Bússola
Um conteúdo Bússola

Das empresas brasileiras, 79% não têm maturidade suficiente para inovar

Pesquisa aponta que apenas 23,2% das organizações contam com líderes que admitem praticar a inovação

Manter a chama da inovação acesa nas organizações é um desafio (PM Images/Getty Images)

Manter a chama da inovação acesa nas organizações é um desafio (PM Images/Getty Images)

B

Bússola

Publicado em 22 de agosto de 2022 às 17h15.

Última atualização em 22 de agosto de 2022 às 17h18.

Por Bússola

A dinâmica atual dos negócios aliada ao avanço e à convergência de diversas  tecnologias, além das incertezas do mundo Bani (frágil, ansioso, não linear e incompreensível), impulsionam as organizações para a necessidade constante de inovar. Porém, a maioria das  empresas ainda estão distantes de ter uma cultura voltada à inovação. Um estudo realizado pela ACE Cortex, sobre Corporate Venture Building, com o objetivo de mapear a transformação de novos negócios e serviços, revelou que apenas 23,2% das organizações brasileiras contam com líderes que admitem praticar a inovação.

A pesquisa foi realizada com mais de 200 executivos, com cargos de C-Levels e diretores, e revelou que entre os principais entraves para a inovação estão o desenho de uma estratégia geral (31,4%) e a falta de capacitação dos colaboradores para atuarem com inovação (17,6%). Entre as empresas que não praticam a inovação, a baixa ou média maturidade para atuar com o tema foi indicada por 79,2% delas.

As organizações seguirão sujeitas a entornos que mudam o tempo todo, desafiando a sobrevivência dos negócios. Em razão disso, a necessidade de ser responsável pelos cenários futuros se tornou ainda mais vital, de acordo com Reynaldo Naves, sócio e Managing Partner da Olivia Brasil – consultoria especializada em processos de transformação organizacional, com foco em pessoas. Para o especialista, as mudanças de hábitos sociais, a transformação digital, além da “ausência” de limites e fronteiras de negócios, os ecossistemas,  aceleram ainda mais essas mudanças, que impactam diretamente no cotidiano das organizações.

“As experiências do passado não garantem o sucesso no futuro. Essa é uma das razões pelas quais muitas empresas encerram suas atividades ao longo dos anos, pois o mundo muda constantemente, assim como as pessoas, seu comportamento, as formas de nos relacionarmos e consumirmos, além dos nossos gostos e preferências. Isto nos obriga a antecipação e a tomadas de decisão ágeis, a deixarmos de olhar somente a tendência do presente para começarmos a identificar sinais que marquem o caminho, com o objetivo de projetarmos cenários e assim nos adiantarmos ao que possa acontecer ou não, no futuro”, afirma Naves.

Mas manter a chama da inovação acesa dentro das organizações é um grande desafio, já que a cultura de inovar deve permear as empresas que desejam não apenas sobreviver, mas também crescer. “Acreditamos que as companhias nas quais a inovação esteja imersa em sua cultura e na forma de fazer as coisas estarão melhor preparadas para desafiar-se e nutrir-se das possibilidades que a mudança traz consigo”, diz o sócio e managing partner da Olivia Brasil.

Realizar o alinhamento dessa mentalidade entre todos os colaboradores não é uma tarefa fácil, razão pela qual o envolvimento dos líderes nesse processo é indispensável, já que os projetos precisam de um “patrocínio” e a inovação deve ser guiada, pois as iniciativas devem estar alinhadas com o plano estratégico da organização. “Os gestores devem se envolver nos projetos por meio de perguntas, incentivos e conduzir a execução deles, pois dessa forma as práticas inovadoras serão estimuladas dentro de suas empresas”, declara Naves. O especialista sinaliza que admitir o erro, aprender e corrigir rápido, é uma característica imprescindível para quem está liderando um projeto de inovação.

O alinhamento de estratégia com a cultura também é uma das maiores dificuldades das organizações brasileiras envolvendo esse assunto. “Peter Drucker já dizia que a cultura come a estratégia de café da manhã. O desafio é maior quando queremos fazer de nossa organização uma entidade inovadora, porque neste caso a inovação deve sair do plano puramente discursivo e ser levada à ação”, declara Naves.

O especialista lista alguns passos para que esse alinhamento seja bem-sucedido: é necessário o compartilhamento da visão comum e o propósito da inovação. Isso movimenta a organização e cria o impulso para fazer coisas novas, redefinir constantemente o que é valioso para o cliente, questionar, assumir e administrar erros naturais do processo, ter agilidade na detecção de oportunidades, além do verdadeiro desejo de inovar.

Ele sinaliza que esse processo não é nada fácil, mas quem não começou, já está atrasado, inclusive porque muitos investimentos podem ser “comidos no café da manhã”.

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube

Veja também

Bússola & Cia: Auxílio Brasil e Pronampe terão impacto positivo no PIB

Receita líquida do Grupo Madero cresce 43,7% para R$ 358 mi com retomada

Quer aprender mais sobre fundos de investimento? Aprenda com o Safra

Acompanhe tudo sobre:EmpresasGestãoInovação

Mais de Bússola

O que grandes empresas estão fazendo para ajudar o Rio Grande do Sul?

Bússola Poder: RS, o culpado está no espelho

Dia das Mães: Burger King vai distribuir 20 mil lanches para ajudar desabrigados no RS 

Ultragaz quer avançar na distribuição de biometano no país

Mais na Exame