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Como a Simpress usa o outsourcing na gestão de impactos ambientais

Vittorio Danesi responde sete perguntas sobre como o outsourcing e outros direcionamentos contribuem para a sustentabilidade e o meio ambiente

Vittorio Danesi, CEO da Simpress (Bussola/Reprodução)
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Bússola

Publicado em 4 de agosto de 2022 às 19h15.

Por Bússola

Em entrevista à Bússola, Vittorio Danesi, CEO da Simpress fala sobre como o outsourcing pode contribuir para a sustentabilidade e o meio ambiente, seja por meio do reaproveitamento de materiais que seriam descartados antes do fim de sua vida útil, seja colaborando com o descarte ambientalmente correto.

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Bússola: Aumentar a circularidade dos processos produtivos tem sido um objetivo de diversas corporações. Como o outsourcing pode contribuir neste caminho?

Vittorio Danesi: Acho que ele está inserido de maneira bastante feliz neste processo. Quando uma empresa adquire bens para uma infraestrutura que com o tempo se torna obsoleta, o descarte adequado passa a ser um problema. Mesmo empresas que têm uma maturidade maior na gestão ambiental da atividade fim podem não ter um processo adequado para descarte de materiais relacionados à atividade meio. Quando elas fazem um contrato de outsourcing, essa responsabilidade passa a ser nossa.

Então existe um benefício de não se preocupar com isso e de ter um parceiro que vai atuar com responsabilidade, com o compromisso do reuso e aproveitamento até o fim da vida útil. Nós fazemos um processo de rejuvenescimento do equipamento e entregamos o serviço com garantia de disponibilidade. Com isso, para cada equipamento que recolocamos em campo, economizamos quase 100% dos materiais, deixando de consumir recursos.

Bússola: Como o processo de outsourcing pode reduzir a pegada social e ambiental das organizações e gerar melhor eficiência no uso de recursos?

Vittorio Danesi: Além do reaproveitamento de materiais que seriam descartados antes do fim de sua vida útil, a gente também tem processos de avaliação sobre o histórico de funcionamento dos equipamentos, que permite fazer uma análise de vida útil para entender quando é o momento mais adequado para o processo de rejuvenescimento das máquinas. Quando não é justificável economicamente pelo custo dos componentes, a gente faz o processo de descarte ambientalmente correto.

Do ponto de vista financeiro, o custo total de propriedade (TCO, na sigla em inglês) do outsourcing tipicamente gera uma economia de 20% no prazo de quatro anos.

Bússola: Vocês são focados em outsourcing de equipamentos de TI. Você acredita que essa mesma estratégia pode ser aplicada a outros processos?

Vittorio Danesi: Não tenho dúvida disso. E isso tem relação com o fato de que o outsourcing resolve de forma muito mais estratégica e especializada as atividades-meio, liberando as empresas a focarem sua atuação na atividade fim. Nos meus 20 anos desse mercado, tenho visto que a grande maioria dos clientes não voltam atrás nessa decisão.

Bússola:O laboratório da Simpress entrega isso de que maneira?

Vittorio Danesi: Nosso trabalho tem a vertical do reuso, que se relaciona com a economia circular. Mas os ativos de tecnologia não são infinitos, e como tal existe o desafio do descarte, que é uma grande questão atualmente, quando se pensa no volume de lixo eletrônico gerado. Por isso, a segunda grande vertical é o descarte ecologicamente adequado de todos os equipamentos que a gente retira.

São cerca de 100 mil equipamentos que retornam, com uma taxa de recircularização de 20% a 30 %, o que deixa um volume grande de material a ser destinado. No caso, isso significa aproveitar os componentes em outras atividades e tratar os resíduos sólidos gerados pelo lixo eletrônico, dando o descarte adequado, em processos de reciclagem e reaproveitamento.

Bússola: Como essa atuação se relaciona com a estratégia de sustentabilidade da empresa?

Vittorio Danesi: Acredito que tenha tudo a ver, na medida em que a estratégia de sustentabilidade da empresa passa pela otimização do aproveitamento dos recursos e para minimizar o impacto ambiental na utilização desses recursos. Então, quando pensamos em todos os processos de economia circular que nós adotamos e da rede de circularização de ativos que fazemos, nós temos um impacto direto na sustentabilidade da companhia e da sociedade.

Bússola: Vocês percebem algum tipo de reconhecimento de clientes com relação ao fato de reduzirem suas pegadas ambientais?

Vittorio Danesi: Hoje em dia, quando falamos em companhias de médio e grande porte que não valorizam a sustentabilidade, nós estamos falando de exceções. Observamos de 3 a 5 anos para cá, uma preocupação cada vez mais intensa das empresas em se relacionarem com parceiros e fornecedores que tenham na sua essência, seu propósito e na sua forma de trabalhar as responsabilidades socioambientais. Então sim, enxergamos que há a predisposição dos clientes em se relacionarem com companhias que apresentam essas características no seu posicionamento de mercado e na sua execução

Bússola: E por parte de outros stakeholders?

Vittorio Danesi: Sem dúvida, quando falamos de outros stakeholders, nós falamos principalmente dos acionistas da companhia e dos colaboradores, pois somos uma companhia internacional e temos uma visão de ESG e socioambiental extremamente diferenciada. Temos todas as nossas ações, atitudes, comunicações com o mercado, focada de uma forma cada vez mais profunda e recorrente com essa preocupação.

Então, quando olhamos para o acionista, temos também dentro do nosso perfil de atuação, esse foco, esse perfil e essa estratégia tem tudo a ver com o posicionamento do acionista. E quando falamos em colaboradores, nós como organização, temos a responsabilidade de engajar e envolver os colaboradores dentro desse aspecto, propósito, ambiente e estratégia. Portanto, sim, entendemos que do ponto de vista de stakeholders, tanto na ótica dos acionistas quanto dos colaboradores faz todo o sentido.

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