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“A biologia substituiu a ideologia”, diz Aldo Rebelo sobre a esquerda

O ex-ministro falou ao Bússola Líderes sobre o seu novo livro, que faz um passeio pela história do Brasil e debate propostas para o futuro do país

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Aldo Rebelo (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Aldo Rebelo (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Rafael Lisbôa

Publicado em 28 de maio de 2021 às, 16h40.

Última atualização em 3 de novembro de 2022 às, 19h46.

Por Bússola

A esquerda substituiu a agenda social da luta pela igualdade em favor da luta pela diversidade, e, com isso, a ideologia deu lugar à biologia. É o que afirma Aldo Rebelo, ex-ministro dos governos Lula e Dilma e ex-presidente da Câmara dos Deputados, em entrevista ao Bússola Líderes. “No passado, era a ideologia que orientava a ação dos grupos de esquerda. Agora são as diferenças de raça, gênero e outras questões identitárias que dominam a pauta, que antes tinha o objetivo de mudar o mundo. Acho que isso fez com que a esquerda perdesse a capacidade de encantar e de apresentar uma utopia, um caminho universal para todos”, declarou.

Autor de várias obras publicadas desde o início dos anos 2000, Rebelo acaba de lançar o seu mais novo livro “O Quinto Movimento: propostas para uma construção inacabada”, pela Jornal JÁ Editora. A publicação é uma coletânea de ensaios que propõem debater o Brasil - sua história, sua formação e principalmente seu futuro. O ex-ministro conduz o leitor a reflexões sobre as iniciativas necessárias para a retomada da construção inacabada do país, chamada por ele de Quinto Movimento, já que, até o momento, quatro movimentos históricos marcaram a construção do Brasil. “O livro é uma reunião das minhas convicções, do que eu penso sobre o Brasil, sobre a sua memória, sobre os seus desafios contemporâneos e sobre como retirar o país do imobilismo em que ele se encontra”, disse.

Para Aldo Rebelo, alguns pontos são fundamentais neste projeto de país pós-pandemia: a centralidade da questão nacional, como forma de proteger os direitos básicos e a dignidade dos brasileiros; a retomada do desenvolvimento, como meio de derrotar a crise econômica e social; a redução das desigualdades, como caminho para coesão da sociedade; e o compromisso com a democracia, como acordo possível para a solução das contradições e dos desequilíbrios. “Não devemos estabelecer uma escolha entre o Estado e o mercado. Acho que o Brasil precisa dos dois para enfrentar os desafios ao seu desenvolvimento e crescimento, à geração de riquezas e de oportunidades aos brasileiros”, afirmou.

O Quinto Movimento, na visão de Rebelo, pressupõe a união de forças heterogêneas - sociais, empresariais, intelectuais, políticas e culturais, da cidade e do campo. “Eu defendo a coesão nacional contra a desorientação que existe no Brasil. O país já esteve dividido, mas em torno de causas relevantes. Agora vivemos essa polarização em torno de uma agenda secundária, que é a agenda do comportamento e dos costumes, marcada pela radicalização do discurso político de grupos à direita e à esquerda”, concluiu.

Confira a entrevista completa de Aldo Rebelo a Rafael Lisbôa, diretor da Bússola, e Alon Feuerwerker, analista político e colunista da Bússola, no Bússola Líderes – o canal de entrevistas em vídeo com grandes personalidades do país. O bate-papo é sempre publicado no YouTube da Bússola e no portal da Exame.

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