Danilo Maeda: Fim do começo de um ciclo sem fim
Confira uma uma análise sobre os primeiros três capítulos do Guia de Estratégia Adaptativa da Fundação Ellen MacArthur
Plataforma de conteúdo
Publicado em 18 de abril de 2023 às 21h00.
Na coluna de hoje chegamos ao fim da série de artigos sobre o Guia de Estratégia Adaptativa da Fundação Ellen MacArthur. O material explica como o uso do design de forma estratégica permite que organizações cumpram metas de economia circular. Hoje, trataremos com mais detalhes dos três últimos capítulos do Guia: 4. Desenvolver habilidades em design circular; 5. Reformular as normas; 6. Desenvolver ferramentas para projetar e avaliar.
Como vimos na semana passada, o começo do processo para implantar soluções de economia circular passa por compreender o sistema, estabelecer uma visão de futuro circular e regenerativo desde o design e estabelecer conexões e parcerias para implementar soluções circulares. Agora, iniciamos a fase de implementação, com o desenvolvimento de habilidades em design circular. Como explica a Fundação, “profissionais bem treinados e empoderados ajudaram a construir o atual sistema linear – do mesmo modo, podem ajudar a construir uma economia circular também, considerando apenas que são direcionados para resultados diferentes”. Para isso, é muito provável que será preciso estabelecer e aprofundar conhecimento sobre aspectos como design para promover longevidade, reúso, desmontagem e reparos, bem como o design focado em resultados regenerativos. Aqui, o diagrama da borboleta é uma ferramenta valiosa.
- ONU: população da Índia vai superar a da China nos próximos meses
- Tarifa do metrô do Rio de Janeiro fica mais cara a partir desta quarta; veja valor
- Programa de sócio-torcedor do Vitória/BA dispara em 2023
- Quando é a final do BBB 23? Veja data e horário
- Arcabouço fiscal: bloqueio de despesas deixa de ser obrigatório para governo cumprir metas
- HBO Max e Discovery+ se fundem e se tornam uma única plataforma chamada "Max"
O conhecimento empodera e nos permite questionar estruturas pré-estabelecidas. Por isso, a etapa seguinte do processo se propõe a criar novas premissas e normas para orientar o trabalho de design. Nesta fase, as equipes podem usar diretrizes de design circular para determinar atributos como composição material, durabilidade, reparabilidade e interoperabilidade. Essa é uma lógica que pode ser aplicada nos níveis operacional, organizacional, setorial ou até de definição de políticas públicas.
Ao final do guia (que na verdade é só o começo), são apresentadas algumas ferramentas de design que podem facilitar o processo. Particularmente, gosto muito de usar modelos para analisar a realidade e planejar novas possibilidades. Como diz o professor de sistemas complexos Scott E. Page, modelos nos ajudam a pensar melhor e saber usar diversos modelos permite encontrar melhores soluções para diferentes desafios.
A fundação oferece alguns exemplos práticos: “No início da jornada, ferramentas como um canvas de ideação, no contexto de um workshop participativo, podem ajudar a obter envolvimento e adesão, ao mesmo tempo em que revelam outras áreas para inovações de economia circular. Mais adiante no caminho, ferramentas como um canvas para a construção de um modelo de negócios circular podem fortalecer uma nova proposta de valor ou ajudar a avaliar compensações.”
Chegamos assim ao fim do começo de um ciclo sem fim. É piegas e confuso, mas é como a vida se impõe em alguns momentos. E é disso que precisamos para estabelecer sistemas produtivos e uma economia que não terceirize seus impactos negativos.
*Danilo Maeda é head da Beon, consultoria de ESG do Grupo FSB
Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube
Veja também
Danilo Maeda: Pensamento sistêmico e economia circular
Danilo Maeda: O começo do círculo
Mobilidade elétrica em duas rodas acelera a transição energética no Brasil