
"Mercado de energia limpa tem não apenas uma avenida, mas um oceano inteiro pela frente para poder crescer" (Chinafac/iStockphoto)
Em 2015, recebi uma dica de um conhecido com quase 40 anos de atuação no setor de energia: “Compre sem medo ações da primeira empresa de renováveis que abrir capital daqui em diante”.
Só fui me lembrar do conselho em 2018. E comprei. Pouca coisa. Em dez meses, os papéis valorizaram 165%. Depois, como quase todos os outros, caíram com a pandemia. E já se recuperaram.
O mercado de energia limpa tem não apenas uma avenida, mas um oceano inteiro pela frente para poder crescer. E o Brasil, com a matriz invejável que possui, infelizmente não precisa errar muito para deixar escapulir a chance de assumir hegemonia global no assunto. Basta continuar imerso na burocracia extenuante e perdido nos labirintos que historicamente atravancam investimentos.
O mesmo crescimento exponencial deve ocorrer com o mercado de créditos de carbono. De novo, o Brasil tem a chance de se sobressair. E, de quebra, arrumar uma maneira muito rentável de frear o desmatamento e manter suas florestas em pé.
Em entrevista à Exame, o empresário Luis Adaime, fundador da Moss, uma bolsa de carbono brasileira, afirmou que o potencial desse mercado chega a US$ 45 bilhões de dólares anuais.
O cálculo foi feito a partir de estudo da gestora britânica Schroders, que estimou o potencial de certificação do Brasil em 1,5 bilhão de tonelada de carbono por ano. A companhia definiu o Brasil como a “Arábia Saudita do carbono”.
Até atingirmos o patamar de certificar tudo isso falta muito chão. Será que já vale investir como pessoa física nesta seara? A opção aqui seria no chamado mercado voluntário, no qual empresas e pessoas compram créditos para compensar suas emissões ou guardar como investimento.
A plataforma da Moss permite essas transações desde meados do ano passado. Cada crédito que você compra equivale a uma tonelada de carbono cuja emissão foi evitada. Parte do dinheiro vai para os projetos florestais que dedicam seus esforços a preservar a Amazônia.
Sobre o momento certo de investir, talvez aqui me falte o veterano sábio para aconselhar. Mas é um mercado que certamente vale acompanhar de perto.
*Sócio-diretor da Loures Comunicação
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