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"Vazamento seletivo tem endereço", diz Lula em discurso

As afirmações do petista foram feitas em discurso na 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros, realizada nesta sexta-feira, 3, em Guararema (SP)

Ao afirmar que 2015 será um ano difícil, Lula disse que enfrentou dificuldades em sua primeira gestão e teve de fazer ajustes, como o que Dilma está realizando agora (Reprodução/ Youtube)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2015 às 15h59.

São Paulo e Guararema - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira que o vazamento seletivo de investigações policiais tem endereço certo: ou é para pegar alguém ou para pegar algum partido político.

Sem citar diretamente a Operação Lava Jato , que investiga esquema de corrupção na Petrobras e se o PT recebeu dinheiro de propina em suas doações, o ex-presidente petista disse: "Denunciei isto em dezembro para o Ministério da Justiça, a pessoa só pode ser chamada de ladrão quando ficar provada (a culpa), não se pode criminalizar uma pessoa antes de ela ser julgada."

As afirmações do petista foram feitas em discurso na 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP), realizada nesta sexta-feira, 3, em Guararema (SP).

Esta não é a primeira vez que Lula critica vazamentos de operações em curso no País. A própria presidente Dilma Rousseff, na viagem que fez aos Estados Unidos, comentou as acusações feitas em delações premiadas na Operação Lava Jato, como as de Ricardo pessoa, dono da UTC, que disse ter repassado R$ 55 milhões para campanhas eleitorais no ano passado e usado recursos desviados da Petrobras em doação às campanhas de reeleição de Dilma e de Lula em 2006.

Dilma negou recebimento de dinheiro ilegal e disse que não respeita delator porque na ocasião em que esteve presa, na ditadura militar, tentaram transformá-la em delatora.

Economia

Ainda no discurso realizado na plenária da FUP, Lula disse que 2015 será um ano difícil. "Por isso o País precisa da mobilização dos petroleiros", disse, reiterando que, além da mobilização dos trabalhadores, o governo Dilma e seus ministros também precisam sair às ruas para conversar com o povo.

"É isso que Dilma vai fazer, ela conviveu comigo durante muito tempo e sabe que nas horas difíceis não há alternativa a não ser encostar a cabeça no ombro do povo e conversar com ele."

Ao afirmar que 2015 será um ano difícil, Lula disse que enfrentou dificuldades em sua primeira gestão e teve de fazer ajustes, como o que Dilma está realizando agora.

"Isso tem de ser feito para a economia voltar a crescer logo e com mais solidez. Não podemos esquecer do ajuste que fiz em 2003. Muitos me xingaram por isso, mas um ano e meio depois colhemos os frutos e demos um tchau ao FMI."

E disse aos petroleiros que os ajustes fiscais são feitos com o objetivo de recuperar a capacidade de investimento do País. "Em 2003 eu elevei o superávit primário para 4,25%, justo eu, que sempre lutei contra este superávit."

Na defesa do ajuste fiscal promovido pela gestão Dilma Rousseff, Lula defendeu mais uma vez a afilhada política. "Estou convencido que Dilma será motivo de orgulho até o final do mandato dela. Dilma ajudou a construir este meu sucesso, devo muito à companheira Dilma. Se nosso governo enfrenta problemas, temos de dizer que Dilma não está sozinha e que ela tem que fazer o melhor governo porque o País precisa disso", disse, emendando que uma das maiores qualidades da sucessora é ter chegado sem mágoas à Presidência, depois de ter sido torturada aos 20 anos.

No final do discurso, sem citar diretamente o projeto do senador tucano José Serra (SP), que revoga a obrigação de a estatal ser a operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração do pré-sal, Lula disse que é preciso defender a empresa e mostrar ao País que não é preciso trazer empresas estrangeiras para fazer o que a estatal sabe fazer de melhor.

Reivindicações

Lula disse a representantes da categoria que não deixem sua mobilização e reivindicações de lado.

"O governo compreende que os trabalhadores tem que lutar pra melhorar de vida e a Petrobras tem capacidade de negociar, desde que a negociação seja madura", disse e argumentou que as manifestações trabalhistas não desgastam o governo de sua sucessora Dilma Rousseff.

O ex-presidente incentivou inclusive os trabalhadores a questionarem e participarem das decisão de planos de negócios da estatal, como a abertura de capital da BR Distribuidora e o plano de desinvestimentos, com venda de ativos da Petrobras.

"Vocês têm que colocar na pauta o que está acontecendo. Essa abertura de capital não sei se é necessária, esses desinvestimentos."

Lula disse que da forma que as coisas tem acontecido no Congresso - sem citar diretamente o senador José Serra (PSDB), autor do projeto para mudar o sistema de partilha - não duvida que surjam iniciativas para "entregar" ou para privatizar a Petrobras.

"Vocês não podem baixar a cabeça e deixar as coisas rolarem", disse Lula à plateia. "Vocês têm moral e história para discutir coisas difíceis."

