Varíola dos macacos: casos crescem 74% em duas semanas
Em duas semanas, o crescimento de notificações no Brasil foi de 118,2%
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de agosto de 2022 às 15h11.
Última atualização em 13 de agosto de 2022 às 15h11.
Onúmero de casos confirmados da varíola de macacos cresceu 74% (11.798 novos casos) em duas semanas, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O último relatório da OMS, referente a 7 de agosto e divulgado na quarta-feira, 10, contabiliza 27.814 diagnósticos positivos de 89 países, além de seis mortes.
Na última semana, o aumento foi de 19%. Segundo a OMS, 42 países relataram crescimento no número semanal de casos. O “maior aumento” foi registrado no Brasil. Os casos subiram 190,7% no País, considerando o relatório anterior, divulgado em 25 de julho, passando de 592 para mais de 1,7 mil.
O relatório também inclui, pela primeira vez, registro de mortes fora de regiões endêmicas da África, na Espanha (2), Índia (1) e Brasil (1). O paciente brasileiro, que faleceu no dia 28 de julho, tinha 41 anos e "comorbidades, incluindo câncer (linfoma)". No total, são seis óbitos no mundo.
A maioria dos casos notificados nas últimas quatro semanas, de acordo com a OMS, foram na região europeia (53%), seguida pela região das Américas (46%). Os países com maior número absolutos de notificações foram Estados Unidos da América (7.510), Espanha (4.577), Alemanha (2.887), Reino Unido ( 2.759), França ( 2.239) e Brasil (1.721).
Dez países relataram o primeiro caso nos últimos sete dias, de acordo com a OMS. Eles são Montenegro, Uruguai, Libéria, Sudão, Bolívia, Chipre, Guadalupe, Guatemala, Lituânia e São Martinho.
Dos casos em que orientação sexual foi informada, 97% se referem a homens que fazem sexo com homens. No entanto, todos podem ser infectados independente da sexualidade.
Brasil
Conforme dados do Ministério da Saúde divulgados na sexta-feira, 12, e portanto, mais recentes que o relatório da OMS, o País tem 2.747 casos confirmados. São Paulo (1.919), Minas Gerais (133) e Rio de Janeiro (314) são os Estados com mais infecções confirmadas. Em duas semanas, o crescimento de notificações foi de 118,2%.
Prevenção
O contato íntimo - que inclui relações sexuais -, de pele com pele, com lesões de pessoas contaminadas, é apontado como a principal forma de transmissão da varíola dos macacos no surto atual, conforme especialistas. Porém, medidas como uso de máscaras e preservativos, higienização de mãos e o não compartilhamento dos chamados fômites (objetos capazes de transportar patógenos, como lençóis e toalhas) também podem ajudar a evitar a contaminação. Isso porque, explicam, outras formas de transmissão são conhecidas ou estão sendo estudadas.
Recebi diagnóstico positivo: quais cuidados devo tomar?
A maioria das pessoas com a varíola dos macacos provavelmente vivenciará um quadro leve e poderá ser tratada em casa, conforme o Ministério da Saúde. No entanto, esses pacientes precisam ter alguns cuidados para evitar a propagação do vírus e também complicações do quadro. Isolar-se de familiares e pets, não coçar as erupções cutâneas e evitar o uso de lentes de contato são alguns deles.