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Vendas à vista de carros crescem após medidas do BC

Presidente da Anfavea diz que o setor está perdendo os clientes que dependem de financiamentos longos

Belini, da Anfavea e da Fiat: "Vamos brigar contra o aumento no preço do aço" (Studio Cerri/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2011 às 13h11.

São Paulo - As medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central em dezembro do ano passado restringiram as vendas financiadas de automóveis. Do total de veículos comercializados no primeiro bimestre, 38% foram pagos à vista contra 33,5% no mesmo período do ano passado.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, disse nesta sexta-feira (4) que as medidas obrigaram uma entrada maior e reduziram o prazo médio dos financiamentos. "Com certeza estamos perdendo vendas entre os clientes que compravam sem entrada e buscavam prazos maiores." Coincidência ou não, a participação dos carros com motor 1.0, os chamados modelos populares, no total das vendas caiu de 50,7% em dezembro para 45,8% em fevereiro.

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Os estoques de veículos nas indústrias e nas concessionárias cresceram de 269.789 unidades em janeiro para 281.863 unidades em fevereiro, o que corresponde a 31 dias de vendas. Belini, que também preside a Fiat na América Latina, afirma que os estoques estão em níveis "normais".

Os empresários mantiveram as projeções para o mercado automobilístico neste ano. "Os nossos números já contemplam os efeitos das medidas contracionistas do Banco Central", diz Belini. "As decisões econômicas levam tempo para maturar, entre 4 e 5 meses. Por enquanto, o mercado continua sólido."

Fonte: Anfavea
Autoveículos (inclui ônibus e caminhões)Previsões para 2011Variação ante 2010
Vendas (em volume)3,69 milhões+5%
Produção (em volume)3,68 milhões+1,1%
Exportação (em volume)730 mil-4,7%
Exportação (em valores)US$ 13,1 bilhões+1,6%

Belini disse ainda que as montadoras vão brigar contra eventuais novos reajustes no preço do aço. "Se houver aumento, vamos importar mais, pois o aço está 40% mais barato no exterior. Isso aumenta o custo de fabricação e reduz ainda mais a nossa competitividade."

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