Brasil

Votação do Caixa 2 é adiada

Depois da pressão feita pela população e da proporção que o tema alcançou, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), adiou a votação do projeto que deve anistiar políticos que cometeram o crime de caixa dois. A anistia seria inserida no pacote das Dez Medidas Contra a Corrupção, propostas pelo Ministério Público e […]

Rodrigo Maia, o presidente da Câmara dos Deputados (Adriano Machado/Reuters)

Rodrigo Maia, o presidente da Câmara dos Deputados (Adriano Machado/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 17h52.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h13.

Depois da pressão feita pela população e da proporção que o tema alcançou, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), adiou a votação do projeto que deve anistiar políticos que cometeram o crime de caixa dois. A anistia seria inserida no pacote das Dez Medidas Contra a Corrupção, propostas pelo Ministério Público e endossadas por mais de 2,4 milhões de assinaturas.

As negociações sobre o projeto foram feitas quase em sua totalidade de portas fechadas e a redação final ficou acertada durante a madrugada numa reunião com líderes de partidos de direita e de esquerda, com exceção de PSOL e Rede. Na sessão iniciada às 14 horas desta quinta-feira, os parlamentares chegaram a recusar que a votação fosse nominal. Os partidos contrários à anistia fizeram requerimento para que fosse possível identificar os parlamentares favoráveis. Um enrosco daqueles que só Brasília pode proporcionar.

Maia, como não poderia deixar de ser, nega a tentativa de anistia e diz que primeiro é preciso tipificar o crime de caixa dois. Isso, no entanto, impediria que políticos que cometeram tal ato anteriormente fossem punidos, já que não se pode retroagir uma lei. Hoje, o caixa dois não é tipificado como crime, mas quem o comete pode responder por outras infrações, como corrupção passiva e ativa, além de lavagem de dinheiro. Esse é o grande medo dos parlamentares, e é esse o acordão que, na falta de opções, ficou para depois.

No começo da tarde, o juiz Sergio Moro divulgou uma nota dizendo que a anistia é “questionável” e que “estimula o desprezo à lei”. O presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou que a lei não significaria uma anistia porque “esse crime não existia”. E o presidente Michel Temer? Diversos veículos de imprensa noticiaram que, se a medida for aprovada, ele não a vetará para não criar problemas na base aliada. Corporativismo que, infelizmente, não surpreende ninguém.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais de Brasil

Unimos uma frente ampla contra uma ameaça maior, diz Nunes ao oficializar candidatura em SP

Após ser preterido por Bolsonaro, Salles se filia ao partido Novo de olho em 2026

Governo Lula é aprovado por 35% e reprovado por 33%, aponta pesquisa Datafolha

Vendavais podem atingir grande parte do Nordeste e Sul; veja previsão

Mais na Exame