Lula disse que a categoria pode fazer esses questionamentos e manter o bom relacionamento com o governo. Ele citou os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) como interlocutores que entendem os trabalhadores.

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São Paulo e Guararema - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira que o vazamento seletivo de investigações policiais tem endereço certo: ou é para pegar alguém ou para pegar algum partido político.

Sem citar diretamente a Operação Lava Jato , que investiga esquema de corrupção na Petrobras e se o PT recebeu dinheiro de propina em suas doações, o ex-presidente petista disse: "Denunciei isto em dezembro para o Ministério da Justiça, a pessoa só pode ser chamada de ladrão quando ficar provada (a culpa), não se pode criminalizar uma pessoa antes de ela ser julgada."

As afirmações do petista foram feitas em discurso na 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP), realizada nesta sexta-feira, 3, em Guararema (SP).

Esta não é a primeira vez que Lula critica vazamentos de operações em curso no País. A própria presidente Dilma Rousseff, na viagem que fez aos Estados Unidos, comentou as acusações feitas em delações premiadas na Operação Lava Jato, como as de Ricardo pessoa, dono da UTC, que disse ter repassado R$ 55 milhões para campanhas eleitorais no ano passado e usado recursos desviados da Petrobras em doação às campanhas de reeleição de Dilma e de Lula em 2006.

Dilma negou recebimento de dinheiro ilegal e disse que não respeita delator porque na ocasião em que esteve presa, na ditadura militar, tentaram transformá-la em delatora.

Economia

Ainda no discurso realizado na plenária da FUP, Lula disse que 2015 será um ano difícil. "Por isso o País precisa da mobilização dos petroleiros", disse, reiterando que, além da mobilização dos trabalhadores, o governo Dilma e seus ministros também precisam sair às ruas para conversar com o povo.

"É isso que Dilma vai fazer, ela conviveu comigo durante muito tempo e sabe que nas horas difíceis não há alternativa a não ser encostar a cabeça no ombro do povo e conversar com ele."

Ao afirmar que 2015 será um ano difícil, Lula disse que enfrentou dificuldades em sua primeira gestão e teve de fazer ajustes, como o que Dilma está realizando agora.

"Isso tem de ser feito para a economia voltar a crescer logo e com mais solidez. Não podemos esquecer do ajuste que fiz em 2003. Muitos me xingaram por isso, mas um ano e meio depois colhemos os frutos e demos um tchau ao FMI."

E disse aos petroleiros que os ajustes fiscais são feitos com o objetivo de recuperar a capacidade de investimento do País. "Em 2003 eu elevei o superávit primário para 4,25%, justo eu, que sempre lutei contra este superávit."

Na defesa do ajuste fiscal promovido pela gestão Dilma Rousseff, Lula defendeu mais uma vez a afilhada política. "Estou convencido que Dilma será motivo de orgulho até o final do mandato dela. Dilma ajudou a construir este meu sucesso, devo muito à companheira Dilma. Se nosso governo enfrenta problemas, temos de dizer que Dilma não está sozinha e que ela tem que fazer o melhor governo porque o País precisa disso", disse, emendando que uma das maiores qualidades da sucessora é ter chegado sem mágoas à Presidência, depois de ter sido torturada aos 20 anos.

No final do discurso, sem citar diretamente o projeto do senador tucano José Serra (SP), que revoga a obrigação de a estatal ser a operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração do pré-sal, Lula disse que é preciso defender a empresa e mostrar ao País que não é preciso trazer empresas estrangeiras para fazer o que a estatal sabe fazer de melhor.

Reivindicações

Lula disse a representantes da categoria que não deixem sua mobilização e reivindicações de lado.

"O governo compreende que os trabalhadores tem que lutar pra melhorar de vida e a Petrobras tem capacidade de negociar, desde que a negociação seja madura", disse e argumentou que as manifestações trabalhistas não desgastam o governo de sua sucessora Dilma Rousseff.

O ex-presidente incentivou inclusive os trabalhadores a questionarem e participarem das decisão de planos de negócios da estatal, como a abertura de capital da BR Distribuidora e o plano de desinvestimentos, com venda de ativos da Petrobras.

"Vocês têm que colocar na pauta o que está acontecendo. Essa abertura de capital não sei se é necessária, esses desinvestimentos."

Lula disse que da forma que as coisas tem acontecido no Congresso - sem citar diretamente o senador José Serra (PSDB), autor do projeto para mudar o sistema de partilha - não duvida que surjam iniciativas para "entregar" ou para privatizar a Petrobras.

"Vocês não podem baixar a cabeça e deixar as coisas rolarem", disse Lula à plateia. "Vocês têm moral e história para discutir coisas difíceis."

Lula disse que a categoria pode fazer esses questionamentos e manter o bom relacionamento com o governo. Ele citou os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) como interlocutores que entendem os trabalhadores.

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