Número de fraudes na internet cresceu, mas vendas aumentaram bem mais. (Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2021 às 17h29.
Por Andrea Fernandes*
Sim, o título está certo, e vou repetir: a maioria é boa, e sempre será - aliás, esse é um mantra que repito todos os dias. Sou conhecida pelos amigos e parceiros de trabalho como uma pessoa bem otimista – e é verdade, sou mesmo. Sou uma daquelas que realmente acredita nas pessoas e isso vale para todos os campos da minha vida, mas como trabalho com o e-commerce, vou tentar focar o papo de hoje nisso.
Todo mundo já se frustrou ou ouviu de alguém uma história ruim ligada ao e-commerce, seja com um cartão clonado, uma compra de um site que não era confiável ou um atendimento capenga. Por isso, é natural que todo mundo tenha o pé atrás na hora de digitar o cartão de crédito no checkout de uma loja ou marketplace.
Sim, é verdade que o número de fraudes digitais cresceu (53% em comparação a 2019 e 2020), mas temos que olhar o motivo (1) e como ficou o cenário do e-commerce depois disso (2). Ah, e lembrando que teve uma pandemia no meio do caminho.
(1) O motivo é simples, mais gente está comprando online, a oferta é maior e o número de consumidores não para de crescer. De 2019 para 2020 o crescimento do número de pedidos foi em mais de 73%. A inexperiência do consumidor também foi vista como uma brecha para os fraudadores, afinal, 20 milhões de pessoas compraram pela primeira vez na internet brasileira.
(2) O resultado disso deveria ser, na teoria, um número proporcional de fraudes em relação ao crescimento de pedidos, certo? Errado (essa é a hora que o título da coluna faz sentido, querido leitor). O crescimento da fraude não acompanhou o aumento das vendas no e-commerce – ou seja, o volume de boas vendas cresceu.
Todos esses dados são da Clearsale. Em 2020, a empresa evitou um prejuízo de mais de R$ 2,7 bilhões na internet, identificando tentativas de fraude. Foram quase 3 milhões e meio de investidas barradas. Mas você sabe qual é a porcentagem disso em comparação ao mercado todo? 1,34%. A maioria esmagadora é boa.
Posso dizer que tenho a sorte de estar bem próxima da Clear, empresa que deu o embrião para o nascimento do T.Group, que comando hoje. O maior acionista lá é o Pedro Chiamulera, que é o chairman do T.Group. Recentemente, inclusive, a Clear entrou na fila de IPO.
Conversando com o Pedro e com o pessoal da empresa, fico impressionada com tudo que dá pra fazer hoje para evitar fraudes e tornar a internet um ambiente mais seguro e confiável para o consumidor e para o varejista – e esse é o grande objetivo da Clearsale.
Foi também com esse objetivo que criamos o Movimento Compre e Confie e o VIPy. No movimento, listamos e certificamos as empresas que atuam de forma honesta e segura, com reviews dos compradores e um retrato fiel à experiência. Já o VIPy é o aplicativo que conversa diretamente com o consumidor, e aqui o principal objetivo é a transparência: oferecer uma gama de vendedores certificados (são quase 2.500) e mostrar todas as movimentações feitas com seu CPF.
E por isso trago a frase como mantra, repetindo dia após dia. Precisamos lembrar o tempo todo que a maioria é boa – e mostrar pra todo mundo também. É verdade que é um trabalho sem fim – enquanto houver chance, terá gente tentando burlar o mercado, mas o ambiente digital é seguro, SIM!
Por isso, proponho um pacto: esse é um trabalho que deveria ser de todos. É tipo não jogar lixo no chão ou usar o cinto de segurança, deveria ser automático. Se você é varejista, oriente e conscientize seu cliente. Seja transparente com ele, fique próximo, segure a mão para atravessar a rua. Ele não sabe quase nada sobre você que está do outro lado da tela, pense nisso.
E aí? Vamos mostrar que a maioria é realmente boa e manter esse número quase insignificante?
Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube