tecnologias e ações para minimizar o consumo e promover a reutilização da água tratada nas duas estações da unidade.
Eficiência energética e economia circular
Neste contexto, há também um movimento crescente em torno da eficiência energética. No Brasil, iniciativas têm se concentrado na redução do consumo de energia em setores industriais por meio da implantação de fontes renováveis, como placas fotovoltaicas de energia solar e a mudança do gás natural para biomassa. Essas soluções auxiliam a minimizar a dependência de fontes não renováveis e reduzem os custos operacionais a longo prazo, ao mesmo tempo que diminuem a emissão de gases poluentes.
Além disso, o conceito de economia circular vem ganhando cada vez mais ênfase no cenário nacional. O reaproveitamento de subprodutos de outras indústrias, que antes eram considerados resíduos, está sendo transformado em matérias-primas para novos processos. Um exemplo disso é o uso de glicerina para aplicações em vários mercados, entre eles os de fragrâncias, limpadores domésticos e aromatizadores de ambiente. Essa prática reduz o desperdício e ainda cria uma cadeia de valor mais eficiente e responsável, otimizando o uso de recursos e promovendo uma produção mais limpa e integrada.
O desafio da adoção em larga escala
No Brasil, a aplicação de práticas sustentáveis em larga escala ainda está crescendo, especialmente no setor industrial. Muitas empresas estão começando a adotar esses modelos mais ecológicos, impulsionadas por políticas públicas, incentivos econômicos e pressão por responsabilidade ambiental. No entanto, essas iniciativas ainda não estão igualmente distribuídas e enfrentam desafios significativos, especialmente em pequenas e médias empresas, onde a sustentabilidade pode não ser uma prioridade ou onde há limitações de investimento.
Esses são apenas alguns dos caminhos a serem explorados, com imenso potencial para o Brasil liderar a transformação ambiental no mundo. São exemplos de como o país pode, de forma inovadora e inteligente, criar soluções que beneficiam tanto o meio ambiente quanto a economia, tornando-se referência mundial em sustentabilidade. Contudo, sabemos que o avanço em direção a um futuro mais verde também depende da conscientização global sobre a urgência de enfrentar o aquecimento global . Por isso, cada passo é importante e, quanto mais cedo agirmos, melhores serão as chances de minimizar os impactos (já existentes) para o planeta.
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