5G privado é para uso único de uma empresa (Getty Images/Getty Images)
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Publicado em 28 de agosto de 2023 às 13h06.
Por Augusto Panachão*
O 5G Privado é um termo usado para descrever uma rede móvel desenvolvida e operada exclusivamente para uso privado de uma empresa, indivíduo ou organização pública. Ele tem o objetivo de oferecer mais velocidade, latência ultrabaixa, mais confiabilidade, capacidade de rede, mais disponibilidade e uma experiência similar para uma grande quantidade de usuários. Nos últimos meses, testemunhamos diversas notícias relacionadas à chegada da rede 5G em capitais brasileiras, mas pouco foi comentado sobre como as organizações, públicas e privadas, podem se tornar independentes das operadoras e trabalhar com redes mais rápidas, seguras e estáveis através do chamado 5G Privado.
As operadoras são as responsáveis pelas redes de celular com espectro público de frequências, em uma rede compartilhada entre usuários finais e empresas, mas o 5G chegou trazendo algo inovador: há um espaço de frequências dedicado às organizações, que podem montar as suas próprias redes 5G – Private 5G, ou P5G. Com o 4G LTE as redes privadas também eram possíveis, mas sem as características tecnológicas diferenciais do 5G. Afinal, cada vez mais as aplicações corporativas exigem baixíssima latência e muita largura de banda.
Por meio do 5G Privado, o espectro, a rede e os dados executados dentro dele, estão sob o controle de uma única empresa e podem ser restritos a determinadas localizações. Isso serve como um habilitador poderoso para qualquer organização que queira ampliar seus esforços de transformação digital. As vantagens são inúmeras: trafegar volumes crescentes de dados, entregar comunicações ultra confiáveis de baixa latência para aplicações de missão crítica, gerenciar uma infinidade de dispositivos e sensores de forma que eles se comuniquem de maneira mais eficiente e livre, priorizar o tráfego de rede, e muito mais.
Diversos setores da economia se beneficiarão com essa tecnologia, especialmente aqueles que possuem maquinário pesado em ambientes ermos e grandes. Nas mineradoras, por exemplo, o 5G Privado ampliará o uso de veículos autônomos e de controles, conectará vários dispositivos e serviços simultaneamente, etc. Já no agronegócio, os produtores identificarão e reagirão mais agilmente contra pragas e doenças, drones farão o monitoramento do rebanho e a pulverização, além da irrigação ser automatizada. Em fábricas, o sistema de manutenção será mais inteligente, a produção será controlada por inteligência artificial, a rede conectada com big data e a conexão de toda a cadeia logística e produtiva será onipresente, e assim por diante.
Aí você deve estar se perguntando: mas não era possível ter todos esses benefícios com a tecnologia 4G ou Wi-Fi? Pode-se até dizer que sim, mas o 5G Privado tem uma área de cobertura muito maior, mesmo com menos antenas, quando comparado com o Wi-Fi. Empresas que queiram conectar suas máquinas até têm opções mais convencionais, que trafegam poucos dados, ou uma rede Wi-Fi, mas é preciso implantar muitas antenas, tornando o projeto de alto custo.
Isso também vale para o Wi-Fi 6. Normalmente, o seu raio de ação é de dezenas ou centenas de metros da antena. Em uma planta de quilômetros seriam necessárias muitas antenas, muitas vezes tornando o custo do projeto inviável. Não podemos esquecer que o WiFi 6 trouxe diversas capacidades extras e tem várias aplicações nos ambientes corporativos e na Indústria 4.0, mas a área de cobertura dos APs ainda é um ponto limitante para várias aplicações.
É nesse contexto que o 5G Privado pode cair como uma luva, oferecendo uma performance muito melhor que o Wi-Fi, com menos antenas para fazer a cobertura da planta e uma necessidade menor de investimento e manutenção de infraestrutura. Certamente, todo esse desempenho e eficiência impactarão de diversas formas no seu modelo de negócio.
*Augusto Panachão é VP de Soluções e Tecnologia da NTT Ltd.
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