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ESG: o futuro da moda é circular

Moletom produzido de forma inédita evitou que 44% do CO₂ fosse emitido e consumiu menos de 30% de água em sua produção

(Bússola/Divulgação)
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Bússola

Publicado em 29 de junho de 2022 às 13h30.

Última atualização em 29 de junho de 2022 às 13h39.

Por Bússola

No dia 17 de maio, para marcar o Dia Mundial da Reciclagem, o Grupo Malwee realizou uma ação inédita na Avenida Paulista, em São Paulo: distribuiu 1,5 mil moletons de uma nova linha da marca ao público. A ideia era simples: qualquer pessoa que doasse cinco peças de roupas usadas ganhava um moletom em troca. Unissex e dupla face, em cinza mescla e diversos tamanhos, o produto foi o único na história de 53 anos da marca catarinense não comercializado.

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Todas as roupas arrecadadas durante a ação foram entregues à Cruz Vermelha São Paulo, que fez a triagem das peças para doação ou reciclagem para a produção de novas roupas.

O moletom da campanha era especial. Criado pontualmente pelo grupo — que inclui as marcas Malwee, Malwee Kids, Enfim e Carinhoso —, foi produzido do que a empresa vem chamando de “fio do futuro”: uma matéria-prima produzida de forma colaborativa partindo de roupas usadas descartadas.

"A criação do 'fio do futuro' é mais uma iniciativa que reforça a nossa legitimidade em inovação em prol da sustentabilidade na indústria e na cadeia da moda”, afirma Taíse Beduschi, gerente de ESG do Grupo Malwee. “A partir dessa matéria-prima, a Malwee passa a transformar roupas usadas descartadas, que virariam lixo têxtil, em peças novas.”

Segunda ela, esse tipo de ação de moda circular tem impacto direto no uso de recursos materiais e está em linha com o plano ESG 2030 da marca. “Firmamos o compromisso público de ter 100% dos nossos produtos fabricados com matérias-primas e processos com menor impacto ambiental nos próximos dez anos”, declara.

Hoje, na sequência da ação do Dia da Reciclagem, a Malwee está promovendo outro processo interessante: o consumidor que levar peças usadas a diferentes pontos de coleta estabelecidos pela marca ao redor do país, gera pontos e, depois, recebe 15% de desconto em suas compras. Todas as roupas coletadas em boas condições são doadas à Cruz Vermelha São Paulo.

Movimento

A ação com o moletom, em maio, inaugurou também um movimento que a Malwee chamou de DES.A.FIO, criado para promover a moda circular e minimizar os impactos que o descarte irresponsável provoca na natureza. O DES.A.FIO, por sua vez, integra o novo posicionamento da marca, iniciado em 2020: "Moda Sem Ponto Final”. Trata-se de uma reformulação das coleções para prolongar a vida útil das roupas, produzindo peças mais duráveis e que podem ser mantidas nos guarda-roupas por muito mais tempo.

De lá para cá, a Malwee anunciou outras ações nessa frente, como uma parceria com o brechó online Repassa e a startup de guarda-roupa compartilhado Roupateca.

"O moletom é um marco na nossa história e reforça o compromisso da Malwee em buscar alternativas por uma moda cada vez mais sustentável”, diz Guilherme Moreno, gerente de Marketing da Malwee.

“É um símbolo da nossa vontade de que a consciência coletiva sobre a importância da reciclagem de roupas aconteça. Como uma evolução do comportamento social, ao longo dos últimos anos, fomos nos acostumando a separar os nossos resíduos e reciclar materiais como papel, alumínio, plástico, vidro… mas, e as roupas? A doação costuma ser o fim do ciclo das peças que escolhemos vestir, porém elas não acabam assim”, afirma Moreno.

