Bússola Trends: Bê-a- bá de uma estratégia de marketing
Conheça estrutura que você precisa para não cair em falsas promessas
Bússola
Publicado em 31 de agosto de 2022 às 18h30.
Em 1900, a empresa de chocolate alemã Theodore Hildebrand & Son criou uma campanha que retratava – em cartões coloridos distribuídos em caixas de doces – uma previsão criativa de como viria a ser a vida no ano 2000.
Um dos cartões reproduzia um evento acontecendo em um lugar e, ao mesmo tempo, sendo acompanhado por outras pessoas em outro.
Acertaram na mosca ao antever o YouTube ou qualquer canal de streaming.
Carros voadores e trens-barcos também viraram cartões, mas nada disso aconteceu até agora em 2022, embora faltem poucos meses para terminar o ano – não custa sonhar.
Apesar de estarmos nesse futuro onde a tecnologia avançou muito, o marketing tem de, por essência, compreender o mundo que vivemos, decodificá-lo, aproveitar as ferramentas vigentes e falar com um público que deve ser conhecido e estudado.
O alcance e complexidade aumentou, mas a importância que há na simplicidade da construção de uma estratégia que visa atingir um público determinado, não.
O bê-a-bá de um planejamento de marketing deve ser estudado e compreendido, como uma cartilha que estudamos e não esquecemos mais.
Falsas promessas são diariamente disseminadas na internet. Métodos de alcance de pessoas e vendas mirabolantes não faltam.
O que devemos entender é que se não houver uma estrutura a ser respeitada e destrinchada, qualquer alicerce despencará.
Esse bê-a-bá é menos sobre receitas de bolo para seguir e entregar uma estratégia assertiva, e mais sobre definir um ponto de partida que não nos direcione para o caminho errado.
Uma empresa deve saber para quem está vendendo seu produto ou serviço. Chamamos isso de persona.
É possível descobrir mais de uma persona para a mesma oferta, mas isso não muda a premissa de que é fundamental saber quem é o cliente que se quer atingir, como é o seu comportamento, por que ele procura seu produto ou serviço, o que ele precisa ao entrar em contato com a sua marca e se ele pode investir no que você está oferecendo.
Essa clareza é determinante para qualquer negócio.
Para isso é necessário obter informações precisas sobre leads e clientes.
Se antes era necessário encontrá-los ao vivo para conhecê-los, hoje, apesar de sabermos sobre a importância desse encontro, temos dados que nos dão inúmeras informações.
Cruzar esses dados, qualificá-los e identificá-los, é definir “A”, ou “As Personas”, fator primordial para desenvolver táticas e fórmulas para atingi-las.
O segundo passo é empreender em assimilar de que maneira essa persona enxerga o seu negócio. A visão do cliente nem sempre é a mesma que você acredita estar comunicando.
Alinhar essas informações traz credibilidade e fidelidade.
Sabe aquele cliente que volta a comprar? Muito provavelmente vocês estão alinhados com expectativas e perspectivas.
O ponto de vista de ambos está equiparado.
Um ponto importante nessa terceira fase é saber onde seus clientes estão, a fim de construir relacionamentos.
A comunicação de uma marca tem que levar em conta onde seu público está, até para educá-lo para onde você o quer levar.
Quais redes sociais são mais utilizadas pelos seus clientes?
Cada marca tem seus predicativos. Nem sempre o que funciona para uma, faz sentido para outra.
Concorrentes devem estar em um mesmo lugar?
Muito provavelmente, mas entender as próprias peculiaridades fará com que a empresa se diferencie.
Mídias não só podem como devem ser testadas, porém se esses primeiros passos forem muito bem trabalhados, a consequência é um acerto na escolha dos locais de distribuição de conteúdo.
Atenção é uma das moedas mais preciosas que toda a empresa terá.
Capturar a atenção de clientes significa ter um pouco de seu tempo, outra moeda preciosa.
Portanto, assim que detectados os locais de ação, se tornar presente na vida dessas pessoas é atingir um patamar mais alto e criar relações de troca.
Criatividade, junto com um aprendizado profundo sobre quem se quer atingir, faz uma grande diferença.
Depois de muita pesquisa, é nesse momento que se pode elaborar campanhas e jornadas baseadas em tudo que foi estudado.
A diferença entre você e seu concorrente deve estar muito clara e acertos podem ser planejados, rotas redefinidas e um investimento em uma criação de diferenciais pode ser traçado.
Uma vez criado um relacionamento com seu cliente, a troca de informações, disponibilidade de atendimento e escuta, é essencial para que ele se torne um advogado de sua marca; aquela pessoa que indica seu produto ou serviço, seja nas redes sociais, pelo boca-a-boca ou em outros canais.
Essas pessoas contribuem ativamente para a reputação de uma empresa.
Essa publicidade orgânica atrai novos clientes e os retém.
Isso significa, para além de ganhos, mais métricas e relacionamentos mais profundos e duradouros.
Dá para entender o por quê que todas essas dicas são atemporais?
Mesmo que adaptadas para o mundo contemporâneo, elas significam que as marcas têm de, antes de tudo, saber o que elas representam, para que, como e para quem.
Essas perguntas devem sempre servir como cartilha para ajustes a fim de atender clientes da melhor maneira possível e, junto a isso, inovar.
Só é possível inovar quando se está seguro de quem é, onde está, como está, para que está e para quem está.
Parece fácil, né?
Mas nem sempre o bê-a-bá é levado em conta.
Estratégia sem estudo básico não dura muito tempo.
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* Alexandre Loures e Flávio Castro são sócios do Grupo FSB
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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