Gastar e cortar
Coluna de Alon Feuerwerker comenta a declaração do ministro da Economia sobre a volta do auxílio emergencial estar condicionada ao teto de gastos
Isabela Rovaroto
Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 19h21.
Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 19h43.
O fim do auxílio emergencial pago ao longo de 2020 por causa da pandemia é talvez a ameaça mais imediata à recuperação econômica ensaiada no final do ano passado. E a reinstalação de um auxílio emergencial com cara de permanente será sinal claro de fraqueza política do governo.
Daí que o ministro da Economia tenha aparecido hoje ao lado do presidente da República para defender que, se pensam em novas despesas, deem um jeito de cortar das já existentes ( leia ). E o presidente aproveitou para dizer que as reformas liberais vão andar, inclusive as privatizações.
Na luta de vida ou morte em torno do comando da Câmara dos Deputados, ninguém quer perder o apoio empresarial. Depois de definida essa refrega, o Congresso se verá às voltas com outro tipo de pressão, a popular. Se a economia sofrer nesta largada de 2021, essa pressão vai subir muito.
A economia depende de imunizar a população, já havia lembrado o ministro da Economia ( leia ). Se é assim, melhor ter cautela. Vamos esperar para ver que bicho dá na Câmara e como vai andar a vacinação. E mesmo se tudo der certo para o governo nas duas frentes ainda será um processo de, no mínimo, meses.
* Analista político da FSB Comunicação
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