Youssef e Costa mantêm contradições sobre campanha de Dilma
Na CPI da Petrobras, o doleiro e o ex-diretor da Petrobras mantiveram versões contraditórias sobre a campanha eleitoral da presidente
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2015 às 20h49.
Brasília - O doleiro Alberto Youssef reiterou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras nesta terça-feira que não fez repasses de recursos ao ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci e à campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff , mas afirmou que outro colaborador da operação Lava Jato esclarecerá essa questão.
Já o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa confirmou, durante a acareação com Youssef na CPI da Câmara, depoimentos feitos anteriormente, segundo os quais, Palocci, que era coordenador da campanha eleitoral de Dilma em 2010, pediu dinheiro para a campanha, que teria sido disponibilizado por Youssef.
Em depoimento à CPI, o doleiro negou ter recebido o pedido e disse não conhecer Palocci.
“Eu não conheço Palocci, nem assessor dele, nem o irmão dele e não fiz o repasse. Mas existe outro réu colaborador que está falando. Há uma investigação em relação ao Palocci e em breve vocês vão saber quem repassou os recursos”, afirmou Youssef, segundo Agência Câmara.
Em outro momento da sessão da CPI, Costa disse que, pelo que se lembra, pediu para Youssef fazer esse pagamento a Palocci. “E foi recebido, porque quando não tinha nenhum pedido é porque aquilo foi recebido...na minha lembrança foi feito pedido pelo ministro Palocci”, disse Costa.
Durante a acareação, Youssef reafirmou que, na sua percepção, o Palácio do Planalto tinha conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras e que chegou a essa conclusão porque, segundo ele, Paulo Roberto Costa mencionava que tinha de falar com o Planalto quando havia problemas.
O doleiro também declarou aos parlamentares que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu dinheiro de um suposto esquema de corrupção envolvendo Furnas, subsidiária da estatal Eletrobras.
"Eu confirmo (que Aécio recebeu dinheiro de corrupção em Furnas) por conta do que eu escutava do deputado José Janene (falecido), que era meu compadre e eu era operador dele", disse o doleiro, acrescentando depois não ter tido qualquer contato pessoal com Aécio.
A assessoria de imprensa do senador afirmou que o que Youssef voltou a declarar é que ouviu dizer que o senador recebeu dinheiro de propina de Furnas, como já havia feito em depoimento anterior e que a Procuradoria-Geral da República não viu indícios de irregularidades para pedir a investigação do presidente do PSDB ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota, o PSDB afirmou que as declarações de Youssef "não se tratam de informações prestadas, mas sim de ilações inverídicas feitas por terceiros já falecidos".
ACUSAÇÃO DE INTIMIDAÇÃO
Youssef e Costa fizeram acordo de delação premiada e já foram condenados no âmbito da operação Lava Jato, que investiga corrupção envolvendo empresas estatais, órgãos públicos, empreiteiras e políticos.
Já com quase quatro horas de depoimentos na CPI, Youssef acusou o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ) de intimidá-lo. O doleiro falou que havia na sala da CPI um deputado que o estava intimidando. Pansera, então, questionou quem era, e o doleiro respondeu: "É vossa excelência." Pansera disse alguns minutos depois que o doleiro não precisava se sentir ameaçado.
"Estou com a consciência tranquila. Não tenho nada contra sua pessoa. Não se sinta ameaçado por mim, mas vou continuar fazendo as investigações necessárias."
Inicialmente, Youssef se recusou a falar na sessão de acareação, com base em uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que lhe garantiu o direito de permanecer em silêncio e de ser assistido por seus advogados durante a acareação. Em determinados momentos, ele preferiu não responder aos questionamentos.
Já Paulo Roberto Costa disse desde o início da sessão estar disposto a colaborar, mas ressaltou que não teria fatos novos.
"Já dei 126 depoimentos, então não vou ter hoje novidades para vocês, eu posso esclarecer algumas coisas. Estou aqui para colaborar, mas não tenho novidade para colocar", afirmou.
Costa confirmou também o repasse de recursos para a campanha eleitoral da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), informação que foi ratificada por Youssef.
A senadora reafirmou em nota nesta terça-feira que não recebeu qualquer recurso de Youssef ou Paulo Roberto Costa, que não os conhece e que "jamais manteve contato" com os delatores.
