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Volta do horário de verão pode gerar economia de R$ 400 milhões, diz ministro

Após reunião do Comitê de Energia, Alexandre Silveira deve propor que alteração aconteça após segundo turno das eleições

Agência o Globo
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Publicado em 20 de setembro de 2024 às 06h58.

Última atualização em 20 de setembro de 2024 às 07h00.

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vai sugerir ao presidente Lula o retorno do horário de verão para depois do segundo turno das eleições, marcado para 27 de outubro. Possivelmente, o novo horário deve começar a vigorar em novembro, disse um integrante do governo. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fez um alerta ao governo para que não houvesse mudança no período das eleições, o que poderia prejudicar o processo de votação.

Nesta quinta-feira, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou , a adoção do horário de verão para ajudar a “desestressar” o sistema em momentos de pico de consumo, entre 14h e 16h. Em entrevista após reunião, o ministro evitou cravar uma decisão.

Disse que ainda não está convencido da necessidade do horário de verão, apesar da recomendação do comitê. Silveira não quis dizer publicamente a sua posição para não passar uma imagem de que estaria antecipando uma decisão do presidente.

Umas principais justificativas para o adiantamento dos relógios em uma hora a ser apresentada ao presidente é o efeito do crescimento da economia na retomada da indústria e no desempenho do comércio. Esses setores estão demandando mais energia.

O horário de verão seria uma forma de ampliar a segurança no fornecimento na avaliação do Ministério, diante do agravamento da seca.

Os reservatórios, sobretudo das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da capacidade de geração de energia das hidrelétricas, são afetados pela pior seca nos últimos 94 anos. Um dos receio do governo é que o problema tenha reflexos em 2025 e gere necessidade de racionamento, por exemplo.

A avaliação é que, com o pôr do sol, 20% do volume da energia gerada sai do sistema, exigindo maior necessidade de ajustes no setor, com a entrada de outras fontes.

A economia pode chegar a R$ 400 milhões durante o horário de verão, segundo os técnicos. Isso corresponde a economia de 2,5 GW em geração de energia. Os valores são considerados pouco relevantes. Mas os setores do turismo, como bares e restaurantes estão pressionando o governo pelo retorno do horário de verão.

Após a reunião do CMSE, Silveira disse que foram discutidos todos os instrumentos para segurança energética e planejamento. Ele citou o horário de verão como um deles.

"Recebi o relatório de um grupo de trabalho que constitui há 15 dias. E foi recomendado um indicativo de que é prudente, viável e apontado como importante a volta do horário de verão. É um indicativo de necessidade de decretação do horário de verão", afirmou o ministro.

O ministro lembrou que em 2019, o horário de verão foi suspenso sem nenhum "embaçamento". Destacou ainda que em 2021, o país ficou perto de um colapso energético, que custou mais de R$5 bilhões e elevou a conta de luz em 20%.

Silveira disse que a decisão deverá ser tomada em dez dias. Segundo o ministro, o horário de verão é transversal, com impacto em diversos setores da economia.

"Vamos conversar com os setores para entender os prazos. Vamos dialogar com todos, pois os setores precisam se planejar. É importante conversar com outras áreas de governo para que todos estejam preparados. É uma decisão a ser tomada nos próximos dias. Quero buscar outras alternativas que ainda não foram colocadas na mesa e que aumentam a resiliência do sistema".

Entre as alternativas para evitar o horário de verão, o ministro citou maior utilização de água de Belo Monte (PA) durante os horários críticos de forma a reduzir o acionamento das térmicas. Outra medida é aumentar o limite do uso da capacidade das linhas de transmissão.

"Vamos nos debruçar nos estudos, falar com analistas e ver novas possibilidades para aumentar a resiliência no sistema, como em linhas de transmissão e operação de Belo Monte. São opções que podem ser usadas para evitar a decretação do horário de verão".

O ministro reiterou que não há risco energético neste verão. Entretanto, disse que será preciso se antecipar para evitar problemas no fornecimento de energia em 2025 e 2026. Umas das providências é realização de novos leilões de energia, visando o longo prazo.

Além do despacho de energia das termelétricas para ajudar dar uma folga nos horários de pico de consumo, entre 18h e 21h, foram adotadas medidas para segurar o nível de água dos reservatórios das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte. Com isso, os reservatórios estão no nível de 55%, em melhor situação na comparação com 2021.

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