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Vazamento de lobby para a Odebrecht é aberração, diz Falcão

O dirigente petista disse que a imprensa sempre glorificou a política de dirigentes, como Bill Clinton na defesa de suas empresas


	O presidente do PT, Rui Falcão: para Rui Falcão, a defesa do ex-presidente petista em favor das empresas não significa favorecimento de ninguém.
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O presidente do PT, Rui Falcão: para Rui Falcão, a defesa do ex-presidente petista em favor das empresas não significa favorecimento de ninguém. (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2015 às 15h54.

São Paulo - Depois da reunião de cerca de três horas do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com a Executiva Nacional do PT, o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, considerou nesta quarta-feira, 30, uma "aberração" o vazamento de e-mails que mostram o lobby do governo, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em favor da empreiteira Odebrecht.

O dirigente petista disse que a imprensa sempre glorificou a política de outros dirigentes, como o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, na defesa de suas empresas. "Lula fez isso quando era presidente e faz agora, diz ele, com muito orgulho."

Para Rui Falcão, a defesa do ex-presidente petista em favor das empresas não significa favorecimento de ninguém. "É criar empregos no Brasil, (melhorar) exportação e a tecnologia nacional e abrir mercados em outros países", exemplificando com o caso da Embraer.

Segundo ele, o vazamento é uma tentativa de criminalizar o PT, a presidente Dilma Rousseff e, em última instância, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para "tentar barrar qualquer possibilidade que possa ter dele (ser candidato presidencial) em 2018".

Ele disse que Lula não se colocou como candidato, mas destacou que este é um desejo da sociedade e do PT.

Reforma

Em rápida entrevista concedida após o encontro na sede nacional da sigla, na capital paulista, Rui Falcão disse que o partido e o ex-presidente Lula avaliam que a reforma ministerial em curso, que diminuirá a fatia no PT na Esplanada dos Ministérios e contemplará o PMDB com pastas de peso, como a da Saúde, tem o objetivo de promover a estabilidade política.

Com isso, a avaliação é que o País poderá retomar suas políticas de crescimento na economia, com geração de emprego, distribuição de renda e crédito.

"Para que isso se dê, é preciso que haja uma maioria congressual e que a sociedade entenda que a crise política precisa ser debelada para que a economia volte a crescer", destacou o dirigente petista.

Nesta quinta-feira, 1º, Falcão e Lula irão se reunir com a presidente Dilma Rousseff para, segundo o dirigente, "conhecer o conjunto da reforma, pois quem escolhe ministros é a presidenta".

"Nossa preocupação é que as mudanças sinalizem para a sociedade que é preciso ter estabilidade política para retomar o crescimento."

Sobre a mudança no ministério da Saúde, com a demissão de Arthur Chioro e a entrada de um nome do PMDB, Falcão disse que a legenda já ocupou essa pasta no governo Lula.

"O importante é que os programas, como o Mais Médicos, a política do SUS e outras iniciativas sejam mantidas, e tenho certeza de que serão.

"Sobre a demissão de Chioro por telefone, Falcão disse que viu na imprensa, mas citou que o ministro já sabia que iria deixar o posto.

O presidente nacional do PT afirmou ainda que, na reunião desta quarta-feira, Lula falou muito sobre o PT e sobre o País.

"Ele acha que temos de ativar nossa mobilização". Neste sábado, dia 3, a Frente Brasil Popular fará mobilização em defesa da democracia e das riquezas nacionais, principalmente a Petrobras, em todos os Estados.

Ao falar na defesa da Petrobras, Falcão disse que a estatal "está sob ameaça" com o projeto do senador José Serra (PSDB-SP), que tenta acabar com o regime de partilha do pré-sal. Além dessas bandeiras, o PT continuará defendendo mudanças na atual política econômica, como vem fazendo desde o congresso da sigla, realizado em junho, em Salvador.

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