“Em algum momento, todos os produtos que um dia já fizeram parte do nosso guarda-roupas serão descartados e quando esse momento chegar, precisamos buscar alternativas de menor impacto para que esse descarte aconteça. Essa é uma questão que precisamos enfrentar enquanto sociedade, e a Malwee está se posicionando na liderança dessa discussão, mostrando que é possível transformar roupas usadas em peças de moda sustentáveis, acessíveis, com qualidade e durabilidade”

Passo a passo

Para desenvolver os moletons, a Malwee recolheu peças sem condições de uso em algumas lojas pelo Brasil por meio do Repassa, um de seus parceiros de circularidade. O montante de roupas foi encaminhado diretamente para o Grupo EuroFios — empresa especializada na reciclagem e produção de fios sustentáveis e parceira da marca em projetos fabris inovadores e sustentáveis há mais de dez anos —, que fez todo o processo de desfibragem e fiação. Juntos, os grupos Malwee e Eurofios criaram o "fio do futuro", que ambas garantem ser inédito no mercado brasileiro.

O fio foi fabricado com 70% de resíduo têxtil pós-consumo, e 30% de uma fibra complementar usada para fortalecer a estrutura e qualidade. Segundo a Malwee, o procedimento evitou que 44% do CO₂ fosse emitido e consumiu menos de 30% de água em sua produção.

Energia eólica

Em janeiro de 2022, a Malwee lançou uma coleção inspirada nas fontes de energia renovável da natureza. De acordo com a marca, “Energia dos Ventos, Novos Caminhos” é uma homenagem à energia eólica utilizada na produção dos produtos da marca desde 2020. Hoje, o grupo afirma que 83% de toda a energia usada em seu parque fabril é de fonte eólica.

“A energia eólica já nos ajudou a reduzir em 19,5% a emissão de gases de efeito estufa em 2020, em relação ao ano anterior — e a decisão de usar esse tipo de energia renovável é crucial para atingirmos a nossa meta de ser Net Zero até 2050”, declara Guilherme Moreno.

Além do uso de energia eólica e do “fio do futuro”, matérias-primas sustentáveis estão presentes na coleção da Malwee, como o fio tinto sustentável, a malha fio-a-fio sustentável e a meia-malha e piquet orgânicos. A marca também adotou outros processos fabris mais limpos: uso de corantes naturais no tingimento das roupas e a redução de até 98% de água na fabricação das peças em denim. O jeans feito com apenas 250ml de água — equivalente a um copo — também faz parte do mix.

Com estes esforços, a Malwee avança, há alguns anos, em uma tendência cada vez mais global: a de produzir de forma sustentável, investindo na economia circular e lançando roupas que são democráticas (para diferentes biotipos, idades e estilos e frequentemente agênero) e atemporais, que duram mais e podem ser revendidas, doadas ou trocadas.

Assinatura de roupas

A Roupateca surgiu há seis anos como uma plataforma de moda compartilhada e tem na circularidade um dos seus principais pilares. Em parceria com a Malwee, a plataforma anuncia que um acervo de peças sustentáveis da marca estará disponível para a comunidade a partir do próximo dia 28 de setembro. A sede física da Roupateca fica no bairro de Pinheiros, em São Paulo, mas as peças podem ser escolhidas também pelo site.

O acesso às roupas se dá por assinatura mensal, trimestral, semestral ou anual, com planos em diferentes quantidades de peças. Os clientes usam as peças escolhidas pelo período selecionado na assinatura e depois devolvem ao acervo. Após o uso, a Roupateca se responsabiliza pela higienização das roupas.

“Sempre admiramos a Malwee justamente por ter um posicionamento mais sustentável e ser uma marca de moda responsável com o planeta e as pessoas”, diz Flávia Netrovski, uma das sócias e fundadoras da Roupateca.

Para Guilherme Moreno, “o conceito de guarda-roupa compartilhado da Roupateca tem tudo a ver com a ‘moda sem ponto final’”. “A moda da Malwee é feita para durar — e, essa parceria faz todo sentido para nós: é uma forma de estender o ciclo de vida das peças fazendo elas circularem por mais pessoas e por mais tempo”, declara.

Este artigo é uma publicação conjunta entre Bússola e Indústria Verde

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