Paciente infectada com a varíola do macaco é examinada em Zomea Kaka, na República Centro-Africana, em 18 de outubro de 2018 (AFP/AFP Photo)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2022 às 16h00.
Última atualização em 23 de maio de 2022 às 09h29.
A Alemanha notificou nesta sexta-feira, 20, o primeiro caso da varíola dos macacos, em um paciente brasileiro de 26 anos. Ele passou por Portugal e Espanha antes de chegar ao país, onde visitou as cidades de Düsseldorf e Frankfurt antes de chegar a Munique, onde esteve cerca de uma semana antes de ser diagnosticado com a doença.
De acordo com o ministro da Saúde da Alemanha, Karl Lauterbach, era apenas uma "questão de tempo" até que a varíola dos macacos chegasse ao país, segundo o veículo estatal Deutsche Welle. Lauterbach disse estar confiante de que um surto pode ser contido com um vírus que parece não ser transmitido facilmente se as autoridades agirem rapidamente.
"Agora analisaremos o vírus mais de perto e examinaremos se envolve uma variante mais contagiosa", disse Lauterbach, segundo a Reuters.
O Instituto de Microbiologia das Forças Armadas da Alemanha confirmou o caso após ter detectado a presença do vírus no paciente durante a última quinta-feira. O brasileiro apresentava lesões cutâneas características da doença, segundo anunciou o serviço médico da corporação.
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Em comunicado, as Forças Armadas alemãs destacam que as autoridades de saúde de países europeus e dos Estados Unidos identificaram no começo de março um número crescente de casos de varíola dos macacos, o que provoca temor de que a enfermidade, presente apenas em algumas regiões da África, esteja se alastrando.
Vários casos foram confirmados no Reino Unido, Espanha e Portugal. Hoje, a França também anunciou a primeira detecção. Com isso, se trata do maior e mais extenso surto de varíola dos macacos já registrado na Europa. Até o momento, não se sabe se existe conexão entre os positivos individuais identificados atualmente.
A doença, da qual a maioria das pessoas se recupera em semanas e que só foi fatal em casos raros, infectou milhares de pessoas em partes da África central e ocidental nos últimos anos, mas é pouco frequente na Europa e no norte da África.
Seus sintomas incluem febre, dores musculares e inchaço dos gânglios linfáticos, antes de causar uma erupção semelhante à catapora no rosto e no corpo, explicou a agência americana.
O período de incubação da enfermidade costuma ser de seis a 13 dias, mas pode oscilar também de cinco a 21.
A OMS informou que também está investigando que muitos dos casos relatados são de pessoas que se identificam como gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com homens.
"Estamos vendo uma transmissão entre homens que fazem sexo com homens", disse o vice-diretor-geral da OMS, Ibrahima Socé Fall, em entrevista coletiva. "Esta é uma nova informação que precisamos investigar adequadamente para entender melhor a dinâmica da transmissão local no Reino Unido e em outros países".
A agência de segurança sanitária britânica observou que a varíola do macaco não era caracterizada como uma doença sexualmente transmissível e enfatizou que "pode ser transmitida por contato direto durante a relação sexual".
"Qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode espalhar a varíola por contato com fluidos corporais, feridas da varíola ou objetos compartilhados (como roupas e roupas de cama) que foram contaminados com fluidos ou feridas de uma pessoa com varíola", informaram os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos em um comunicado na quarta-feira.
A instituição acrescentou que os desinfetantes domésticos podem matar o vírus nas superfícies.
(Com informações de Estadão Conteúdo e AFP)