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Danilo Branco: os próximos passos do Open Finance no Brasil

O Brasil, hoje, conta com um raríssimo caso em que as regulações estimulam a inovação

 (Drazen Zigic/Freepik)

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Publicado em 12 de agosto de 2024 às 15h00.

Por Danillo Branco, CEO da Finansystech by Celcoin

O Banco Central brasileiro é reconhecido por suas características únicas em relação a outras autoridades monetárias internacionais. É um regulador forte e exigente, na mesma medida em que abre espaço para inovações importantes. 

Ele possui uma agenda mais ampla e de longo prazo, entende a necessidade de lançar novas medidas gradualmente, principalmente por tudo  que é proposto também representar um desafio tecnológico para as instituições financeiras do país. 

A agenda BC#, por exemplo, conta com um conjunto de medidas e regulações pensado para criar um sistema financeiro mais transparente e inclusivo. Além do Open Finance e do Open Insurance, essa agenda também é responsável pela criação do Pixuma paixão nacional.

Evolução na agenda de simplificação da jornada do usuário 

As medidas lançadas nas últimas semanas pelo BC e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) são um ótimo indicador da evolução dessa agenda, que procura simplificar as jornadas dos usuários, abrem caminho para o pagamento via Pix por aproximação, ampliam o escopo de instituições obrigadas a participar do ecossistema e estabelecem a estrutura definitiva de governança. 

  • São mudanças importantes, que trazem ainda mais desafios, mas também grandes possibilidades.

A questão do consentimento no Open Finance

É importante entender que o coração do Open Finance está nos consentimentos, que é a concessão dos dados financeiros dos usuários. Quanto mais consentimentos, mais dados – e a partir destes, mais produtos e serviços para o usuário final. 

As novas medidas fazem com que um escopo maior de instituições passe a aderir, obrigatoriamente, no Open Finance. Ao mesmo tempo, o BC criou novas maneiras de fazer a gestão de todo processo para garantir mais segurança, controle e transparência.

Agora, além das instituições chamadas S1 e S2, todas as outras com mais de 5 milhões de clientes são obrigadas a fazer parte do Open Finance. Com isso, 95% das instituições financeiras do país se tornam participantes. 

Além disso, o Banco lançou inovações importantes, como o Pix por aproximação, que amplia o acesso e a utilização do Pix por meio da infraestrutura tecnológica do Open. 

Jornada sem redirecionamento

Outra medida amplamente aguardada pelo ecossistema será finalmente colocada em prática: a jornada sem redirecionamento. Hoje, as jornadas de pagamento em Pix usando o Open Finance tem uma jornada pré-definida, chamada Iniciação de Transação de Pagamentos (ou "ITP"). 

Apesar de ser significativamente mais rápido que o Pix copia-e-cola, o ITP terá ainda menos telas, podendo se tornar similar à aproximação já utilizada pelos cartões de crédito e débito.

Nos próximos passos, ainda é preciso atenção

No entanto, a transição para o Open Finance ainda impõe atenção. Ao mesmo tempo em que é preciso responder às exigências regulatórias, as instituições não podem deixar de inovar e oferecer soluções que atendam às necessidades dos clientes. O que requer esforço do ponto de vista tecnológico e operacional. 

Não podemos descartar aqui o risco de as instituições ficarem tão focadas em atender às exigências regulatórias que percam a capacidade de inovar e criar valor para os clientes, comprometendo assim a adesão do usuário final.

Muitas possibilidades para as instituições financeiras

É importante ressaltar que, acima de tudo, o Open Finance é um conjunto de possibilidades, que abre um leque de possibilidades para as instituições financeiras expandirem seus serviços e alcançarem novos segmentos de mercado. O Banco Central lança medidas e regulações, mas cabe às empresas, fintechs e instituições financeiras entender o que elas significam na prática e criar novas soluções visando o cliente final, que sempre esteve no centro das atenções. 

O futuro do setor financeiro no Brasil promete ser marcado por uma maior integração, personalização e acessibilidade dos serviços. O Brasil, hoje, conta com um raríssimo caso em que as regulações estimulam a inovação.

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