Cristiano Zanetta: A importância da humanização diante das novas tecnologias
Muitos trabalhos serão extintos com a chegada das novas inteligências artificiais, mas muitos outros surgirão
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Publicado em 7 de março de 2023 às 19h30.
Desde que a eletricidade e a Revolução Industrial mudaram os processos de produção com a substituição da mão de obra por máquinas, o mundo passou por inúmeros avanços tecnológicos nos mais diversos segmentos.
Vimos os fios saírem dos telefones, a medicina dando grandes saltos na cura de doenças, a chegada da internet e, nos últimos anos, as redes sociais tomarem conta da nossa rotina, o que também tornou possível a globalização. Portanto, não há como negar os benefícios dessas transformações para a nossa evolução como sociedade.
Os avanços não pararam desde então. E, agora, com a inteligência artificial, tudo acontecerá de forma ainda mais veloz. A barreira que existia entre humano e máquina está prestes a se romper, e com isso vamos assistir o início de uma nova era.
Séries como “Black Mirror” e “Love, Death + Robots", ou até mesmo o filme “Her”, abordam o quão estamos próximos de uma nova realidade que mudará para sempre a nossa relação humana. Essas obras, que diga-se de passagem são muito bem construídas, nos fazem refletir sobre os efeitos colaterais decorrentes de um desenvolvimento tecnológico que já está em curso, e que mostram de diferentes formas como a tecnologia vem afetando as nossas relações, inclusive sobre o que significa ser humano.
Inteligência artificial e o futuro da nossa rotina
Após o boom da IA, podemos ter a convicção de que a inserção de novas tecnologias vai fazer parte da nossa vida cada vez mais. Seja com a realidade mista, carros autônomos, robôs que realizam cirurgias, ou até mesmo com inteligências artificiais que facilitarão o nosso dia a dia.
Isso pode causar um certo desconforto, tendo em vista que ao longo dos anos vimos acontecer a substituição da atuação humana por máquinas, e que agora a tendência é que isso ocorra em proporções ainda maiores.
Um estudo de 2017 da PwC, que analisa o impacto da tecnologia no mercado de trabalho até 2030, mostra que atividades baseadas na rotina e na repetição provavelmente passarão a ser realizadas cada vez mais por robôs e automação. Enquanto funções intelectuais exercidas por profissionais com características como liderança, inteligência emocional, criatividade e capacidade de resolver problemas deverão ser mais valorizadas.
A importância da adaptação
A Inteligência Artificial é uma ferramenta que vem para devolver a nossa humanidade, mesmo que muitos ainda não tenham aceitado. E todo o temor envolvido na questão é compreensível. Inevitavelmente ocorrerá o desaparecimento de alguns cargos, pois muitos deles são facilmente substituíveis, e novas profissões surgirão. Por um lado, não teremos mais que viver sob a linha de produtividade, por outro, teremos que buscar outros meios para atuar em nossas profissões.
Para não sairmos prejudicados diante de toda essa mudança, que já está acontecendo, será imprescindível desenvolver um instinto de adaptação, não deixando de lado o fato de ter que se manter atualizado constantemente e um manter um estudo continuado sobre tudo o que envolve a sua profissão.
O início de uma nova era
Apesar do desconforto que tudo isso vem causando nas pessoas, é preciso lembrar que, de tempos em tempos, grandes mudanças acontecem na humanidade. Assim como ocorreu com a era agrícola, industrial, dos produtos, da informação, dos serviços e da experiência, a transição entre todas elas partiu da necessidade constante de evolução.
No entanto, com a Inteligência Artificial, demos um salto no tempo e a humanização definitivamente é a bola da vez. Estamos sendo empurrados diretamente para a Era do Herói. Uma era que trabalha em prol da humanidade, que nos dá a oportunidade de deixar o nosso lado humano mais aflorado, e que mostra que a única coisa que nos diferenciará das máquinas é a nossa humanização heróica. Afinal, não basta ser bom, tem que fazer o bem, custe o que custar.
*Cristiano Zanetta é empresário, palestrante e filantropo e, há mais de 15 anos realiza visitas sociais em oncologias de hospitais por todo o país, utilizando a armadura do homem morcego
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