ESG: a beleza da diversidade
Pesquisas comprovam a efetividade, mas não revelam as ótimas histórias humanas que existem por trás da inclusão
Bibiana Guaraldi
Publicado em 29 de novembro de 2020 às 12h13.
Última atualização em 15 de abril de 2021 às 13h58.
Já não pode ser novidade para ninguém que a diversidade melhora os indicadores e a performance financeira das empresas. Consultorias como a McKinsey e tantas outras já provaram isso por A + B em minuciosos estudos.
O que as pesquisas não mostram são as histórias humanas que existem por trás da inclusão. E são muitas. Nos corredores do Parr (Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados) há várias delas.
O Parr é o projeto de ESG da Emdoc, uma empresa especializada em imigração fundada em 1985 pelo empreendedor João Marques. Prestes a fazer 10 anos, o Parr já arrumou emprego para 1.500 refugiados em 350 empresas brasileiras.
E o que João tem visto nesse tempo todo é enriquecedor. “O ganho com interculturalidade é enorme”, afirma ele. E continua: “As empresas que contratam refugiados veem a produtividade aumentar e o turnover diminuir entre os outros funcionários”.
Faz sentido. Você tende a ver as coisas e a lidar com seus próprios problemas de forma diferente quando seu colega de trabalho é um cara que enfrentou situações extremas, como atravessar um deserto sem água nem comida para fugir de gente que queria cortar o pescoço dele.
Um dos primeiros refugiados que conseguiram um emprego logo que o Parr iniciou suas atividades, em 2011, era um homem já maduro que nunca reclamava de nada na indústria que o contratou, em Jundiaí, no interior paulista. O ar-condicionado pifou certa tarde? Tudo bem. A comida do bandejão ficou salgada um dia? Sem problemas.
Uma vez, ele foi visto chorando no banheiro. O motivo: sua filha, que estava desaparecida havia tempos, fora encontrada com vida na África. Imediatamente, todos os funcionários da fábrica se uniram para fazer uma vaquinha que tornasse possível a vinda dela para o Brasil. E ela veio. Será que isso não é um baita exemplo daquela palavra da moda, o tal do engajamento?
Com relação às 350 empresas no Brasil que já contrataram refugiados por meio do Parr, vale uma menção às três que lideram a lista em número de vagas oferecidas, segundo João Marques: Lojas Renner, Carrefour e Sodexo.
*Sócio-diretor da Loures Comunicação
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