Acesso à capital sem preparo leva empreendedora ao endividamento
É preciso elaborar uma estratégia de gestão de capital para não se afundar em dívida
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Publicado em 29 de março de 2023 às 10h00.
Roseana faz pães artesanais. Ela mora em Pernambuco, é mãe e recebe menos de um salário mínimo por mês. Rose tem um produto saboroso e sabe fazer um pitch incrível de venda. Ela iniciou seu negócio há pouco tempo e tem muito potencial. Tive a sorte de conhecer pessoalmente essa empreendedora que tem um sorriso que desarma qualquer um, e provar seu pão.
Sua história faz parte de estatísticas do mundo do empreendedorismo feminino como muitas outras. Conforme a pesquisa Rede Mulher Empreendedora (RME) 2022, a maior parte das empreendedoras pertencem à Classe C, tem faturamento até R$ 2.500, a receita de suas empresas ainda não é suficiente para pagar as despesas e com isso ela não tem dinheiro para investir em melhorias e desenvolver seu negócio, começando, por exemplo, com a formalização da iniciativa.
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Por esse motivo, uma frase que essa dona de negócio pernambucana me falou, me impactou tanto: “Gostaria de receber mentoria mesmo sem ganhar recurso financeiro. Dinheiro se acaba, o conhecimento fica e nos proporciona ganhar dinheiro."
E a fala da Rose é tão forte pois não é uma opinião de uma especialista distante do dia a dia das mulheres. Ela sabe que, embora seja primordial o recurso, acesso à capital sem preparo (especialmente se falamos na modalidade crédito) é levar a empreendedora ao caminho do endividamento.
É uma bandeira difícil de levantar quando, de um lado, tantos oferecem mil e um cursos para negócios ou mulheres, sem dar recursos e a achando que um “tapinha nas costas” e encorajamento bastam para sustentar um negócio (e uma família), e outros oferecem crédito e nenhuma orientação.
Desde o início de nosso trabalho da RME proporcionamos educação financeira e de negócios para as mulheres, e já há alguns anos, associamos a formação ao acesso direto à capital. Uma combinação potente, que nas palavras da Rose, vai perdurar no futuro para a empreendedora continuar prosperando.
*Beatriz Leite é gestora de projetos, formada em gestão ambiental pela USP e pós-graduada em gestão de projetos pelo Senac; atua há quase dez anos em negócios e organizações sociais, nas áreas de longevidade, desenvolvimento local, cultura e empoderamento feminino
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