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Volume de chuva interfere na mortalidade infantil, diz USP

Estudo da Faculdade de Saúde Pública da USP concluiu que as regiões mais chuvosas e mais secas de Pernambuco registram números elevados de crianças de até 1 ano

Rio Capiberibe, em Pernambuco: regiões com melhores condições de saneamento são menos afetadas pelo efeito da chuva (Heudes Régis/Quatro Rodas)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2012 às 10h25.

São Paulo – O volume de chuva, tanto o excesso quanto o déficit, contribui para o aumento da mortalidade infantil, aponta pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo ( USP ). O estudo faz uma análise espacial do estado de Pernambuco e associa as regiões mais chuvosas e mais secas à morte de crianças com até um ano de idade. Ao relacionar esses indicadores, a pesquisa observou mortalidade maior que a média estadual. No período analisado, de 2001 a 2003, a taxa era 40 mortes para cada mil nascidos vivos.

A sanitarista Aparecida Guilherme da Rocha, autora da pesquisa, destaca que, embora já existam trabalhos que relacionem a mortalidade infantil a uma situação de saneamento básico precário, não havia sido comprovada a associação disso com a oscilação pluviométrica. “[A chuva] É mais um elemento de reforço para as mortes”, explica. Ela aponta que no período de seca, por exemplo, a água fica mais escassa e, portanto, mais sujeita à contaminação.

A pesquisa destaca, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que 88% dos casos de diarreia no mundo são causados pela ingestão de água contaminada ou pela ausência de água para as práticas de higiene, além da falta de saneamento básico.

Foram investigados 184 municípios pernambucanos, excluindo-se apenas Fernando de Noronha. A análise divide as cidades em semiáridas, 122 do total, e não semiáridas, com 62 municípios. As cidades mais secas têm média pluviométrica abaixo de 800 milímetros por ano. Após reunir dados do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe), Aparecida Guilherme selecionou os três anos mais chuvosos e os três mais secos.

A pesquisadora informou ainda que regiões com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais elevado e, portanto, com melhores condições de saneamento, são menos afetadas pelo efeito da chuva. “Na região metropolitana do Recife, por exemplo, não percebemos a associação dos casos de mortalidade com o aumento da chuva ou com a escassez. É uma região com condições socioeconômicas melhores”, avalia.

Ela ressalta que essa observação reforça a existência de outros fatores que influenciam os índices de mortalidade infantil. “A chuva contribui sim, mas não é o único fator”, destaca. Nesse sentido, Aparecida aposta que o impacto da chuva pode ser minimizado com políticas públicas de saneamento, saúde e desenvolvimento social, focadas nos municípios mais críticos.

Na região do semiárido pernambucano, as cidades mais impactadas pela chuva foram: Camocim de São Félix, Carnaubeira da Penha, Ibirajuba, Lagoa Grande, Ouricuri, Salgueiro, Santa Cruz, São Bento do Una e Tacaratu. Na região da Mata (não semiárido), as cidades de Água Preta, Amaraji, Barreiros, Gameleira, Joaquim Nabuco, Maraial, Palmares, Paudalho, Ribeirão, Rio Formoso, São José da Coroa Grande, Tamandaré e Xexéu tiveram mais mortes relacionadas ao volume de chuva.

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São Paulo – O volume de chuva, tanto o excesso quanto o déficit, contribui para o aumento da mortalidade infantil, aponta pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo ( USP ). O estudo faz uma análise espacial do estado de Pernambuco e associa as regiões mais chuvosas e mais secas à morte de crianças com até um ano de idade. Ao relacionar esses indicadores, a pesquisa observou mortalidade maior que a média estadual. No período analisado, de 2001 a 2003, a taxa era 40 mortes para cada mil nascidos vivos.

A sanitarista Aparecida Guilherme da Rocha, autora da pesquisa, destaca que, embora já existam trabalhos que relacionem a mortalidade infantil a uma situação de saneamento básico precário, não havia sido comprovada a associação disso com a oscilação pluviométrica. “[A chuva] É mais um elemento de reforço para as mortes”, explica. Ela aponta que no período de seca, por exemplo, a água fica mais escassa e, portanto, mais sujeita à contaminação.

A pesquisa destaca, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que 88% dos casos de diarreia no mundo são causados pela ingestão de água contaminada ou pela ausência de água para as práticas de higiene, além da falta de saneamento básico.

Foram investigados 184 municípios pernambucanos, excluindo-se apenas Fernando de Noronha. A análise divide as cidades em semiáridas, 122 do total, e não semiáridas, com 62 municípios. As cidades mais secas têm média pluviométrica abaixo de 800 milímetros por ano. Após reunir dados do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe), Aparecida Guilherme selecionou os três anos mais chuvosos e os três mais secos.

A pesquisadora informou ainda que regiões com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais elevado e, portanto, com melhores condições de saneamento, são menos afetadas pelo efeito da chuva. “Na região metropolitana do Recife, por exemplo, não percebemos a associação dos casos de mortalidade com o aumento da chuva ou com a escassez. É uma região com condições socioeconômicas melhores”, avalia.

Ela ressalta que essa observação reforça a existência de outros fatores que influenciam os índices de mortalidade infantil. “A chuva contribui sim, mas não é o único fator”, destaca. Nesse sentido, Aparecida aposta que o impacto da chuva pode ser minimizado com políticas públicas de saneamento, saúde e desenvolvimento social, focadas nos municípios mais críticos.

Na região do semiárido pernambucano, as cidades mais impactadas pela chuva foram: Camocim de São Félix, Carnaubeira da Penha, Ibirajuba, Lagoa Grande, Ouricuri, Salgueiro, Santa Cruz, São Bento do Una e Tacaratu. Na região da Mata (não semiárido), as cidades de Água Preta, Amaraji, Barreiros, Gameleira, Joaquim Nabuco, Maraial, Palmares, Paudalho, Ribeirão, Rio Formoso, São José da Coroa Grande, Tamandaré e Xexéu tiveram mais mortes relacionadas ao volume de chuva.

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