Pessoas fazem fila para buscar ajuda com pedidos de auxílio-desemprego em centro de carreira de Kentucky (Bryan Woolston/Reuters)
Bússola
Publicado em 1 de julho de 2021 às 19h29.
Por André Jácomo*
Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o novo registro do número de desempregados no Brasil. Na medida que leva em consideração o trimestre de fevereiro, março e abril, o IBGE calculou que são 14,8 milhões de desempregados em todo país. Vale considerar que o levantamento anterior, encerrado em março, mediu o recorde histórico da taxa de desemprego.
O retrato é bastante preocupante. Considerando a força de emprego sem ocupação no país, sua maior parte, acima de 40%, encontra-se em situação de desalento. Essa situação é descrita quando a pessoa procura emprego, não encontra e desiste de procurar uma ocupação porque não tem esperanças de que irá encontrar. De acordo com o IBGE, a principal razão para o desalento é a falta de trabalho na localidade da pessoa, seguida da falta de trabalho considerado adequado para o indivíduo.
Embora a economia dê sinais de recuperação, principalmente com as boas notícias de que o ritmo da vacinação ganha tração na maioria dos estados, mesmo quem possui alguma ocupação parece trabalhar com o sinal alerta.
Pesquisa realizada pelo Instituto FSB Pesquisa mostrou que 57% dos ocupados no Brasil possuem algum medo de perder seus empregos por conta dos impactos da pandemia. O medo, claro, é maior nas parcelas mais vulneráveis na questão de trabalho: mulheres, jovens e profissionais sem ensino superior. A mesma pesquisa ainda mostrou que 35% dos brasileiros relataram redução ou perda total do salário ou renda fruto do trabalho.
Mas há perspectivas otimistas. O Ministério da Economia divulgou hoje que o saldo de vagas de empregos (a diferença entre admissões e demissões) foi positivo em maio, com mais de 280 mil vagas formais de trabalho.
A economia também está em busca de suas vacinas.
*André Jácomo é diretor do Instituto FSB Pesquisa
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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