3 passos para aumentar o bem-estar e fortalecer mulheres no mercado de trabalho
Cuidados com a saúde geram retornos positivos para todos, e a tecnologia pode ajudar a monitorar, cada vez mais de perto, a qualidade de vida da companhia
André Martins
Publicado em 8 de março de 2021 às 17h23.
Em março, nós mulheres ganhamos visibilidade. O termo empoderamento feminino atinge seu pico de popularidade no Google Trends. Nos demais meses, a procura pela expressão não chega sequer à metade.
Uma pesquisa realizada em 2019 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), com 13.000 organizações de 70 países, mostrou que 60% das empresas aumentaram sua lucratividade em até 20% graças ao trabalho de mulheres em cargos de gestão, além de terem conseguido aprimorar indicadores como criatividade, desempenho e captação de novos talentos, fatores-chave para alavancar o negócio.
De fato, o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é uma oportunidade para que áreas estratégicas das empresas, como Recursos Humanos ou as próprias direções gerais, reflitam e estabeleçam ações de alto impacto para fortalecer o bem-estar e o crescimento das mulheres no ambiente corporativo.
Pensando nisso, listei três passos que poderão ajudar as empresas nessa jornada:
1- O bem-estar direcionado deve fazer parte da agenda
Uma pesquisa da Deloitte, feita com quase 400 mulheres em todo o mundo, mostrou que 82% delas apresentam impactos adversos em decorrência da mudança de rotina, inclusive em seu bem-estar físico, e incapacidade de conciliar trabalho e compromissos pessoais. Nesse mesmo estudo, 45% das mulheres consideram que as empresas devem promover programas de saúde mental, enquanto 44% consideram necessário ter planos de saúde física.
A tendência é que as empresas interessadas nessa agenda de bem-estar privilegiem a flexibilidade e a personalização, pois assim como o trabalho pode ser feito à distância, as opções de cuidados com a saúde também podem seguir esse caminho.
Basta que a empresa mantenha isso entre suas prioridades.
No fim, fazer com que as mulheres tenham um sentimento de pertencimento por algo relacionado ao ambiente em que trabalham só trará retornos positivos para todo mundo.
2- Desafie o "sempre fizemos assim"
O home office, a integração de computadores remotos, a adaptação a plataformas tecnológicas e os modelos híbridos são apenas alguns dos exemplos que já fazem parte do nosso dia a dia e que nos mostram que, quando queremos, mesmo que não seja fácil, conseguimos nos adaptar rapidamente a uma determinada situação, deixando para trás a ideia do “sempre fizemos assim”.
Inovação e crescimento já são o foco de muitas empresas. E a capacidade de inovar de uma empresa está diretamente ligada a quanto essa organização consegue ser diversa em suas múltiplas vertentes, incluindo o equilíbrio de gênero em cargos de liderança.
Um estudo do Boston Consulting Group apontou que as mulheres possuem uma visão mais holística sobre a companhia, resultando assim em um retorno maior a longo prazo. Em complemento a isso, uma outra pesquisa, agora da McKinsey, revelou que as empresas lideradas por mulheres têm, em média, 15% a mais de lucros porque elas são mais atentas aos detalhes.
3- Monitore continuamente o ambiente de trabalho
Os Recursos Humanos desempenham um papel fundamental no novo ambiente de trabalho das empresas ao fornecer parâmetros, processos e iniciativas que desencadeiam ambientes de trabalho mais saudáveis, igualitários, respeitosos e harmoniosos.
Felizmente, eles têm vários aliados e tecnologias que podem ser adotadas para fortalecer um ambiente melhor, como aumentar a frequência de envio de pesquisas de pulso e questionários para obter informações sobre saúde, bem-estar, pontos positivos e negativos.
Além de fornecer dados sobre aspectos como o ambiente de trabalho e a comunicação, o monitoramento ainda permite uma transformação positiva e contínua do ambiente, valorizando cada vez mais as minorias dentro das organizações.
* Priscila Siqueira é CEO Brasil do Gympass
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