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9 em cada 10 brasileiros tomariam qualquer marca de vacina contra covid-19

Pesquisa da CNI mostra que um quarto dos entrevistados tem um imunizante de preferência, mas isso não interfere na decisão de vacinar

43% gostaria de ser “sommelier de vacina”, mas só 9% deixaria de tomar se não tiver de sua preferência (Eduardo Frazão/Exame)

43% gostaria de ser “sommelier de vacina”, mas só 9% deixaria de tomar se não tiver de sua preferência (Eduardo Frazão/Exame)

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Publicado em 30 de julho de 2021 às 07h00.

O brasileiro vai se vacinar contra o coronavírus, independentemente da marca da vacina. É o que mostra a 4ª edição da pesquisa Os brasileiros, a pandemia de covid-19 e o consumo, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Instituto FSB.

De acordo com os resultados, 90% da população quer se vacinar mesmo que seu imunizante de preferência não esteja disponível. O levantamento mostra que 43% até gostariam de escolher, no estilo “sommelier de vacina”, mas apenas 9% dizem que deixariam de se vacinar caso o imunizante oferecido não fosse o de sua preferência. No fim das contas, é a vacina no braço que importa. Foram entrevistadas 2.000 pessoas nos 26 estados e no Distrito Federal, entre 12 e 16 de julho de 2021. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.

O fato de o brasileiro aceitar tomar a vacina disponível nos deixa menos apreensivos, não só pela proteção individual, mas pelo benefício para toda a sociedade. Sabemos que a vacinação em massa é fundamental para a retomada econômica. E, quando falo em retomada, falo principalmente em mais empregos, mais renda e mais qualidade de vida para a população. A imunização é o único caminho para proteger a saúde e afastar o risco do coronavírus, que são fatores essenciais para reativar os setores econômicos, as molas do crescimento do Brasil”, declara o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Na população, 71% afirmaram não ter marca preferida, 19% têm preferência, mas não deixariam de tomar a vacina, e apenas 4% disseram que têm preferência por um fabricante e, por isso, deixariam de se vacinar caso o imunizante disponível não fosse o desejado.

A pesquisa mostra a relação direta entre vacina e aquecimento da atividade econômica. A começar pelo medo em relação à pandemia, que vem diminuindo. Nesta rodada da pesquisa, 47% dos brasileiros disseram ter medo grande ou muito grande do coronavírus. No fim de abril, esse percentual era de 56%. A população também está mais confiante em voltar a frequentar estabelecimentos comerciais.

Há três meses, 39% tinham muito medo de frequentar shoppings. Agora, este percentual recuou para 24%. O grande medo em relação a frequentar o comércio de rua também caiu de 36% para 28%. O mesmo se deu em relação ao receio de ir a bares e restaurantes, com recuo de 45% para 34% no percentual de pessoas que têm muito medo.

O economista-chefe da CNI, Renato da Fonseca, explica que essas mudanças ocorreram no ato contínuo de percepção sobre o processo de vacinação. Para 68% da população, o ritmo de vacinação aumentou ou aumentou muito em julho, em relação a junho. No entanto, 62% ainda consideram o processo “um pouco lento ou muito lento”. Embora alto, esse percentual teve queda significativa, de 21 pontos percentuais, em relação às respostas de abril de 2021, na 3ª edição da pesquisa.

A maioria de quem tomou a primeira (70%) considera o critério de prioridade para a vacinação ótimo ou bom (na população total, são 62%). Esse percentual cai para 53% entre os não imunizados. Também entre quem já tomou a primeira dose, 90% consideram o atendimento ótimo ou bom no momento da vacinação, mas apenas 67% deles dizem ter tido facilidade no agendamento e 46% reclamam das filas nos postos de saúde.

Entre abril e julho, intervalo de três meses entre uma edição e outra da pesquisa, o percentual de brasileiros que consideram grave a situação da pandemia de covid-19 no Brasil caiu de 89% para 72%. Há um ano, em julho de 2020, eram 84% os que afirmavam ser grave o coronavírus no país.

O medo é menor devido à percepção de que a mortalidade da pandemia diminuiu muito com o avanço da vacinação. Entre abril e julho, o percentual de pessoas que apostam no aumento do número de casos e mortes recuou de 44% para 18%. Em contrapartida, subiu de 41% para 70% a fatia de brasileiros que apostam na redução da pandemia.

A sensação de desaceleração no número de casos e mortes também levou a uma sensível melhora na percepção da população em relação à economia. Em abril, apenas 18% dos brasileiros achavam que a economia brasileira tinha iniciado sua recuperação. Hoje, são 43%.

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