(Freepik/Reprodução)
Plataforma de conteúdo
Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 13h00.
A inteligência artificial não é mais tendência, mas sim o vetor que ditará os principais pontos de transformação empresarial e econômica do mundo em 2026.
Afinal, segundo estudo global da McKinsey, 72% das organizações no mundo já utilizam tecnologias de IA.
“Esse avanço marca uma mudança importante na forma como a IA é encarada pelas empresas. A partir de agora, ela deixa de ser tratada como uma camada adicional de eficiência e passa a influenciar decisões estruturais de tecnologia”, diz Gustavo Bassan, VP de Engenharia da BossaBox.
Convidamos o especialista da consultoria, que é referência no modelo de squads-as-a-service no Brasil, para elencar 5 tendências de IA que determinarão o avanço das empresas de tecnologia em 2026.
A seguir, o especialista apresenta cinco tendências que devem moldar o mercado em 2026, influenciando diretamente a forma como as organizações operam, inovam e competem:
Os agentes de IA deixam de ser ferramentas de apoio e passam a atuar como parte ativa da operação, executando fluxos completos de trabalho e não apenas tarefas isoladas.
Em vez de só “ajudar”, esses agentes começam a assumir responsabilidades claras dentro dos sistemas e dos processos.
“A partir do momento em que a IA consegue planejar, executar e ajustar tarefas sozinha, ela entra no time de verdade. Isso muda como desenhamos sistemas, distribuímos responsabilidades e organizamos o trabalho de engenharia”, diz Bassan.
A IA deixa de ser tratada como iniciativa paralela ou prova de conceito e passa a fazer parte da infraestrutura central dos produtos digitais.
Ela influencia decisões de arquitetura, experiência do usuário e evolução do produto desde a concepção.
“Quando a IA vira infraestrutura, ela deixa de ser uma feature e passa a ser um pressuposto. Times que ainda tratam IA como experimento vão ter dificuldade de competir com quem já projeta produtos pensando nela desde o início”, explica Bassan.
O papel do desenvolvedor começa a mudar de forma estrutural. Com a inteligência artificial assumindo partes relevantes da geração e da revisão de código, o foco deixa de ser apenas escrever linhas e passa a ser orientar, validar e integrar decisões tomadas por sistemas automatizados.
“Na prática, o desenvolvedor passa a gastar menos tempo escrevendo código do zero e mais tempo definindo contexto, avaliando decisões e garantindo que o que foi gerado faz sentido dentro da arquitetura e do produto”, diz o especialista
A automação começa a se impor sobre a lógica de simples assistência no desenvolvimento de software, com impactos diretos na produtividade, na arquitetura dos sistemas e na forma como times de engenharia são estruturados.
À medida que a IA assume tarefas completas, o valor do trabalho humano se desloca.
“Quando a automação entra de verdade, ela não acelera só a entrega. Ela muda como os sistemas são pensados e quais perfis fazem sentido no time. Engenharia passa a ser muito mais sobre arquitetura, integração e decisão do que sobre execução repetitiva”.
A tendência é que a IA mude o conceito de produtividade em engenharia. Em vez de apenas executar as mesmas tarefas mais rápido, os times passam a entregar mais coisas, explorar mais caminhos e assumir trabalhos que antes não cabiam no tempo ou no orçamento.
A produtividade deixa de ser só eficiência e passa a ser ampliação de escopo. Isso transforma o dia a dia dos times e o tipo de tarefa que ganha espaço.
“O impacto mais profundo não é só acelerar o que já existia, mas viabilizar coisas que simplesmente não seriam feitas antes. Isso muda como priorizamos trabalho, como organizamos backlog e como medimos valor em engenharia”, conclui Gustavo Bassan.