Brasil

Volta na rede pública de ensino em São Paulo tem poucos alunos

Na rede municipal, as nove escolas com ensino médio abriram, mas a adesão de alunos ficou em 10%, abaixo dos 20% esperados

Voltas as aulas: Retorno em São Paulo tem baixa adesão dos estudantes (Amanda Perobelli/Reuters)

Voltas as aulas: Retorno em São Paulo tem baixa adesão dos estudantes (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de novembro de 2020 às 09h29.

Cerca de 10% dos alunos de ensino médio voltaram na terça-feira, 3, a frequentar aulas regulares nas escolas municipais que oferecem essa etapa, segundo balanço da Secretaria Municipal de Educação. Na rede estadual, a adesão dos estudantes às aulas presenciais era prevista em 20% - mas parte dos colégios recebeu grupos ainda menores. Fechadas por causa da pandemia, escolas públicas e privadas foram abertas ontem pela primeira vez na capital para aulas regulares de ensino médio, mas o retorno tem resistência de pais e professores.

O mundo está mais complexo, mas dá para começar com o básico. Veja como, no Manual do Investidor

Segundo o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, cerca de 9 mil alunos da capital realizaram atividades nas escolas estaduais do ensino médio ontem, de um total de 58 mil estudantes nas unidades estaduais que oferecem essa etapa. A pasta calcula que 500 escolas (de 1.086) estejam abertas na capital, considerando todas as etapas e não só o ensino médio.

Uma unidade visitada pelo Estadão não recebeu nenhum aluno ontem no início de manhã. Na Consolação, zona central, a escola estadual Caetano de Campos abriu os portões, mas os alunos não compareceram. Professores e funcionários chegaram normalmente para o trabalho. Na unidade, os gestores discutem o retorno no dia 9. Pesquisa interna da escola, com 1,2 mil alunos, mostrou que 86% dos pais descartaram o retorno presencial agora.

"Temos um alto índice de absenteísmo depois dos feriados. Vamos aguardar os próximos dias", afirmou Rossieli. "Além disso, os alunos, principalmente os jovens, estão mudando hábitos culturais. Muitos preferem fazer atividades à tarde", avaliou o secretário, que ontem visitou a Escola Estadual Milton Rodrigues no Moinho Velho, na zona norte.

Na escola estadual Américo de Moura, na zona leste, a opção dos alunos pelo ensino presencial está relacionada às dificuldades de aprendizado. Matheus Carvalho sofria tanto com Matemática no 2º ano do ensino médio que não teve dúvidas em se inscrever para a retomada presencial. "Tudo é difícil. Estudar Matemática online é muito problemático", conta o aluno de 16 anos. A retomada presencial, contudo, é lenta. Dos 244 alunos da escola, apenas 80 decidiram voltar. Dos 44 que tinham confirmado presença ontem, só apareceram 23.

Municipal

Na rede municipal, as nove escolas com ensino médio abriram, mas a adesão de alunos ficou em 10%, abaixo dos 20% esperados. O porcentual informado ontem não inclui as que têm aulas noturnas.

Na Professor Derville Allegretti, na zona norte, ocorreram palestras, mas nem todos que compareceram vão retornar. Thais Santos, do 3º ano, foi a pedido da mãe, mas decidiu permanecer no ensino remoto. "Não quero voltar, não vai voltar ninguém (de amigos e conhecidos)", diz ela, de 17 anos. Em visita à escola, o secretário municipal da Educação, Bruno Caetano, disse que a expectativa é de aumento na procura nas próximas semanas. Uma avaliação diagnóstica vai ocorrer a partir do dia 9 e a reabertura de outras etapas deve ser definida até os dias 18 ou 19 para volta em 2 de dezembro. "Essa vai ser a tendência: começando pelos mais velhos, com mais compreensão de protocolos."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEscolassao-paulo

Mais de Brasil

Lira encerra mandato na presidência da Câmara e diz que não terá problemas em voltar a ser deputado

Veja como votou cada deputado na proposta do pacote de corte de gastos

TSE forma maioria para rejeitar candidatura de suspeito de envolvimento com milícia

Fim do DPVAT? Entenda o que foi aprovada na Câmara e o que acontece agora