Ageless: 6 princípios da economia da longevidade, ações e desafios globais
Nesta edição da sua coluna, Mauro Wainstock discute insights do 54º Fórum Econômico Mundial dentro do assunto longevidade
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Publicado em 25 de janeiro de 2024 às 08h00.
Por Mauro Wainstock*
"A longevidade é uma oportunidade para criar uma sociedade mais justa e inclusiva”. Foi desta forma que o secretário-geral das Nações Unida s, António Guterres, se pronunciou durante o “54º Fórum Econômico Mundial” deste ano, realizado emDavos, na Suíça.
Assim como ele, 2.500 líderes de 100 países, entre chefes de Estado e de governo, CEO s de grandes empresas e acadêmicos debateram tendências sobre temas que impactam o dia a dia global, como o envelhecimento populacional e a economia prateada – que deve gerar uma receita deUS$ 16 trilhões até 2030.
Os números são mesmo impressionantes: de acordo com os estudos apresentados, a população acima de 60 anos deve saltar de 1 bilhão em 2020 para 2,1 bilhões em 2050, um aumento de 80%.
Fundador e presidente-executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab destacou: " A longevidade é uma das tendências mais importantes do século XXI. Ela terá um impacto profundo em todos os aspectos da sociedade ".
Já Melinda French Gates, cofundadora da Fundação Bill & Melinda Gates, também foi enfática: "A integração geracional é essencial para garantir que as gerações mais velhas e mais jovens possam colaborar e aprender umas com as outras".
Os participantes discutiram uma série de desafios que precisam ser superados para garantir uma longevidade saudável e produtiva , assim como projetos públicos e privados que devem ser implementados:
No setor de saúde, por exemplo, a longevidade está levando a um aumento da demanda por cuidados de longo prazo. Algumas propostas:
- Criação de sistemas mais eficientes e sustentáveis.
- Adoção de novas tecnologias.
- Foco na prevenção de doenças.
- Desenvolvimento de novas formas de financiamento da saúde e assistência social.
- Criação de programas de apoio para cuidadores.
A longevidade também está promovendo mudanças significativas na educação corporativa e no número de profissionais economicamente ativos, com mais deles trabalhando por mais tempo.
- Por outro lado, quase 40% dos cidadãos do mundo enfrentam instabilidade financeira após imprevistos, como desemprego e doenças.
De acordo com Françoise Bettencourt Meyers, presidente do conselho da L'Oréal , “precisamos investir na educação e na formação profissional para garantir que as pessoas tenham as habilidades necessárias para trabalhar e viver por mais tempo".
Satya Nadella, CEO da Microsoft, acrescenta: "as empresas precisam repensar suas políticas de trabalho e aposentadoria para atender às necessidades de uma força mais diversificada em termos de idade".
Entre as principais iniciativas apresentadas durante o evento estão:
- Investimento na formação profissional.
- Criação de programas de educação continuada para adultos.
- Promoção da educação STEM, que visa incentivar habilidades como o pensamento crítico, a resolução de problemas e a criatividade.
- Promoção da relocação de profissionais para áreas com escassez de mão de obra.
- Criação de novas formas de trabalho que possam permitir trabalhar por mais tempo de forma produtiva e saudável.
- Adoção de horários de trabalho flexíveis.
- Incentivar a atuação de equipes intergeracionais.
- Desenvolvimento de políticas de aposentadoria flexíveis.
- Incentivo do empreendedorismo entre idosos.
Princípios da Economia da Longevidade
O Fórum Econômico Mundial também produziu o relatório“ Princípios da Economia da Longevidade ”, que contempla desafios e oportunidades do envelhecimento da população global, com ênfase para a segurança financeira e a vida saudável.
Princípio 1: Garantir a segurança financeira
Quase 40% a nível mundial enfrentam instabilidade financeira após interrupções não planeadas da carreira, como doenças. A colaboração público-privada é crucial para apoiá-los na superação destes desafios.
Princípio 2: Fornecer acesso universal à educação financeira
Apenas 33% da população mundial é considerada alfabetizada financeiramente.Este baixo número aprofunda as desigualdades socioeconômicas e a falta de esperança em uma vida melhor.
Princípio 3: Priorizar o envelhecimento saudável
A projeção é de que 20% da vida seja prejudicada por doençase, por outro lado, as despesas médicas estão cada vez mais elevadas. O acesso equitativo aos serviços de saúde pode facilitar o bem-estar tanto para o indivíduo como para a sociedade em geral.
Princípio 4: Desenvolver empregos e desenvolver competências ao longo da vida para uma força de trabalho multigeracional
Em termos globais, 25% dos profissionais com 55 anos ou mais desejam trabalhar, mas enfrentam barreiras. As inovações tecnológicas exigem desenvolvimento de competências para se adaptarem e evoluírem, permitindo que prolonguem os seus anos de trabalho, conforme desejado.
Princípio 5: Projetar sistemas e ambientes para conexão e propósito social
Estes fatores são essenciais para uma longevidade saudável e podem mitigar impactos negativos, como o fato de idosos isolados terem mais propensão a problemas de saúde e morte precoce.
Princípio 6: Incluir todas as diversidades (que também estão envelhecendo)
Os benefícios da longevidade não são distribuídos de forma equitativa. A defesa da equidade salarial e previdenciária pode ajudar na saúde e no equilíbrio financeiro.
Para concluir, cito uma frase de Joseph F. Coughlin, diretor do Massachusetts Institute of Technology (MIS) AgeLab, que reforçou a importância destes estudos:
“ Conduziremos pesquisas translacionais integrando as ciências sociais e comportamentais, a engenharia e o design para permitir que governos, empresas e ONGs desenvolvam e implantem sistemas e ambientes que possibilitem 100 bons anos de vida ”.
Bora partir para os nossos 100 anos saudáveis!
*Mauro Wainstock foi nomeado Linkedin TOP VOICE, é mentor de executivos, conselheiro de empresas, palestrante sobre diversidade etária/integração geracional e sócio-fundador da consultoria HUB 40+.
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