Texto atualizado às 20h49
Brasília - O doleiro Alberto Youssef reiterou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras nesta terça-feira que não fez repasses de recursos ao ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci e à campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff , mas afirmou que outro colaborador da operação Lava Jato esclarecerá essa questão.
Já o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa confirmou, durante a acareação com Youssef na CPI da Câmara, depoimentos feitos anteriormente, segundo os quais, Palocci, que era coordenador da campanha eleitoral de Dilma em 2010, pediu dinheiro para a campanha, que teria sido disponibilizado por Youssef.
Em depoimento à CPI, o doleiro negou ter recebido o pedido e disse não conhecer Palocci.
“Eu não conheço Palocci, nem assessor dele, nem o irmão dele e não fiz o repasse. Mas existe outro réu colaborador que está falando. Há uma investigação em relação ao Palocci e em breve vocês vão saber quem repassou os recursos”, afirmou Youssef, segundo Agência Câmara.
Em outro momento da sessão da CPI, Costa disse que, pelo que se lembra, pediu para Youssef fazer esse pagamento a Palocci. “E foi recebido, porque quando não tinha nenhum pedido é porque aquilo foi recebido...na minha lembrança foi feito pedido pelo ministro Palocci”, disse Costa.
Durante a acareação, Youssef reafirmou que, na sua percepção, o Palácio do Planalto tinha conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras e que chegou a essa conclusão porque, segundo ele, Paulo Roberto Costa mencionava que tinha de falar com o Planalto quando havia problemas.
O doleiro também declarou aos parlamentares que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu dinheiro de um suposto esquema de corrupção envolvendo Furnas, subsidiária da estatal Eletrobras.
"Eu confirmo (que Aécio recebeu dinheiro de corrupção em Furnas) por conta do que eu escutava do deputado José Janene (falecido), que era meu compadre e eu era operador dele", disse o doleiro, acrescentando depois não ter tido qualquer contato pessoal com Aécio.
A assessoria de imprensa do senador afirmou que o que Youssef voltou a declarar é que ouviu dizer que o senador recebeu dinheiro de propina de Furnas, como já havia feito em depoimento anterior e que a Procuradoria-Geral da República não viu indícios de irregularidades para pedir a investigação do presidente do PSDB ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota, o PSDB afirmou que as declarações de Youssef "não se tratam de informações prestadas, mas sim de ilações inverídicas feitas por terceiros já falecidos".
ACUSAÇÃO DE INTIMIDAÇÃO
Youssef e Costa fizeram acordo de delação premiada e já foram condenados no âmbito da operação Lava Jato, que investiga corrupção envolvendo empresas estatais, órgãos públicos, empreiteiras e políticos.
Já com quase quatro horas de depoimentos na CPI, Youssef acusou o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ) de intimidá-lo. O doleiro falou que havia na sala da CPI um deputado que o estava intimidando. Pansera, então, questionou quem era, e o doleiro respondeu: "É vossa excelência." Pansera disse alguns minutos depois que o doleiro não precisava se sentir ameaçado.
"Estou com a consciência tranquila. Não tenho nada contra sua pessoa. Não se sinta ameaçado por mim, mas vou continuar fazendo as investigações necessárias."
Inicialmente, Youssef se recusou a falar na sessão de acareação, com base em uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que lhe garantiu o direito de permanecer em silêncio e de ser assistido por seus advogados durante a acareação. Em determinados momentos, ele preferiu não responder aos questionamentos.
Já Paulo Roberto Costa disse desde o início da sessão estar disposto a colaborar, mas ressaltou que não teria fatos novos.
"Já dei 126 depoimentos, então não vou ter hoje novidades para vocês, eu posso esclarecer algumas coisas. Estou aqui para colaborar, mas não tenho novidade para colocar", afirmou.
Costa confirmou também o repasse de recursos para a campanha eleitoral da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), informação que foi ratificada por Youssef.
A senadora reafirmou em nota nesta terça-feira que não recebeu qualquer recurso de Youssef ou Paulo Roberto Costa, que não os conhece e que "jamais manteve contato" com os delatores.
Texto atualizado às 20h49