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Opinião: China é viagem obrigatória para empreendedores brasileiros

Com 37 acordos assinados entre Brasil e China, entender a vanguarda tecnológica chinesa é essencial para quem busca inovação no mercado. Confira o artigo de João Pedro Roth

s empresas chinesas têm muito a nos ensinar (Owngarden/Getty Images)

s empresas chinesas têm muito a nos ensinar (Owngarden/Getty Images)

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Publicado em 28 de novembro de 2024 às 10h00.

Por João Pedro Roth, cofundador da Global Route*

Ver em primeira mão a vanguarda tecnológica chinesa e gerar insights para aplicar nas empresas brasileiras é crucial. Na última edição do G20 no Rio de Janeiro, Brasil e China assinaram 37 acordos de cooperação, incluindo temas como agronegócio, cooperação tecnológica e investimentos em áreas que vão de infraestrutura, energia e finanças, a comunicações, turismo e esportes. As empresas brasileiras podem ganhar muito ao aproveitar as oportunidades de explorar esse mercado, mas muitas não sabem como começar e nem como chegar lá.

Vamos aos números

Há 15 anos, os chineses mantêm o posto de principal parceiro comercial do Brasil, com a corrente de comércio atingindo o recorde de US$ 157,5 bilhões em 2023, segundo o Ministério das Relações Exteriores. E não é só aqui: se em 1960 os EUA eram o principal parceiro comercial de vários países, em 2020 a China, não apenas assumiu esse posto, como o fez em uma escala infinitamente maior. Para se ter uma ideia, só na América Latina, em 20 anos o comércio com os chineses cresceu 4.000%:

  • Em 2000 = USD 12 bilhões
  • Em 2023 = USD 490 bilhões

A China hoje é o principal parceiro comercial de nada menos do que 120 países, a ponto de operar diretamente 100 portos em mais de 50 nações. Finalmente, após 11 anos, o Brasil anunciou que irá se unir à Belt & Road Initiative, lançada pela China em 2013 como o maior projeto de comércio internacional da história.

A hegemonia chinesa e seus líderes de mercado

Essa hegemonia chinesa, ainda que muito subsidiada pelo governo, tem criado líderes de mercado nos mais diversos setores da economia, incluindo alta tecnologia - desde a Bytedance com o TikTok que todos conhecemos, até a Tencent que, entre outras coisas, é a segunda maior produtora de games do planeta. Sem falar na BYD ultrapassando a Tesla como fabricante líder de carros elétricos - uma doce vingança da risadinha do Elon Musk desdenhando deles lá em 2010.

E o que isso tem a ver com o meu negócio no Brasil?

Todo bom empresário sabe que, para garantir a competitividade do seu negócio a longo prazo, é fundamental estar antenado nos movimentos de mercado e se atualizar com as inovações tecnológicas e comerciais do segmento. E não há lugar mais propício para fazer isso do que a China. Enquanto os EUA continuam sendo uma referência em tecnologia, boa parte das inovações já nascem em território chinês.

Após décadas atuando como a fábrica do mundo e uma central de cópias de soluções ocidentais, hoje a China desenvolve e produz muita tecnologia avançada. Alguns números que tangibilizam este movimento de independência tecnológica:

  • 23% das publicações científicas do mundo vêm da China, enquanto os EUA publicam 17%;
  • Metade dos registros de patentes feitos em 2022 foram feitos pelos chineses, de acordo com a World Intellectual Property Organization (WIPO);
  • Dois terços do investimento mundial em IA está concentrado na China;
  • O país já produziu 369 unicórnios (empresas de tecnologia com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão) - o Brasil tem menos de 30;
  • Em 2022, 70% dos carros elétricos vendidos no mundo foram produzidos lá.

Por que faz sentido conhecer em primeira mão

As empresas chinesas têm muito a nos ensinar, e é essencial viajar ao gigante asiático para ter um gosto do que pode ser o futuro do Brasil: cidades limpas e arborizadas; seguras (câmeras por todos os lados); silenciosas (ônibus de linha e motocicletas 100% elétricos) e funcionais (transporte público multimodal e de qualidade). Tudo isso se tornou possível através de empreendedores locais com produtos e serviços adequados às necessidades de um país emergente, e em uma escala muito mais desafiadora do que a brasileira.

Converse com qualquer pessoa que foi à China nos anos 2000 ou 2010, e o comentário é quase sempre o mesmo: “Está na hora de voltar porque certamente já mudou tudo de novo” ou “Se já foi impressionante lá atrás, imagina como está hoje!”

Ou seja, para oxigenar a cabeça, beber da fonte da vanguarda tecnológica mundial e gerar insights que perpetuem o sucesso do seu negócio, permita-se conhecer o país, o povo e a cultura da economia mais impactante dos nossos tempos. Ir à China é a melhor aposta para uma experiência de vida e negócio que pode mudar a sua forma de pensar e fazer as coisas.

*João Pedro Roth é cofundador da Global Route, consultoria de internacionalização de empresas, investidor-anjo e membro de redes de internacionalização (Global Class) e empresários (Ciclo Empreendedor). 

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