Como os e-commerces do Brasil e América Latina transformaram o setor
Com a pandemia, estar online foi mais do que nunca necessário, é aí que o e-commerce ganhou ainda mais visibilidade
Bússola
Publicado em 27 de abril de 2022 às 20h00.
Por Felipe Macedo*
Antes mesmo de o mundo viver uma pandemia, uma transformação digital já se iniciava. Mas as mudanças impostas pelos impactos causados pelo vírus da covid-19 aceleraram o processo. Porque de um lado estavam as empresas quase sem poder trabalhar de forma presencial e do outro lado estavam os consumidores sem sair de casa. Então estar online foi mais do que nunca necessário. Aí que o e-commerce ganhou ainda mais visibilidade e fez muitos empreendedores (mesmo que à força) aprenderem a lidar com as soluções digitais para manter seus negócios vivos.
A América Latina sentiu mais do que o resto do mundo esses impactos. Um estudo da Enext aponta que países como o Brasil tiveram aumento nos números de compras e fizeram essa região do continente chegar a 81% de relevância do varejo online no dia a dia de compras para consumidores, contra 72% do restante do mapa. Para se ter uma ideia, pela primeira vez na América Latina 38 milhões de pessoas compraram on-line. Uma pesquisa da eMarketer mostra que em 2022 o Brasil deve ser o primeiro a se recuperar dos impactos da pandemia até o final do ano.
O que impulsionou o crescimento?
Entre 2019 e 2020 a transformação digital já entrava aos poucos nos negócios, remodelando o jeito de interagir com os consumidores. Acontece que com o decreto da pandemia essa interação se tornou “obrigatória”. Algumas soluções foram fundamentais para dar sustento ao e-commerce nesse período e devem se perpetuar daqui para a frente.
Os smartphones foram a base dessa agilidade que o consumidor encontrou para ter acesso a serviços e produtos de um jeito rápido e fácil. Isso impulsionou as compras. Os pagamentos digitais também foram fundamentais para dar essa agilidade. Mas praticamente nenhuma empresa sobreviveria sem um portal online, porque é lá que as transações são concluídas e as interações com clientes são medidas. Outro fator importante nesse período foram os mecanismos de busca que ganharam importância, uma vez que ir até a loja não era possível.
A presença nas redes sociais virou uma estratégia para elevar a impulsão de vendas online. Todas essas tecnologias têm se potencializado por meio de estratégias de Marketing Digital. Grandes marcas impactaram essa transformação. De acordo com a plataforma Semrush, no segundo trimestre de 2020, os números do Mercado Livre tiveram um aumento de mais de 100% nas vendas de produtos em relação a 2019. Um total de 170 milhões de transações. A Amazon, aqui no Brasil, alcançou um volume de tráfego maior do que 100 milhões de visitas durante a pandemia e isso foi crucial para que os dados da América Latina tivessem um destaque maior em relação ao restante do mundo.
Impactos por setor
Quando se fala em vestuário, claro que logo de cara vem a ideia de que o fechamento das lojas físicas causou prejuízos nas vendas. E isso é verdade. Mas acontece que, por causa disso, os empreendedores foram praticamente obrigados a encontrar outras formas de vender. Assim, mesmo com os impactos, o setor registrou crescimento de 191%, ultrapassando a marca de US$ 14 bilhões em vendas de moda e acessórios, segundo um relatório da PayU. O delivery foi outro que teve um crescimento visível, principalmente nos momentos mais críticos da pandemia. O que se viu foi um uso quase que diário dos aplicativos de comida, como iFood, Rappi e Uber Eats. A compra de alimentos em supermercados de forma on-line, de acordo com uma pesquisa da consultoria Kearney, também saltou de 43% para 61% na América Latina. Eletrodomésticos e eletroeletrônicos tiveram aumento na frequência de compras pela internet durante a pandemia.
Analisar o consumidor é fundamental
Para conquistar o consumidor e fidelizá-lo à sua marca é importante ter um olhar atento sobre quem é esse cliente. Para isso, alguns passos são essenciais. Identifique o perfil ideal de cliente, planeje sua abordagem inicial, qualifique o seu consumidor, converta o usuário em cliente e se relacione com ele depois da venda.
Como deve ser o pós-pandemia?
Uma verdade é quase unânime. A comodidade encontrada nas compras on-line já se consolidou, por isso os empreendedores vão ter que aprimorar cada vez mais suas ferramentas para continuar atendendo o consumidor dessa forma. Agilidade, uma experiência digital cada vez mais personalizada, praticidade e ter as reais necessidades atendidas vai fazer total diferença.
*Felipe Macedo é CO-CEO e Founder da CoreBiz
Siga a Bússola nas redes:Instagram|Linkedin|Twitter|Facebook|Youtube