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Zelada diz acreditar em meritocracia na Petrobras

Ex-diretor da Área Internacional ocupou de 2008 a 2012 a cadeira na diretoria por indicação da cúpula do PMDB, em substituição a Nestor Cerveró

Jorge Zelada presta depoimento à CPI que investiga denúncias de corrupção na Petrobras (Geraldo Magela/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 21h02.

Brasília - O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Zelada disse nesta quinta-feira acreditar no critério da "meritocracia" para assumir seu posto na estatal.

Zelada ocupou de 2008 a 2012 a cadeira na diretoria por indicação da cúpula do PMDB, em substituição a Nestor Cerveró.

Questionado pelo senador Aníbal Diniz (PT-AC) na CPI da Petrobras do Senado se a estatal permite a ascensão funcional por coloração partidária, ele respondeu que sua própria trajetória na empresa demonstra que os funcionários de carreira têm condições de assumir o posto.

"Eu acredito, sim, na meritocracia para exercer este cargo", afirmou, ao dizer que não é filiado a nenhum partido político.

Ele também afirmou que o comitê de proprietários da refinaria de Pasadena não chegou a funcionar efetivamente.

Ele disse que se chegou a ter uma reunião convocada, em junho de 2006, na época do processo de arbitragem.

O representante da Petrobras nesse conselho era Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal que chegou a ser preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Ele disse que o comitê era necessário para se ter outra instância de conversa entre a estatal a sócia belga Astra Oil. Contudo, segundo ele, na única reunião prevista do comitê, um representante da sócia não participou.

O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras disse também sobre o tema que a estatal começou um processo de arbitragem sobre Pasadena após o Conselho de Administração da empresa ter se recusado a aprovar a compra dos 50% remanescentes da refinaria.

Isso ocorreu em maio de 2008.

Em depoimento à CPI da Petrobras do Senado, Zelada disse que a decisão da Justiça validou o laudo da arbitragem favorável à compra a segunda metade de Pasadena.

Ele disse que a decisão da arbitragem foi de fazer a compra com o valor abaixo do que tinha sido negociado inicialmente.

"O acordo final, depois que saíram todas as decisões judiciais, foi conduzido pela área Corporativa da Petrobras", afirmou.

Zelada revelou que assinou um resumo executivo sobre a compra dos 50% remanescentes da refinaria de Pasadena em 2008 que tinha sido elaborado pelo seu antecessor no cargo, Nestor Cerveró.

O ex-diretor confirmou que assinou o resumo poucos meses após assumir o cargo. Ele assumiu em março de 2008 e assinou o documento dois meses depois.

São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das ações despencando e produção de petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
  • 2. Investigação sobre propina

    2 /11(Sérgio Moraes/Reuters)

  • Veja também

    Em fevereiro, ex-funcionários da holandesa SBM, que aluga navios-plataformas, fizeram denúncias que apontam que empregados da Petrobras receberam propina para fechar negócios. O processo indica que funcionários e intermediários da petroleira receberam cerca de 140 milhões de dólares. A Petrobras abriu uma auditoria interna para apurar as denúncias. Segundo Graça, os primeiros resultados da auditoria levaram 30 dias para sair. A Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados aprovou hoje requerimento para que a empresa esclareça tais irregularidades.



  • 3. Endividamento bilionário

    3 /11(REUTERS/Nacho Doce)

  • A captação de  8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.

  • 4. Queda da produção

    4 /11(Pedro Lobo/Bloomberg News)

    Em 2013, a produção de petróleo da Petrobras caiu 2,5% no Brasil. Neste ano, em janeiro, a produção também recuou.  No primeiro mês do ano, a produção total de petróleo e gás natural ficou 2,2% abaixo do total produzido em dezembro de 2013, quando atingiu 2,36 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Segundo a empresa, a interrupção da produção em duas unidades instaladas na Bacia de Campos e a venda de participação no Parque das Conchas impactaram a produção do período.


  • 5. Multa bilionária

    5 /11(REUTERS/Sergio Moraes)

    Entre outubro de 2013 e janeiro deste ano, a Petrobras recebeu cinco autuações da Receita Federal que somam 8,7 bilhões de reais. As informações estão no prospecto preliminar publicado na Securities and Exchange Comission (SEC), regulador do mercado de capitais da América do Norte. A Petroleira informou que já apresentou recursos em todos os casos. O processo ainda está em fase de julgamento.

  • 6. Ações despencaram

    6 /11(Alexandre Battibugli/EXAME)

    No final do mês passado, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras caíram  para o menor nível desde 2005 após a divulgação de que a dívida líquida da empresa havia crescido 50% no último ano. Os papéis preferenciais da empresa tiveram a maior queda da bolsa de São Paulo no dia 26 de fevereiro. As ações fecharam o dia cotadas a 13,70 reais, seu menor valor desde 27 de dezembro de 2005.

  • 7. Valor de mercado menor

    7 /11(Dado Galdieri/Bloomberg)

    A Petrobras foi a empresa que mais encolheu em valor de mercado no mês de fevereiro deste ano.
    Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.

    No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.

  • 8. Preço do dólar divergente

    8 /11(Bruno Domingos/Reuters)

    Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.

    A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
  • 9. Preço do combustível

    9 /11(Divulgação/Petrobras)

    A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico  reajuste no preço do combustível.

    A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.

  • 10. Independência do governo

    10 /11(Francois Lenoir/Reuters)

    No mês passado, Silvio Sinedino, funcionário da Petrobras há 26 anos e presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), ganhou o direito de ocupar uma cadeira no conselho de administração da estatal. Ao que tudo indica, Sinedino quer deixar claro que os funcionários da companhia não compactuam com a ideia de que as decisões da empresa teriam de estar totalmente alinhadas às decisões do Governo Federal. Hoje o conselho da Petrobrás é formado por dez membros, sete indicados pelo governo, um pelos acionistas minoritários de ações minoritárias, um pelos acionistas de ações preferenciais e um pelos empregados.





  • 11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país

    11 /11(AGÊNCIA BRASIL)

  • Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCaso PasadenaCombustíveisCongressoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoPolítica no Brasil

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