Abertura do Glocal Experience (Rodrigo Peixoto/Divulgação)
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Publicado em 23 de novembro de 2023 às 12h19.
Última atualização em 23 de novembro de 2023 às 18h48.
A Glocal Experience, evento para estimular o pensamento global e ações locais de sustentabilidade, acontece até sábado, dia 25 de novembro, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro.
O objetivo é engajar diferentes camadas da sociedade em uma agenda baseada nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
A programação prevê uma série de encontros, entre eles vários debates sobre a importância e atuação das empresas quando o assunto é ESG.
“As empresas estão inseridas na sociedade e têm um papel muito importante nesta agenda de sustentabilidade. Estamos aqui porque acreditamos muito no pensar global e agir local. É o que estamos fazendo no Rio de Janeiro, com nosso projeto de saneamento. Ao mesmo tempo que estamos dentro de um dos maiores projetos ESG do mundo, que é a recuperação da Baía de Guanabara, realizamos uma série de ações locais que transformam, por exemplo, a vida das pessoas em uma rua na Baixada Fluminense”, explica o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini, que participou da abertura do evento.
Temas como empreendedorismo em comunidades e o uso de inovação tecnológica em prol da inclusão estão na pauta do dia.
Ao todo, 155 palestrantes se dividirão em três palcos. O encontro tem acesso gratuito e quer reunir milhares de visitantes que poderão acompanhar mesas de debates com diversas autoridades, empresários, ambientalistas, pensadores, entre outros nomes de peso.
Abaixo, confira em detalhes como foi um dos painéis de destaque do evento.
“Quando falamos que metade do Brasil não tem acesso a coleta e tratamento de esgoto, começamos a ver o tamanho do desafio do S”. Com esta frase, o diretor de Sustentabilidade e presidente do Instituto Aegea, Edison Carlos, iniciou sua participação no painel “O papel das empresas na transformação social”, realizado entre representantes de empresas como Natura e Aegea e pautado pela discussão de ações práticas de mercado.
“A sociedade vai cobrar cada vez mais das empresas ações ‘fora da casinha’ e quem não entender isso ficará fora do mercado”, afirmou o executivo, que foi presidente do Instituto Trata Brasil antes de assumir o desafio na Aegea, que está no Rio de Janeiro através da Águas do Rio.
O painel foi mediado por Andrea Napolitano, que já teve passagens por PepsiCo, Unilever, Nestlé, GPA, BRF, Johnson & Johnson e Gomes da Costa. Ela abriu falando do desafio das empresas e passou a palavra para o CEO da holding Natura, Fábio Barbosa, que também é conselheiro do Itaú-Unibanco e da Ambev.
“Sou otimista. Se a minha geração não fez a sua parte, certamente deixou filhos que estão fazendo. Há 20 anos ninguém falava que deveríamos ter mais espaço para mulheres e negros, nem que tínhamos que nos preocupar com etarismo”, disse Barbosa, que destacou a importância do investimento em educação como principal ferramenta para derrubar a grande desigualdade social brasileira.
O diretor executivo da certificadora Sistema B Brasil e vice-presidente do conselho do Greenpeace Brasil, Rodrigo Santini, destacou a importância de se estabelecer métricas para que as ações das empresas possam ser avaliadas, com clareza e transparência, pela sociedade e pelo próprio mercado, que precisa de parâmetros para realizar investimentos. “Há 15 anos esses temas eram somente de governos, não eram de empresas. Mas não podemos ficar na linguagem subjetiva. A certificação traz uma clareza para entendermos para onde devemos olhar. Mas ela não pode ser estática, porque a sociedade não é. É um processo de aprendizado contínuo”, explica Santini. “Acredito que cooperação é a palavra da vez”, pontua o profissional, que tem 10 anos de experiência com foco em impacto social e sustentabilidade.
Ao fim do painel, Edison Carlos chamou a atenção para a importância da participação da alta liderança das empresas nos processos ESG. “Precisa estar muito claro para todos de que isso dá retorno. No passado, ouvi muito o argumento de que não gera lucro. Mas as pessoas e o mercado financeiro estão cada vez mais atentos. Felizmente, estamos em um novo momento e perguntas sobre presença de negros e mulheres em cargos de liderança, por exemplo, fazem parte do negócio”, conclui o representante da Aegea e da Águas do Rio. “No nosso negócio, as pessoas vulneráveis são prioridades, isso está no nosso DNA. Elas querem pagar suas contas e precisamos incluí-las encontrando uma fórmula para isso”, complementa.
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