Há diversos tênis custando dezenas de milhares de reais (Tiffany/Divulgação)
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Publicado em 28 de fevereiro de 2023 às 11h40.
Collab entre Gucci & Adidas? Tiffany & Nike? Reebok x Pyer Moss? Está curioso com esse movimento que vem acontecendo no mundo da moda? A união entre grifes de luxo e marcas esportivas é uma ação cada vez mais recorrente na indústria.
Talvez você me pergunte: por que essas grifes fariam isso? O que muda para as marcas esportivas? Eu explico. Continue a leitura.
Como assim boom de collabs?
Não é de hoje que as grifes de luxo e a indústria de moda esportiva investem em parcerias para ampliar o seu alcance, gerando bastante buzz em torno do anúncio e despertando o desejo em seus consumidores e colecionadores.
No entanto, o que antes era esporádico se tornou recorrente, fazendo das collabs uma estratégia necessária para a reinvenção de marcas, criadores e artistas. A grande inovação está nas recentes colaborações entre grifes de luxo e marcas esportivas, mercados que, aparentemente, não se conectam.
Após a collab com a Louis Vuitton e a Dior, a Nike já lançou parcerias com a Jacquemus e, recentemente, com a Tiffany & Co (com resultado frustrante). Já a Adidas realizou colaborações com a Gucci, Balenciaga e Stella McCartney. O mesmo caminho tem sido trilhado pela New Balance, Reebok, entre outros nomes da indústria.
O impacto e reconhecimento gerado por essa estratégia é consideravelmente maior que o simples lançamento de uma coleção tradicional. Além disso, a junção de elementos de duas marcas distintas em um único produto transmite uma mensagem impactante ao consumidor, gerando o senso de exclusividade, comum nas grifes de luxo.
O porquê das collabs entre marcas de luxo e esportivas
Antes, preciso explicar que uma estratégia de collab visa associar uma marca ou produto a outros segmentos, conectando públicos, permitindo que a marca “entre” em uma audiência que não tem relação com seu nicho.
No mercado da moda, as collabs têm um outro ponto interessante: despertam o desejo dos consumidores em função da exclusividade da peça. Porém, por que grifes como Gucci, Tiffany e Louis Vuitton querem se comunicar com o público que consome Adidas, Nike, Reebok, entre outros?
Para responder essa pergunta, é preciso ter em mente que as grifes de luxo são associadas a conceitos de tradição, herança e inacessibilidade. Ao colaborar com as marcas esportivas, que são populares, as grandes grifes se colocam como mais casuais e acessíveis (para poucos).
Outro ponto importante: essas colaborações trazem um novo frescor para o mundo da alta costura, pois conseguem se comunicar com o público jovem das marcas esportivas, facilitando o ingresso destes na indústria da moda.
Além disso, essas parcerias ajudam a transferir para as grifes de luxo a ideia de conforto e funcionalidade que a moda esportiva reconhecidamente transmite.
As collabs sempre são pensadas para beneficiar todas as partes envolvidas. Porém, não é exagero afirmar que a balança está mais favorável para as marcas esportivas. Ao se associar a grifes como Gucci e Tiffany, por exemplo, Adidas e Nike se colocam em outro patamar, se inserindo no mercado da alta costura.
E além de todo o valor conceitual e o status gerado pelas colaborações, o buzz em torno desses lançamentos garante um bom faturamento para as marcas esportivas. Afinal, seus produtos passam a ser comercializados por preços exorbitantes.
As collabs também ajudaram a fomentar a conhecida rivalidade na indústria de roupas esportivas. A cada parceria anunciada pela Nike, a Adidas responde com outra colaboração, e vice-versa, gerando discussão, polêmica e todo o burburinho necessário e desejado pela indústria.
Enfim, nas collabs entre grifes de luxo e marcas esportivas quem ganha são todos os envolvidos. Tanto do ponto de vista de branding, quanto de percepção de marca e do alcance de um status descolado e exclusivo.
*Carolina Fernandes é CEO da Cubo Comunicação, palestrante, mentora do curso Marketing para Empreendedores e especialista em Marketing & Comunicação.
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