Encontro online busca impulsionar mulheres negras no mercado de trabalho
Evento acontece no dia 13 de abril com objetivo de empoderar e conectar mulheres negras em uma jornada de desenvolvimento pessoal
Bússola
Publicado em 11 de abril de 2022 às 15h16.
Última atualização em 11 de abril de 2022 às 23h17.
No dia 13 de abril, das 09h às 18h, vai acontecer o Potências Negras Mulheres, um evento online e totalmente gratuito com o objetivo de empoderar mulheres negras e conectá-las com uma jornada de desenvolvimento pessoal e de carreira, abrindo oportunidades de recolocação e crescimento no mercado de trabalho.
A expectativa é reunir 15 mil participantes em uma maratona de palestras, conversas e atrações culturais para mostrar que mulheres negras também possuem o direito de gostar, falar e trabalhar com o que quiserem.
As pessoas interessadas podem se inscrever e saber mais pelo link. A jornada Potências Negras é uma cocriação da Escola Profissas e de Ana Minuto, especialista em diversidade e inclusão com mais de 25 anos de experiência.
No palco virtual do Potências Negras Mulheres estarão referências negras como Karen Santos, CEO da UX para Minas Pretas, Milca da Silva, especialista em DE&I no Nubank, Ana Minuto, especialista em Diversidade Étnico-racial, a diretora de experiências da Profissas Sônia Lesse, entre outras.
Para a realização do evento, os organizadores Profissas e Ana Minuto se uniram a grandes marcas como Tim, Labenu, Will Bank, Raízen, Randstad e Itaú. Essas companhias são importantes aliadas da jornada Potências Negras e estarão presentes durante todo o dia do evento.
As pessoas inscritas poderão conversar com as empresas presentes no evento, se informar ou se inscrever em centenas de vagas de trabalho e oportunidades de carreiras exclusivas divulgadas durante o encontro. Além disso, receberão certificado de participação para impulsionar o LinkedIn e facilitar a conquista do próximo emprego. O conteúdo do Potências Negras Mulheres será disponibilizado por 30 dias.
Segundo Ana Minuto, o evento tem como objetivo trazer e contar histórias de pessoas que conseguiram alcançar seus objetivos profissionais, inspirando as mulheres participantes a não desistir de seus sonhos. “O meu desejo é fazer com elas enxerguem novas perspectivas e possibilidades de ascensão na carreira, preenchendo vagas nas áreas que desejam e movimentando a economia do nosso país”, declara.
Sônia Lesse, diretora de experiências na Profissas, afirma que o encontro vai propor discussões propositivas sobre como formar mulheres negras potentes, oferecendo a elas acesso a oportunidades reais.
“Sabemos que a luta pela igualdade racial e de gênero no mercado de trabalho não é de hoje. E, independente da área de atuação, sabemos que as oportunidades são mais difíceis para mulheres negras”, afirma Lesse.
Segundo ela, o Potências Negras Mulheres quer que as participantes se reconheçam como potências, discutindo vieses inconscientes e crenças limitantes que as sabotam na vida pessoal e profissional.
Desigualdade racial e de gênero
A pesquisa de 2020 “Potências (in)visíveis: a realidade da mulher negra no mercado de trabalho”, é um importante levantamento realizado no Brasil sobre o tema de inclusão racial e de gênero no mundo corporativo. De acordo com o estudo, “apesar de representarem a maior força de trabalho no país, a população negra segue sub-representada no mundo corporativo”.
As mulheres negras são 28% da população brasileira. Juntos, homens e mulheres negras representam 54,9% da força de trabalho do Brasil e 57,7 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE.
Entretanto, representam também grande parte entre os profissionais desocupados e subutilizados. Mesmo nas companhias que possuem ações afirmativas de inclusão racial, o topo da hierarquia ainda é branca e grande parte dos cargos para pessoas negras são para assistentes ou analistas juniores.
Outro dado importante revela que 72% das mulheres negras não foram lideradas por outras mulheres negras nos últimos cinco anos de trabalho. De todas as mulheres entrevistadas, nenhuma é CEO. Além disso, somente 3% delas são gerentes e 2% ocupam posição de diretora.
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