Vitória de Biden é cada vez mais irreversível, diz Mourão
Mourão disse ainda acreditar que em breve o presidente Bolsonaro deve cumprimentar o presidente eleito dos EUA
Reuters
Publicado em 13 de novembro de 2020 às 11h04.
Última atualização em 13 de novembro de 2020 às 15h53.
Mesmo com o governo brasileiro tendo evitado até agora cumprimentar Joe Biden por sua eleição para presidente dos Estados Unidos, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira que vê a vitória do democrata nas eleições norte-americanas como cada vez mais irreversível.
"Como indivíduo eu julgo que a vitória de Joe Biden está cada vez mais irreversível", disse o vice-presidente em entrevista à Rádio Gaúcha.
Mourão disse ainda acreditar que em breve o presidente Jair Bolsonaro deve cumprimentar o presidente eleito dos EUA e que não acredita em tensões entre os dois países.
Apenas quatro países até agora não cumprimentaram Biden pela vitória. Além de Brasil, Rússia, México e Coreia do Norte não reconheceram o democrata, depois da China parabenizá-lo nesta sexta.
O vice-presidente minimizou a polêmica fala de Bolsonaro esta semana em que, ao citar as advertências de Biden em relação ao desmatamento da Amazônia, o presidente afirmou que quando "a saliva (a diplomacia)" acaba, resta a pólvora.
"O presidente, a gente tem que prestar mais atenção nas ações que nas palavras", disse.
Sobre outra polêmica com o presidente esta semana, Mourão admitiu que a proposta de expropriar terras em casos de desmatamento ilegal ou grilagem foi apresentada no Conselho Nacional da Amazônia, como revelou o jornal Estado de S. Paulo, mas ainda era apenas uma ideia.
Segundo Mourão, as ideias constantes do documento foram enviadas aos ministérios, serão analisadas e cada um deles deverá apresentar suas impressões. Só se houver um consenso sobre o tema isso será levado ao presidente.
Ao saber da proposta pelo jornal, Bolsonaro a taxou de "delírio de algum do governo" ou mentira da imprensa. Depois, a apoiadores, afirmou que se fosse de alguém do governo seria demitido, a menos que fosse "indemissível" --no caso, o vice-presidente.
Mourão afirmou que não conversou ainda com Bolsonaro sobre a proposta.